Seguidores

Faça sua pesquisa aqui

Google

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Analistas: royalties são insuficientes para cumprir metas da educação



No início de dezembro, a presidente Dilma Rousseff sinalizou que os royalties dos futuros contratos de concessão para exploração do petróleo repassados aos governos federal, estadual e municipal serão destinados integralmente à educação. A decisão foi anunciada com a publicação da medida provisória que aplica a regra para contratos firmados a partir de 3 de dezembro de 2012. Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, trata-se de uma oportunidade para promover um salto na educação brasileira. Economistas e especialistas em educação também consideram importante a decisão, mas afirmam que, apesar de necessária, a medida não é suficiente.


A consideração dos especialistas leva em conta outro projeto, que foi aprovado pela Câmara dos Deputados e segue para apreciação no Senado. O Plano Nacional da Educação (PNE) lista 20 metas a serem cumpridas no prazo de 10 anos, entre elas o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação. Para se ter uma ideia, em 2011 o PIB ficou em R$ 4,143 trilhões. No mesmo ano, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) calculou que os recursos públicos destinados à área educacional equivaleram a 5,3% do PIB - cerca de R$ 220 bilhões, desconsiderando investimentos privados, como o Financiamento Estudantil (Fies). Se o PNE já estivesse sancionado e a meta dos 10% fosse colocada em prática, o País deveria aplicar R$ 414 bilhões na área.

A MP também prevê o investimento de 50% do Fundo Social, que recebe recursos originados por bônus de assinatura dos contratos de partilha de produção, parcela dos royalties e participação especial da União em blocos do pré-sal que cabe à União, fatia dos royalties de outros blocos que cabe à União, além da receita gerada com a venda do petróleo e do gás natural. Todas essas receitas devem ser complementares ao mínimo estabelecido pela Constituição - 18% dos impostos arrecadados pelo governo federal e 25% por estados e municípios.
Ainda assim, o professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (Unb) Remi Castioni, especializado na área de políticas públicas, considera que, com as medidas atuais, o País não vai alcançar a meta. "É evidente que nós precisamos de mais recursos para a educação. O governo está apostando que a ampliação dos recursos teriam como origem os royalties. A não concretização desse processo colocaria em dúvida de onde viria esse dinheiro", analisa Castioni.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), foram creditados ao todo, em 2011, quase R$ 13 bilhões oriundos de royalties de petróleo. O valor engloba repasses para Estados, municípios e outros beneficiários previstos por lei. Em 2012, o balanço divulgado em novembro já demonstrava o crédito de R$ 14,2 bilhões. Os valores são aquém dos quase R$ 220 bilhões necessários para suprir o déficit em investimentos, tomando como referência a meta do PNE.
A ANP não divulga estimativas de quanto os contratos futuros de exploração de petróleo poderiam render - a assessoria informa que o cálculo dos royalties está sujeito a variáveis como a alíquota aplicada ao campo produtor, o volume de produção mensal de petróleo e gás natural e o preço de referência mensal (que varia conforme a cotação do dólar). Em dezembro do ano passado, contudo, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou comunicado elencando possibilidades de financiamento para a educação. O documento lista o valor presente da riqueza em petróleo do pré-sal ao todo, que, em 2009, poderia gerar R$ 1,27 trilhões em um cenário pessimista - equivalente a 39% do PIB daquele ano.

Na prática, poucos recursos e carência na gestão da educação
O pesquisador Maurício Canêdo Pinheiro, da área de Economia e Petróleo do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que os contratos atuais vão durar muito tempo até que tenham que ser renovados. Até lá, essas áreas vão perdendo produtividade, e os royalties para a educação passam a depender de novos blocos licitados pelo governo. O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, aponta o mesmo problema. Segundo ele, os acordos firmados até 2 de dezembro de 2012 são de longo prazo e abrangem uma área praticamente já explorada. "Na prática, a MP não trouxe efetivamente os recursos do petróleo para a educação", critica.

Para contornar esse cenário, Cara enumera mudanças necessárias para beneficiar, de fato, a educação. Entre elas, a destinação de 50% dos rendimentos dos contratos atuais e de 100% dos novos contratos para a educação pública - uma das reivindicações é que o documento provisório não restringe a verba, possibilitando que ela seja investida na educação privada, algo contestado por Cara.
O professor da UnB Remi Castioni também afirma que a busca de outros mecanismos para ampliar os investimentos na educação é importante, caso a MP não se sustente. Ele sugere que o superávit primário - valor arrecadado pelo governo, descontadas as despesas - seja reduzido de 3,11% (índice de 2011) para 1% em relação ao PIB, e que essa diferença seja destinada à educação.

No documento do Ipea, diversas possibilidades de financiamento são listadas pela assessoria técnica da presidência do instituto. Entre elas, alterações em impostos como ITR, IPTU, IPVA e outros, regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), além da diminuição de subsídios fiscais e da ampliação da vinculação de recursos para a educação (de 18% para 20% para a União e de 25% para 30% para estados e municípios). Para o coordenador da Campanha Nacional, esse cálculo viabilizaria um investimento de até 12% do PIB em educação.
"O País tem condições de pagar os 10%. A pergunta é se vai dar prioridade para a área que, na prática, é a mais estratégica", define Cara. O professor Castioni também ressalta o poder multiplicador do investimento em educação, que traz retornos a longo prazo e em outras áreas. "Nós temos uma riqueza finita, com duração de mais ou menos 30 anos, ao mesmo tempo em que estamos em um momento transitório, de preparar uma nova geração para conduzir o destino do país", atesta.

Além da destinação dos recursos, outra questão preocupa os especialistas: a gestão desse orçamento e do próprio sistema educacional. O professor da Universidade Católica de Brasília (UCB) e doutor em educação Afonso Celso Galvão acredita nos benefícios financeiros da medida, mas afirma que será ineficaz caso o dinheiro não chegue às escolas. "O problema é a gestão da educação como um todo, incluindo a formação dos professores. É bom que o governo comece a pensar em um modelo", opina. Para o professor, a destinação dos royalties pode gerar reflexos positivos a médio prazo, desde que o governo promova melhorias no sistema e uma aprendizagem de qualidade. O dinheiro, apesar de trazer condições, não viabiliza automaticamente esse ganho. Injetar mais recursos sem atacar os gargalos educacionais, diz Galvão, seria um desperdício de verbas.
"Para funcionar, o governo deve ter coragem de enfrentar o problema, um sistema que é caquético, irresponsável no trato com a educação pública", frisa o professor da UCB. Pesquisador da FGV, Canêdo sustenta a mesma posição. "É importante mudar a gestão para que o dinheiro seja mais bem aproveitado", diz.

Congresso vai votar vetos da presidente
O Congresso Nacional ainda deve votar se aprova ou não os vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto de mudanças no regime de exploração de petróleo. No início de dezembro, Dilma vetou artigos que tratavam da redistribuição dos royalties, além de ter publicado a MP que vinculou os recursos dos contratos futuros à educação.
Castioni aposta que o Congresso vá derrubar o veto, no sentido de fazer uma distribuição sem estabelecer vinculação. "O que os Estados e municípios querem é ampliar a arrecadação e ter liberdade para destinar esses recursos", avalia. "Se não houver uma mobilização da sociedade e dos educadores para que a ampliação dessa verba beneficie a educação, eu vejo muita dificuldade para que isso se concretize no Congresso", acrescenta.
 
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Software desenvolvido pela UFAL alia tecnologia à educação


O processo de aprendizagem é diferente para cada pessoa. A harmonia com os números da matemática ou da física, muitas vezes, não é tão simples para alguém que se identifica com as fórmulas da química ou as letras da história. Partindo dessas variáveis, um grupo de alunos e professores do Instituto de Computação (IC) da Universidade Federal de Alagoas e de outras instituições, teve a ideia de criar um sistema para facilitar os métodos de ensino utilizados pelos estudantes.
Baseado em pesquisas feitas sobre a defasagem no ensino básico, a equipe desenvolveu um software denominado “MeuTutor”. É o conceito de tecnologia aliada à educação. “Nossa missão é atender aos alunos do estado de Alagoas para que eles possam suprir a defasagem que tiveram durante o processo de aprendizagem. Os alunos que terminaram o ensino fundamental em 2011 entraram em 2012, no ensino médio, com 90% de defasagem do que deveriam ter aprendido, então, precisam de um suporte para a preparação do Enem”, ressalta o professor Alan Pedro da Silva, do Instituto de Computação.
Acreditando na viabilidade do projeto, o grupo criou uma empresa incubada, e sistematizou o ambiente virtual de aprendizagem. A finalidade da ferramenta é identificar os pontos específicos onde um aluno tem dificuldade de aprender e, executar o direcionamento do estudo. “As pessoas são diferentes, com necessidades e dificuldades diferentes, então o MeuTutor quer personalizar o modo de aprendizagem. Se o aluno gosta mais de atividades com vídeo, o software vai focar o ensino com vídeos. E assim o aluno vai se adaptando com o conteúdo e as próprias necessidades”, explica Endhe Elias, mestrando em Informática e presidente da empresa.
Para avaliar sua funcionalidade, a ferramenta foi testada com aproximadamente 500 alunos voluntários do projeto Conexão de Saberes, da Ufal, que prepara estudantes de escolas públicas para o Enem; e do Instituto Federal de Alagoas. A aluna da disciplina de Programação, no Ifal, Larissa Artemis, utilizou o software na fase de experiência. “Eu tive dificuldades em memorizar a sintaxe da programação. Entendi os conceitos bem rápido, mas precisei de mais de um exercício para não esquecer a sintaxe. Dessa forma, vários exercícios de diversas abordagens focaram a sintaxe até que eu tivesse uma alta taxa de acertos nos exercícios”, conta.
Após o período de teste, Larissa destacou os benefícios para o aluno. “Achei o MeuTutor bem completo e dinâmico no ensino, porque levou em conta até o tempo que eu demorei pra responder. O melhor de tudo é que o acompanhamento acaba sendo personalizado”, disse. Mas o professor Ig Ibert Bittencourt, do IC, esclarece que o sistema não substitui o ensino em sala de aula.
“A gente não ensina, a gente auxilia. É como se fosse um incremento, um apoio para o estudante aprender. Por exemplo, o sistema pode detectar que o aluno tem deficiência em matemática, e dentro da matemática a maior dificuldade é com logaritmos, então o sistema vai mandando conteúdo e exercícios e personalizando o estudo para ele, exatamente para superar os problemas de cada assunto, de cada disciplina”, explica.
Reconhecimento e conquistas
Pioneira no Brasil no uso dessas tecnologias, a empresa incubada na Ufal pretende lançar a primeira versão comercial do software MeuTutor já em 2013. A proposta é disponibilizar online para os estudantes de todo o Brasil. Dos oito empreendedores, cinco são professores e alunos da Ufal, mas a equipe também conta com profissionais experientes do mercado de tecnologia de São Paulo e da Universidade de São Paulo (USP).
No mês de novembro, a empresa incubada ganhou o prêmio RHAE (programa de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas), e foi contemplada com um investimento para financiar cinco bolsas destinadas a estudantes da graduação e mestres. O recurso será utilizado em 24 meses, mas a ideia é que os profissionais sejam absorvidos pela equipe, abrindo espaço no mercado da inovação tecnológica.
Fonte: UFAL

sábado, 22 de dezembro de 2012

Dilma: educação de qualidade é prioridade do governo para 2013



A presidente Dilma Rousseff  disse que a educação de qualidade é uma de suas prioridades no governo para 2013. Segundo ela, todo o dinheiro do projeto de distribuição dos royalties do petróleo deveria ser destinado à Educação. Para Dilma, os rendimentos do pré-sal serão investidos nessa área. A presidente fez a declaração durante um discurso, na manhã de hoje, em Palmas-TO, em cerimônia de formatura de estudantes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

A presidente disse que a meta até 2014 oferecer oportunidades de formação profissional gratuita a oito milhões de estudantes em todo Pais, com 39 mil vagas são para o Tocantins. "Tenho muito orgulho de estar aqui com os mais 4 mil alunos, pois todos eles têm entre 16 e 18 anos e a gente sabe o que é o inicio da vida. Por isso eu fico muito feliz em saber que nós temos aqui uma vida exito. Sabemos também que isso é o Brasil moderno, porque nós estamos fazendo cursos para agricultura", frisou.
Afirmando ainda que o Pronatec é um dos melhores programas de seu governo. "Esse programa tem pouco mais de um ano e nesse um ano e meio nós alcançamos mais de 2 milhões de jovens”. Para o Pronatec Rural serão dez mil novas vagas destinadas ao estado. Nesse ano foram atendidos 25 mil jovens em todo país. A meta é que em 2013, sejam 50 mil, conforme a presidente. A primeira visita da presidente ao Tocantins foi para entregar certificados a cinco mil formandos da primeira turma do programa.
O governador do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB), citou que a Educação é uma forte aliada no combate à criminalidade e ainda disse estar feliz com a parceria no programa. "Estamos felizes com sua presença, bem vinda à terra do desenvolvimento", completou.
O estudante da zona rural do município de Pedro Afonso, Samuel Mota, 17 anos, recebeu o certificado pelo curso de Bovinocultura e afirmou estar satisfeito com os conhecimentos adquiridos no curso, os quais poderão ser aplicados no seu dia a dia. “Posso desenvolver o que aprendi lá na fazenda e sei que isso ajudará muito em nossas atividades”. Mota ainda confessou estar emocionado com a certificação. “Receber esse diploma da mulher mais importante do país me deixou bastante feliz”.
Programa
Por meio do programa Brasil Profissionalizado, criado para fortalecer as redes estaduais de educação profissional e tecnológica, foram firmados convênios, até o fim deste ano, de R$ 35,26 milhões para execução de obras e aquisição de recursos pedagógicos no Tocantins. Outros R$ 4,7 milhões são aplicados na construção de 48 laboratórios, que serão entregues em 2013. O governo federal também repassou recursos para a ampliação e reforma de dez escolas municipais. 
Terra

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

OPINIÃO: A tecnologia não muda os valores que devemos ensinar


Imagem: sxc.hu
Por Talita Moretto
Nova década inicia e um surto tecnológico toma conta dos bancos escolares. É a tecnologia, que antes vista somente na vida social como arte para o entretenimento e bem estar, a partir dos anos 2000 começa a ficar mais evidente nos bancos escolares. Professores ganham novas preocupações que extrapolam o corrigir os cadernos manuscritos dos alunos, as provas subjetivas, os trabalhos pesquisados na biblioteca. Surgem as tais redes sociais e, junto com elas, a mobilidade; as relações com as máquinas ficam mais próximas e que pânico, o que fazer agora?
Mas isso não é nada, de repente começam a aparecer pesquisas que apontam que a maioria dos jovens esconde as suas atividades na web, que a pirataria cresce pela facilidade de baixar filmes e músicas da Internet, que o plágio se intensifica pela técnica rápida do Copiar e Colar, que o bullying migra para o cyber espaço. Pensamos: nossos filhos estão desprotegidos, nossos alunos perderam o foco.
Antes de continuar, acho oportuno esclarecer algo. As “redes sociais” não surgiram com o Orkut ou Facebook, não são frutos da tecnologia ou do mundo virtual. Elas sempre existiram. Formar “redes sociais” é natural em uma comunidade, ou seja, sempre vivemos em nossas redes sociais. O que aconteceu com a chegada dessas “mídias digitais” (o que realmente são) é que elas intensificaram as relações pessoais, justamente por quebrarem fronteiras físicas. Assim, as pessoas migraram suas redes para o mundo virtual, para as plataformas digitais, por isso chamamos Facebook de “mídia social”. Ficou mais claro?
Eu sou jovem e talvez o que eu diga possa não estar de acordo com a maioria dos preceitos, mas eu percebo que a tecnologia está em todas as inovações que presenciamos, só não admitimos isso. Se escrevíamos com lápis e hoje temos caneta, é a evolução tecnológica no escrever; se escrevemos com caneta e hoje temos teclado, é a evolução tecnológica de escrever; mas, se eu quero escrever com lápis mesmo tendo tanta tecnologia nova, é a opção que eu fiz para melhor escrever.
Usar as “novas tecnologias” na educação não é abrir mão do que funciona, do que é conhecido, é optar por um novo modelo de passar o mesmo conhecimento. O ato de ensinar não muda, o que muda são os caminhos que estarão disponíveis para o jovem aprender o que lhe é ensinado.
Um exemplo bem sucedido está no vídeo “Tecnologia na Educação: Monitoria Tecnológica no CIEP Adão Pereira Nunes” (se não existisse Youtube eu não teria acesso a este vídeo, nem vocês que leem este artigo). Uma escola descobriu como adequar-se à vontade dos alunos em utilizar as mídias sociais sem perder o rumo do estudo. Assistam!
O Facebook é uma ótima ferramenta para criar grupos de discussão. Gratuita e prática, ela permite ao professor estar próximo de seus alunos em bate-papos monitorados na rede, bem produtivos por sinal. Mas é necessário conhecer o Facebook antes de criar os grupos. É possível também conduzir pesquisas riquíssimas na Internet utilizando uma prática bem simples e divertida: a WebQuest. É um questionário online que pode ser feito através de uma gincana, por exemplo, onde os alunos são guiados em um tour por sites confiáveis, onde, em grupos, ele precisam achar as respostas para as perguntas colocadas pelos professores. Mas estes precisam conhecer os sites antes de aplicar o questionário. Quando o professor sente que seu trabalho não está sendo visto, que fica apenas entre quatro paredes de uma sala de aula, a Internet, mais uma vez, pode ser sua melhor amiga. Basta criar um blog (existem muitas plataformas gratuitas) e divulgar o que você anda fazendo de legal com seus alunos, estimulando que eles também façam isso. Uma dica: o Blog Função Coruja (fujaenoiz.blogspot.com.br). Pasmem: criado por uma professora de Matemática (não errei não, ela é das exatas mesmo, nada de língua portuguesa) que adora produção textual e envolve todos os alunos na divulgação de informações (notícias) sobre a escola e o bairro. Mas ela pesquisou o que era blog e aprendeu a mexer na ferramenta antes de começar a postar.
A minha visão diante da tecnologia é que ela não mudou os valores pretendidos um uma sociedade. Acredito que os pais continuam sendo os responsáveis por educar, guiar e conduzir seus filhos. Na educação, vejo a web como um espaço que agrega informações boas sim e verdadeiras quando os alunos sabem onde e como pesquisá-las. Afinal, a apropriação de conteúdo alheio, informações falsas, a técnica do Copiar e Colar também podem estar no papel, não apenas no teclado. O mundo virtual não é pior do que é real quando aceitamos conhecê-lo.
Artigo publicado na agência de notíciasAdital Jovem – América Latina e Caribe, em 19 de setembro de 2012.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

IBGE: 10,8% dos alunos em universidades buscam novo diploma



Parcela significativa dos estudantes em universidades já concluíram algum outro curso superior. De acordo com dados inéditos do Censo 2010, revelados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 10,8% dos alunos se enquadram nesta situação, sendo que boa parte têm mais de 40 anos. Do total de estudantes desta faixa etária que estavam cursando o nível superior em 2010, 30,1% já eram formados.

Entre os homens que estavam nos bancos das universidades cursando uma graduação, 10,5% já tinham um diploma de nível superior. Entre as mulheres, tal proporção chegou a 11%.
Entre os estudantes com até 24 anos, 3,9% estavam na mesma situação; para os alunos de 25 a 29 anos de idade, 12,8% buscavam mais um diploma de nível superior; para os que têm de 30 a 34 anos, a proporção é de 17%; já para os estudantes dos 35 a 39 anos, 19,1% já estavam formados.
Na rede pública, 13,2% dos alunos de alguma graduação já tinham outra formação de nível superior. Nas universidades particulares, 9,8% dos estudantes  se enquadravam em situação semelhante.
A rede pública de ensino do país absorve 78,1% dos estudantes do país, mas a participação no ensino superior ainda é pequena, ainda segundo o IBGE. Do total de alunos que estão cursando alguma graduação na universidade, 28,9% estudam em instituições públicas.
Nas regiões Norte e Nordeste, a participação das universidades públicas é mais elevada. No Norte, 36,1% dos alunos que cursam o ensino superior estavam em instituições públicas. Já no Nordeste, essa proporção chegou a 37,3%. No Centro-Oeste, correspondeu a 27,6%, acima do Sul (27,1%) e Sudeste (24,7%).
Entre os alunos que cursavam alguma especialização de nível superior, a participação do setor público é ainda mais baixa. Apenas 22,4% dos estudantes não estavam em instituições privadas. Já nos cursos de mestrado, 52,7% dos alunos estavam na rede pública; entre os que faziam doutorado, 69,8% estudavam em instituições públicas.
Nos cursos de nível mais básico, a participação da rede pública é predominante. Na alfabetização de jovens e adultos, cobriu 95,7% dos estudantes. No ensino fundamental, 92,2% dos alunos estava na rede pública. No ensino médio, essa proporção chegou a 87,2%.

Por Terra

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Game de matemática chegará a 500 mil alunos



 - Reprodução
Um grupo de cientistas precisa de ajuda para montar um gerador nuclear. Eles buscam um operador novato que crie átomos corretamente, a partir de respostas a equações algébricas que, no início, são até fáceis, mas vão ficando cada vez mais complexas na medida em que o ajudante avança nos seus desafios. Parece complicado, mas diante de situações como a descrita acima e de outras também transformadas em games de matemática, cerca de 7.000 alunos do sistema Sesi e de algumas escolas estaduais do Rio têm visto suas notas e seu interesse pela disciplina aumentarem.
Há um ano eles têm usado os jogos Manga High, que propõe exercícios lúdicos, boa parte deles com o famoso traço japonês, para alunos do ensino fundamental ao médio, exigindo desde conceitos simples, como adição, até mais complexos, como fatoração quadrática. Até 2015, o número de estudantes com acesso aos jogos deve saltar para 500 mil.

“Identificamos que a matemática é uma grande carência no ensino médio e que, por consequência, afeta diretamente a qualificação dos empregados na indústria”, afirmou Bruno Gomes, assessor de tecnologias educacionais do Sistema Firjan, do qual as escolas Sesi fazem parte. A partir desse diagnóstico, o sistema foi buscar tecnologias que apresentassem uma possível solução ao problema. Foi então que eles conheceram de perto a empresa inglesa Manga High, que já vinha desenvolvendo games para a área de matemática.

“Passamos um ano traduzindo a plataforma e adaptando ao currículo nacional, que é bem diferente do currículo inglês”, diz Gomes. Hoje, um site em português reúne todos os jogos disponíveis. O dos cientistas, voltado para equações lineares, é um deles, mas a gama de opções tem mais de uma dezena de games, que passam por trigonometria, áreas e perímetros, reflexões, rotações, fatoração em números primos e outras áreas. Para aprenderem formas de incluir esses jogos em sua rotina, os professores passaram por capacitações.

De acordo com Vinícius Mano, professor de matemática na escola Sesi Petrópolis, cada docente escolhe a forma como prefere usar o recurso em sala de aula. “Eu posso usar como exercício durante a aula, posso pedir para que eles façam em casa”, diz ele. Mesmo na classe, ele consegue propor desafios diferentes para os alunos, conforme o nível de cada um, uma vez que os jogos registram o desempenho de todos os estudantes inscritos. “O interesse dos alunos cresceu muito. E para nós, professores, a praticidade é muito maior”, afirma Mano.

Outro fator de estímulo, conta Mano, é que os alunos conseguem competir entre si e com outras escolas, inclusive de fora do país. “Os jovens adoram”, afirma o professor. A liberdade que crianças e jovens têm de errar, sem que isso seja tomado como um grande problema, também é apontada como mais um aspecto que leva os alunos a quererem aprender pelos games. Um terceiro ponto que aumenta a vontade que os alunos têm de participar é o fato de os jogos serem atualizados a cada seis ou oito semanas, o que dá a sensação de que há algo a descobrir.

“Com quase um ano de projeto implementado, percebemos resultados importantes de melhora na atenção, realização de mais exercícios e maior interesse dos alunos em matemática. Estamos acompanhando também o impacto e a correlação [do uso dos games] no aumento do desempenho escolar dos alunos”, diz Gomes, que esteve envolvido no estudo Horizon Report. O estudo apontou as tecnologias que estarão presentes em escala nas escolas brasileiras em um período de tempo de um a cinco anos. Entre as conclusões da pesquisa, que Gomes reafirma, está o futuro dos games. “O processo de inclusão de games nos ambientes educacionais é uma tendência forte e será ampliadas para outras disciplinas.”

Estadão

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Pesquisa revela como os jovens têm acessado e usado novas tecnologias



Para mapear usos e hábitos de consumo das novas gerações diante das tecnologias da informação e comunicação digitais no Brasil, a Fundação Telefônica, junto ao Ibope e a Escola do Futuro (USP) realizou a pesquisa “Gerações Interativas Brasil – Crianças e Jovens diante das Telas”.
Os dados, coletados entre 2010 e 2011, junto a 18 mil crianças e jovens, com idades entre 6 e 18 anos, confrontam informações sobre as formas de uso e acesso diante de quatro telas: TV, celular, internet e videogames. O levantamento leva em conta ainda as regiões do país, a faixa etária, o sexo e o meio - rural ou urbano.

De acordo com a pesquisa, o celular representa a tela de convergência por excelência. Pela ordem, os entrevistados declararam que utilizam o aparelho para: falar (89,5% dos jovens); mandar mensagens (60,8%); ouvir música ou rádio (60,6%); como relógio e despertador (57,2%); jogar (49,2%),  como calculadora (45%); para fazer fotos (42,9%); gravar vídeos (40,9%); ver fotos e vídeos (40,3%); usar a agenda (38,4%); baixar arquivos (22,5%); assistir TV (22,1%); bater papo (20,8%); e navegar na internet (19%).
Já a internet é usada para tarefas escolares, compartilhar músicas, vídeos, fotos, ver páginas na web, utilizar redes sociais, bater papo e usar email. Um total de 11,1% dos jovens relatam que aprenderam a navegar com um professor.
Os números revelam que as diferenças socioeconômicas entre as regiões brasileiras impactam na posse e acesso a esses recursos. Observou-se que, enquanto a presença de computadores domésticos atingiu 70,4% das crianças do Sudeste e 55,1% das residentes no Sul, no Norte e Nordeste esse número cai para 23,6% e 21,2%, respectivamente.
Publicação
Num total de oito capítulos, o levantamento traz também parte do referencial teórico abordado pela pesquisa. Em um de seus capítulos, termos ainda pouco usados no Brasil são explicados, entre eles, “Literacia” (“conjunto de competências relacionados à leitura, escrita e cálculo nas mais diferentes formas de representação”) e “Grafocêntrico” (“diz respeito ao estado ou condição no qual se considera a escrita como centro das atividades da produção e disseminação do conhecimento”).
Entre os tópicos abordados, estão desde perguntas ligadas a posse dos equipamentos, a percepção do tempo gasto com cada instrumento de acesso, e também sobre as mediações dadas pelos contextos de uso, como o envolvimento de pais e famílias, com recomendações de uso, até o acesso à infraestrutura dado por cada região. O nível de engajamento das escolas e o papel dos professores na assimilação das tecnologias digitais pelos alunos também foram abordados.

Aprendiz 


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Especialista: formação do professor é investimento, não custo



Consultor de organizações como o Banco Mundial, Unesco e a OCDE, além de autor de livros que são referência no assunto, Hargreaves vê na dinâmica .... Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
O futuro das transformações educacionais no mundo está na inovação, na inclusão e na incorporação de tecnologias digitais no aprendizado - mas a importância do professor em sala de aula não diminui. A avaliação é do professor de Educação Andrew Hargreaves, da Lynch School of Education da Boston College, nos Estados Unidos.
Consultor de organizações como o Banco Mundial, Unesco e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e autor de livros que são referência no assunto, Hargreaves vê na dinâmica adotada em alguns países desenvolvidos um modelo para resgatar a qualidade da educação. Essa mudança passa por uma formação mais rigorosa dos educadores, bem como políticas de incentivo à profissão.

Hargreaves discute também como a ideia do design thinking pode aproximar professores e alunos, além de promover um aprendizado adaptado às necessidades particulares de cada estudante - fugindo, assim, dos padrões utilizados tradicionalmente. "O design thinking trata de aproximar mudanças ou inovações de uma organização por meio da ideia de que todos os esforços têm um design ou uma arquitetura implícitos, baseados em suposições sobre como as pessoas se comportam, o que as motiva e como eles mudam", explica.
No livro The Fourth Way: The Inspiring Future for Educational Change (O Quarto Caminho: o futuro inspirador para mudar a educação, em tradução livre), discutiu o termo fourth way para descrever os fatores comuns e os princípios que caracterizam países e escolas com alto desempenho educacional.
"Em economias desenvolvidas, o first way das décadas de 1960 e 1970 (os anos de Paulo Freire no Brasil) tiveram excelentes ideais progressistas de justiça social e inovação, mas sem meios para alcançá-los. O second way de (Margaret) Thatcher, (Ronald) Reagan e (Augusto) Pinochet impôs uma forma de ampliação dessa mudança através da padronização, do controle e da competição de mercado. O third way de (Bill) Clinton e (Tony) Blair tentou encontrar um meio-termo entre o mercado e o Estado e proporcionando mais apoio e formação aos professores", explica. Fourth way trata de um modelo mais democrático, com mais envolvimento da comunidade e professores com mais autonomia em relação ao governo e corresponsabilidade sobre os alunos.
Confira, em entrevista concedida ao Terra, as principais observações do professor em relação à educação no mundo e no Brasil:
Terra - O senhor poderia dar exemplos de como aplicar o design thinking em uma organização?
Andrew Hargreaves - Alguns modelos presumem que o trabalho é simples, as pessoas não são dignas de confiança e precisam ser motivadas por incentivos externos. Outras arquiteturas de mudança supõem que o trabalho é complexo, as pessoas são motivadas pela satisfação intrínseca em fazer um trabalho interessante e útil e são confiáveis para encontrar suas próprias soluções para os problemas.
A organização que adota essas arquiteturas dá aos funcionários maior habilidade de decisão, incentiva-os a colaborar e reconhece que a maior inovação vem de baixo.
Terra - Que tipo de vantagem isso pode trazer para o processo de ensino e aprendizado?
Hargreaves - Isso pode ajudar as pessoas a ver a interligação de um sistema, como as partes trabalham juntas e afetam umas às outras. Nem todo mundo aprende da mesma forma - algumas pessoas aprendem bem ouvindo ou lendo; outras têm de testar fisicamente um conceito científico por meio da manipulação de materiais. Alguns aprendem rápido; outros levam mais tempo. Isso nos leva a debater quais tipos de currículos são necessários para atender a uma variedade de estudantes.
Um dos princípios de concepção do currículo é chamado design universal. Em vez de primeiro criar um edifício para só depois pensar em como ele pode ser adaptado para pessoas com deficiência, se concebe uma edificação que, desde o início, pode ser usada e desfrutada pelo máximo de pessoas possível. O mesmo vale para uma sala de aula: em vez de pensar uma que presume que todos viverão a experiência da mesma maneira e só depois fazer ajustes para aqueles cujo aprendizado é diferente, é melhor propiciar, desde o início, experiências de ensino inclusivas.
Terra - Qual é a diferença entre esse método e o tradicional?
Hargreaves - Os métodos tradicionais são padronizados. Embora haja algumas exceções, inclusive no Brasil, por mais de cem anos, o ensino tem um currículo pré-definido, para crianças agrupadas por idade e seguindo o mesmo ritmo, de uma forma bastante padronizada.
Alguns movimentos modernos de reforma querem perpetuar e até mesmo intensificar isso - concentrando apenas em alfabetização e matemática nos primeiros anos, prescrevendo o currículo de forma severa e monitorando todos por meio de testes padronizados.
Terra - O senhor poderia apontar bons exemplos de design thinking (ou do fourth way) aplicadas à educação no mundo?
Hargreaves - Entre os países que eu já havia mencionado (Canadá, Finlândia e Cingapura), o mais relevante deles para o Brasil, talvez, seja Cingapura, que passou do terceiro mundo para um país de primeiro mundo em uma geração e meia, e onde a transformação do sistema educacional foi grande parte dessa conquista.
Despesas de educação em Cingapura ficam atrás apenas das despesas militares. Professores iniciantes são pagos tanto quanto engenheiros, para atrair os melhores matemáticos e cientistas para o ensino. Há uma grande ênfase na inovação curricular, e há aplicações muito eficazes da tecnologia em combinação com um bom ensino, sem substituí-lo. Colaboração e comunicação são valores primordiais. Cingapurianos dizem que passam adiante suas melhores ideias porque isso os leva a inventar novas. Todos nós podemos aprender com isso.
Terra - Como o senhor vê a posição social, a reputação e a valorização do professor em uma perspectiva mundial?
Hargreaves - Nos países onde o desempenho da educação são os mais altos do mundo, como Canadá, Cingapura e Finlândia, os professores têm alto valor social. Eles são bem pagos e muito bem treinados.
Eles trabalham em ambientes bastante colaborativos, onde os professores detêm uma responsabilidade coletiva sobre os estudantes em geral, não apenas sobre aqueles matriculados em sua sala de aula. Os professores são vistos como pessoas que criam o futuro da sociedade. Eles são um investimento, não um custo.
Infelizmente, com a crise financeira global, os professores são vistos como uma carga tributária cara e um custo para os estados endividados. Portanto, há muitas medidas que visam a incentivar pessoas a lecionar por apenas alguns anos enquanto jovens (o que mantém o custo do ensino baixo), regular o ensino com mais força (o que permite remover pessoas indesejadas da profissão mais facilmente), reduzir as qualificações exigidas para o ensino e tentar substituir, sempre que possível, o método tradicional pela aprendizagem online de forma independente.
Em países em desenvolvimento, essa situação é ainda mais problemática, pois os bancos internacionais de crédito frequentemente impõem uma proibição nos aumentos de salário para professores como condição de empréstimo. O resultado é um corpo docente com baixa qualificação, sem tempo para colaborar (porque às vezes os professores têm de trabalhar em dois empregos) e sem as habilidades para mediar o uso da tecnologia na sala de aula.
Terra - Em que sentido o processo de formação de professores precisa ser melhorado?
Hargreaves - A preparação dos professores, assim como a de médicos, é extremamente importante para torná-lo um profissional. Infelizmente, a qualidade da formação do professor é muito variável. Por razões históricas, muitas instituições de ensino voltadas para esse tipo de formação contam com professores e instrutores que não foram bons educadores, ou sequer atuaram como professores.
Os que buscam essa formação são mal supervisionados nas escolas e muitas vezes são espalhados em diversas escolas (o que resulta em um suporte deficiente) em vez de trabalhar em equipes, desenvolvendo os mesmos projetos em menos escolas. Países de alto desempenho em educação têm menos instituições de formação de professores, porém de maior porte, com maior qualidade. Os educadores ficam intimamente ligados a escolas locais e também mantêm uma boa comunicação com a política governamental.
Terra - O que precisa ser mudado para melhorar a educação em países com o Brasil?
Hargreaves - Nos últimos anos, a Organização das Nações Unidas enfatizou justamente a necessidade de acesso universal ao ensino primário básico para todas as crianças. O governo brasileiro tem tomado medidas heroicas que o tornaram um líder mundial em pagar as famílias para enviar seus filhos à escola, para que eles não tenham que trabalhar ou catar coisas na rua para sustentar suas famílias, que vivem em extrema pobreza. O próximo objetivo, acredito, é o acesso universal à educação de qualidade.
O objetivo a longo prazo é mudar a preparação dos professores e melhorar sua remuneração, para que isso não os desvie do núcleo de seu trabalho. No curto prazo, há grandes evidências de que, em qualquer grupo de professores, é possível melhorar significativamente a qualidade do ensino ao reforçar o capital social dos docentes oferecendo oportunidades para que eles vejam exemplos de boas práticas em outras escolas, tecnologia para se comunicarem online etc. Esse esforço envolve um custo baixo para um retorno mais rápido, ao mesmo tempo em que o país aumenta lentamente o seu investimento na profissão docente como um todo.
A segunda questão que afeta a qualidade é a equidade. Relatórios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico mostram claramente que, se você quiser aumentar a qualidade, você tem que melhorar a equidade. Então, Brasil e outros países como ele devem procurar formas de reduzir as diferenças de qualidade entre as escolas públicas e privadas, por meio de subsídios e outras medidas.
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Instituto Cervantes criará rede ibero-americana para formação de professores



O Instituto Cervantes aproveitará a 4ª edição do Congresso Internacional da Língua Espanhola, que será realizado no Panamá em novembro de 2013, para concluir a criação de uma rede ibero-americana de centros de formação de professores de espanhol como língua estrangeira.
"A criação dessa rede é algo urgente", declarou nesta terça-feira o diretor do Instituto Cervantes, Víctor García de la Concha, durante a apresentação de "El Libro del Español Correcto", editado pela Espasa.

Desde que assumiu a direção do Cervantes, em janeiro de 2012, García de la Concha vem insistindo na necessidade de reforçar a vocação ibero-americana deste organismo, além de contar com as instituições e universidades latino-americanas para promover a língua espanhola pelo mundo.
O diretor do Cervantes, que acaba de voltar de uma viagem ao México, também falou "com diferentes autoridades" sobre a criação dessa rede ibero-americana de centros de formação de professores de espanhol.
"Esperamos que essa rede possa estar configurada em novembro de 2013, algo que é tido como urgente pela grande necessidade de professores preparados".
A formação desses professores deverá levar em conta as especificidades de cada região do mundo. "Não é a mesma coisa ensinar espanhol a um chinês e a um alemão ou a um maia que chega aos Estados Unidos", completou.
García de la Concha também se reuniu hoje com o diretor da cidade madrilena de Alcalá de Henares, Javier Belo, a quem assinalou que essa cidade será a sede da Rede Ibero-Americana de Centros de Professores de Espanhol.
Ao término da reunião, Belo celebrou a escolha de Alcalá como sede do projeto e exaltou sua experiência como ponte de união com a região ibero-americana e na formação de professores de espanhol.
O próximo Congresso Internacional da Língua Espanhola estará organizado, como todos estes grandes encontros culturais, pelas Academias da Língua Espanhola e pelo Instituto Cervantes.
O último congresso da língua espanhola, que deveria ocorrer em Valparaíso (Chile), em março de 2010, teve que ser suspenso por causa de um forte terremoto que sacudiu o país poucos dias antes. No entanto, as conferências foram realizadas via internet e evitaram assim que os esforços por trás de cada congresso fossem perdidos.
A primeira edição desse congresso foi realizada na cidade mexicana de Zacatecas em 1997, seguida de Valladolid (Espanha), em 2001; Rosário (Argentina), em 2004, e Cartagena das Indias (Colômbia), em 2007.
EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Em reunião com a CNTE, Aloizio Mercadante defende 100% dos royalties do petróleo para a educação e o reajuste do piso nacional


Em reunião com a CNTE nesta terça-feira, o ministro Aloizio Mercadante defendeu a inclusão de medida que direciona 100% dos royalties do petróleo para a educação no Plano Nacional de Educação e a aplicação imediata do PNE. "Minha preocupação é que o PNE não vire um tratado de Kyoto onde todo mundo concorda, mas ninguém aplica", afirmou. Mercadante irá ao senado em audiência pública na próxima quinta-feira para defender os 100% dos royalties para a educação no texto do PNE.
A proposta do critério de reajuste do Piso Nacional do Magistério elaborada pela CNTE, Undime, Campanha Nacional Pelo Direito à Educação e Comissão de Educação e Cultura na Câmara, que prevê a reposição da inflação pelo INPC e mais 50% equivalente ao crescimento das receitas do Fundeb, anualmente, também fez parte da reunião.
Roberto Leão, presidente da CNTE, lembrou que a proposta da CNTE é a de um reajuste mais seguro e substancial para os professores, contando com a aprovação de Mercadante. O ministro afirmou que o MEC não apoiará nenhuma negociação que não vise ganho real para os professores. Agora, a CNTE irá pressionar os deputados para que o governo encaminhe uma Medida Provisória aprovando o reajuste ainda este ano. Nesta quarta-feira, a CNTE se reunirá com a deputada Fátima Bezerra, líder da Comissão de Educação e Cultura na Câmara.
O MEC também se comprometeu a priorizar a homologação do parecer do Conselho Nacional de Educação sobre a jornada, respeitando o 1/3 da hora atividade. O objetivo é chegar a uma solução até o final do ano.
Assine a petição defendendo o veto e a destinação de 100% dos royalties do petróleo para educação, através desse link.

Por CNTE

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sala de aula Star Trek ajuda crianças a aprender matemática



Com mesas sensíveis ao toque e conectadas ao quadro negro, sala permite mais participação e pro-atividade dos alunos. Foto: DivulgaçãoTudo no futuro parece que será conectado e sensível ao toque: o que inclui as salas de aula. Pesquisadores da universidade de Durham, no Reino Unido, descobriram que trabalhar coletivamente e com mesas multi-touch ajuda as crianças a aprender matemática.
Um estudo que durou cerca de três anos e fez experimentos com mais de 400 estudantes, a maioria de 8 a 10 anos, percebeu que a flexibilidade e a fluência dos baixinhos com os números melhoram quando eles trabalham em grupo em mesas sensíveis ao toque - a sala é chamada de Star Trek. A ideia é que todos contribuem para o raciocínio, de forma criativa e coletiva.

"Percebemos que as mesas encorajam os estudantes a colaborar mais efetivamente. Ficamos impressionados ao observar grupos de estudantes ajudando a melhorar o entendimento dos outros de conceitos de matemática. Esse tipo de colaboração não aconteceu quando os estudantes usaram papel", diz a pesquisadora chefe, Liz Burd, da Escola de Educação da Durham.
"Nosso objetivo era estimular níveis maiores de engajamento dos estudantes, onde o conhecimento é obtido no compartilhamento, na criatividade e na resolução de problemas, em vez de ao assistir (as aulas) passivamente", continua Liz. Segundo os dados da pesquisa - publicados no periódicoLearning and Instruction -, as crianças que trabalham em grupo e com mesas multi-touch melhoraram a flexibilidade e a fluência em matemática, enquanto as que lidaram com papel melhoraram apenas a flexibilidade.
O projeto Synergy, no qual se insere a pesquisa, desenvolveu mesas capazes de perceber múltiplos toques simultâneos graças a sensores de visão que leem luzes infravermelhas. As mesas são conectadas entre si e com um quadro inteligente.
O programa desenvolvido pelos pesquisadores da universidade permite que o professor envie diferentes exercícios para cada mesa, e também de uma mesa para a outra, para que, por exemplo, um grupo complemente o trabalho do anterior. Ainda é possível o docente acompanhar cada grupo de alunos, identificar se algum está com dificuldades e o auxiliar sem atrapalhar a atividade coletiva dos demais.
"É possível atingir fluência em matemática pela prática, mas ampliar a capacidade dos estudantes de achar diferentes soluções aritméticas é algo mais difícil de ensinar. Essa sala de aula pode ajudar professores a usar o aprendizado colaborativo para melhorar a flexibilidade dos alunos com a matemática", afirma a pesquisadora Emma Mercier.
Os custos de implantar salas de aula como a Star Trek ainda é alto, dizem os pesquisadores, mas desde o início dos estudos os valores baixaram consideravelmente, apontam. Eles ainda indicam que outras disciplinas poderiam se beneficiar da tecnologia tanto quanto a matemática.
O Synergy foi desenvolvido em 12 escolas do nordeste britânico e é uma iniciativa interdisciplinar com colaboração da Escola de Educação, do Departamento de Psicologia e do Departamento de Ciência da Computação.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Mercadante entrega 200 tablets para professores em Brasília



O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, entregou 200 tablets aos coordenadores estaduais do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo Integrado) e representantes de 18 universidades federais participantes do programa. Os equipamentos são destinados à capacitação de professores. ''Há uma demanda explosiva por educação no Brasil. A desigualdade social está na escola'', disse o ministro em solenidade realizada nesta terça-feira, em Brasília.

Para Mercadante, começar a capacitação dos tablets pelo professor do ensino médio é estratégico. ''Estamos discutindo em como melhorar o ensino médio e temos que fortalecer o professor dentro de sala de aula e o melhor caminho é o tablet'', avaliou Mercadante.
Foram licitados pela pasta dois modelos de tablets, um com sete e outro com 9,7 polegadas. As vencedoras foram as empresas brasileiras Positivo e Digibras. Os Estados e municípios podem aderir diretamente ao registro de preços, cuja ata terá vigência até junho de 2013.
Para dar início à capacitação pedagógica de professores do ensino médio da rede pública de todo País, o ministério adquiriu 5 mil unidades de tablets para serem utilizados no projeto piloto do Proinfo Integrado. A entrega dos aparelhos nas escolas será realizada em 2013. Os coordenadores do programa farão curso de formação para, em seguida, treinar os multiplicadores, que formarão os professores em cada estado participante.
O modelo de sete polegadas para distribuição nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste tem um custo aos cofres públicos de R$ 278,90 e, para o Nordeste e Sul, de R$ 276,99. Já o modelo de 9,7 polegadas será adquirido pelos Estados pelo valor de R$ 461,99 para o Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste e de R$ 462,49 para Nordeste e Sul. De acordo com o ministro, um tablet de 7 polegadas com as mesmas especificações é vendido no mercado brasileiro por R$ 799, em média.
Segundo Mercadante, com a entrega de novas tecnologias da informação, os professores e as escolas públicas vão poder combinar os equipamentos com as demais mídias. Ele citou o Portal do Professor, onde estão disponíveis cerca de 15 mil aulas criadas por educadores e aprovadas por um comitê editorial do MEC. Além disso, o ministro destacou que todas as obras literárias e livros didáticos adquiridos pela pasta também estão disponíveis no equipamento.
O Ministério da Educação (MEC) transferiu este ano R$ 117 milhões a 24 estados e Distrito Federal para compra de 382.317 tablets, que serão destinados inicialmente a professores de escolas de ensino médio do país. Mercadante anunciou também que na próxima sexta-feira, ministros da Educação dos países do Mercosul vão se reunir em Brasília e lançarão um programa de intercâmbio digital.



Com informações do Blog do Professor Ivanilson

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Anunciado em 2011, projeto do MEC não entregou nenhum tablet



A menos de um mês para o fim do ano letivo, o programa nacional de distribuição de tablets para professores de ensino médio da rede estadual não entregou nenhum aparelho. Anunciada em 2011 pelo Ministério da Educação (MEC), a distribuição dos aparelhos estava prevista para iniciar ainda em 2012.
Em fevereiro deste ano, o ministro Aloizio Mercadante afirmou que cerca de R$ 150 milhões seriam utilizados para comprar e distribuir 600 mil tablets ainda em 2012.
Até o início do mês de novembro, segundo o MEC, o valor total do projeto, cerca de R$ 330 milhões, foi utilizado pelos estados que aderiram ao programa para adquirir 409.793 dos 900 mil tablets que devem ser distribuídos até 2013. Ainda de acordo com o ministério, o atraso na distribuição dos aparelhos se deve à variação no prazo de entrega, que depende dos contratos feitos por cada estado.
No Pará, segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a primeira remessa de 12.458 tablets, que serão utilizados em 545 escolas, está em processo de aquisição, e o treinamento dos professores começará em 2013. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação da Bahia, o estado já fechou contrato com uma fabricante de tablets, mas não possui informações sobre a data de entrega dos produtos. No Rio de Janeiro, a Secretaria de Educação estima que 34.340 tablets sejam distribuídos em dezembro. Com investimento de cerca de R$ 9,5 milhões, o Paraná pretende distribuir 27 mil tablets de 7 e 10 polegadas para os professores da rede estadual até janeiro de 2013, além de comprar mais 5 mil, para estoque de reserva.
Nos dois estados mais populosos do País, a distribuição dos tablets também não começou ainda. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, os 73 mil aparelhos estão previstos para serem distribuídos a partir de dezembro, enquanto em Minas Gerais, de acordo com a assessoria da secretaria de educação do estado, 66.294 tablets poderão ser utilizados pelos professores do ensino médio apenas em 2013.
Fabricados no Brasil pelas empresas CCE Digibras e Positivo Informática, os tablets terão a distribuição restrita a escolas da rede estadual, em áreas urbanas e com internet banda larga sem fio. Amapá e Maranhão são os únicos estados que não aderiram ao programa. Com 7 ou 10 polegadas e conteúdos de disciplinas como física e química traduzidos de portais em inglês, os tablets devem chegar a institutos federais e escolas da rede municipal em um segundo estágio do programa, e sem recursos federais nessas últimas, segundo o MEC.
Programa não prevê capacitação de professores
O uso dos tablets em sala de aula já vem sendo adotado em diversos países, e pode ser sinônimo de melhora no desempenho escolar, segundo pesquisa da norte-americana Abilene Christian University. Após três anos de estudos com estudantes da própria universidade, os pesquisadores afirmaram que aqueles que utilizaram seus iPads para anotar os conteúdos vistos em sala de aula apresentaram um desempenho 25% maior em relação aos colegas que escreveram a matéria no caderno.
No caso do programa do MEC, no entanto, a falta de uma definição de estratégias de utilização das ferramentas e capacitação dos professores, gera um pessimismo entre especialistas em educação. "As expectativas não são muito boas, pois programas como esse já nascem enviesados; não se pensa na formação do professor e na infraestrutura das escolas. Essas iniciativas devem ser bem planejadas, pois a tecnologia tem cada vez mais relevância no processo educacional, e a garotada precisa aprender a usar materiais multimídia que interessem a eles, que evitem que o ensino se torne tedioso. É muito além de sair por aí comprando equipamento", destaca Luciana Allan, diretora técnica do Instituto Crescer para a Cidadania, que trabalha com projetos educacionais e tem sede em São Paulo (SP).
Além do programa federal, iniciativas dos próprios estados já levam tablets para as salas de aula do ensino médio de colégios públicos. Em Pernambuco, a secretaria de educação implantou, em 2008, o Professor Conectado, que forneceu notebooks para todos os professores da rede estadual e internet sem fio em 450 escolas estaduais. Até o final de 2013, o órgão pretende levar rede sem fio a todas as 1,1 mil escolas da rede. Além de aderir ao programa do MEC, encomendando 18 mil tablets para os professores do ensino médio (ainda sem previsão de entrega), a secretaria está distribuindo, desde julho deste ano, tablets para os estudantes da rede estadual do 2º e do 3º anos do ensino médio, em 750 escolas.
Segundo o secretário de educação do estado, Anderson Gomes, o programa teve um custo de R$ 115 milhões, e até meados de novembro, 170 mil tablets devem ser utilizados pelos alunos pernambucanos. "Houve atrasos sim, mas eles foram superados, e os alunos estão recebendo normalmente os tablets. É cedo para dizer qual o impacto do programa, e a discussão deve ultrapassar a necessidade ou não de ter o tablet, pois não podemos pensar mais em um ambiente onde o estudante não tem contato com a tecnologia, que é uma ferramenta adicional para obtenção de informação", destaca.
Uma das primeiras escolas a receber os tablets do governo de Pernambuco, o Ginásio Pernambucano conta com 700 alunos no ensino médio, e cerca de 470, matriculados nos dois últimos anos, utilizam os tablets desde julho. Segundo a gestora geral do colégio, Neuza Pontes de Mendonça, os estudantes podem levar o produto para casa, mas só utilizam a ferramenta em aula com a autorização do professor.
Apesar de destacar como positivo o uso dos tablets no ambiente escolar, com o aumento do interesse dos estudantes por pesquisas relacionadas com disciplinas estudadas na sala de aula, Neuza ressalta a falta de orientação prévia aos alunos e professores sobre o conteúdo disponível nos tablets antes do recebimento dos produtos. "Não houve diretamente um projeto pedagógico, uma preparação anterior. Passamos a entender o funcionamento do tablet apenas quando ele chegou na escola. Não houve grandes dificuldades, e os alunos estão aproveitando a ferramenta como um recurso pedagógico na elaboração de trabalhos e blogs, mas se nós soubéssemos quais conteúdos seriam distribuídos, o uso teria sido mais fácil", afirma.
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Rio de Janeiro terá escola integral focada em novas tecnologias



Uma escola onde o aluno será protagonista de sua formação, participando da construção do próprio saber e envolvendo-se nos processos de aprendizagem. É esta a ambição do Ginásio Experimental de Novas Tecnologias (GENTE), escola piloto de tempo integral que começa a ser implementada em 2013 na Rocinha, comunidade da zona sul carioca, pela Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio de Janeiro.

A primeira unidade do GENTE terá sede na Escola Municipal André Urani, com capacidade para atender 210 alunos do 7º ao 9º anos. Beatriz Alqueres, gerente de projetos estratégicos da Secretaria explica que os alunos não serão reunidos por ano seriado, mas por competências. “O objetivo não é trabalhar por conteúdo, mas com a construção de habilidades”, diz.
Norteada por um princípio de excelência acadêmica aliada aos projetos de vida dos alunos, a concepção do GENTE partiu de estudos feitos com escolas inovadoras internacionais, onde foi possível observar formas pioneiras nos processos de avaliação, na ambientação interna, na gestão e formação dos docentes.
Itinerários
Ao ingressar no GENTE todos os alunos passarão por uma prova diagnóstica para identificar possíveis deficiências ou níveis diferentes de aprendizagem. Feito o teste, os alunos receberão um itinerário formativo, com foco nas habilidades e competências que desenvolverão durante aquele período e pelas quais avançarão. As avaliações bimestrais serão realizadas por um sistema informatizado, aplicadas no computador, gerando resultados imediatamente.
Cumprida a grade de atividades básicas, o aluno pode escolher, segundo seus interesses, quais atividades eletivas quer realizar, constituindo uma aprendizagem individualizada e personalizada. Entre as disciplinas eletivas, estão “cineclube”, “construção de blogs como portfólio”, “inteligência artifical” – em parceria com a Universidade de Stanford –, “webdesign”, “programação básica” e “os últimos livros de Shakespeare, em inglês” – esta última viabilizada graças a uma parceria com a Universidade de Harvard.
Para proporcionar maior eficácia, as aulas valorizam a transdisciplinaridade, em ambientes amplos e integrados, com projetos desenvolvidos a partir de uma situação problema ou perguntas dos próprios alunos. Os professores são polivalentes, atuando em todos os núcleos do conhecimento. “O professor se torna um arquiteto da aprendizagem do aluno, disponibilizando recursos no itinerário do estudante. Seu papel não será o de transmissor, mas daquele que garante a aprendizagem”, ressalta Beatriz.

Solidários
A ideia é que o professor acompanhe os alunos mais de perto, tornando-se um tutor a partir das motivações identificadas com os ideais e projeto de vida elaborado pelo aluno. O efeito é estratégico. De acordo com Beatriz, “isso aumenta a motivação para se frequentar a escola, a assiduidade, encontrando mais sentido pela aplicação prática dos saberes”.
As novas tecnologias serão empregadas como recursos didáticos para motivar e ampliar o envolvimento dos alunos. Cadernos serão substituídos por tablets e smartphones, e usados tanto por alunos quanto professores.
Outro eixo norteador das atividades são o desenvolvimento das habilidades não cognitivas, tais como a desenvoltura socioemocional, além da criatividade e da colaboração em grupo. “Num projeto como esse, o foco é justamente criar cidadãos mais autônomos, solidários e competentes, capazes de intervir onde vivem com projetos e estratégias criticas e participativas”, ressalta Beatriz.
Rocinha
“A Rocinha é uma região da cidade com carência de escolas ginasiais que atendam do 7º ao 9º ano”, observa Beatriz Alquéres. Com três escolas municipais e um Ciep – Centro Integrado de Educação Pública –, a Rocinha é a região administrativa da cidade que tem a população com menor nível de escolaridade entre todas do município do Rio de Janeiro, segundo estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com Beatriz, o local que abrigará o GENTE foi um clube esportivo, recentemente desativado, o que também favoreceu a transformação do espaço em unidade escolar de tempo integral. “Uma área que é dominada por uma milícia do tráfico vai depender de mil outros fatores [para mudar], mas também da formação das pessoas daquele território e da consciência da influência da participação deles na transformação”.
Território de alta vulnerabilidade social, a Rocinha, localizada entre os bairros da Gávea e São Conrado, conta atualmente com 69,3 mil moradores, segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No dia 13 de novembro de 2011, numa intervenção integrada entre as forças armadas e as polícias Federal, Civil e Militar, a comunidade viu serem apreendidas armas e drogas, além de terem sido detidos suspeitos e criminosos ligados ao narcotráfico.
Conhecida como “Operação Choque de Paz”, um ano depois a região permanece patrulhada por 700 policiais militares. Embora a ocupação tenha trazido serviços básicos que antes não chegavam à comunidade, como água, luz e coleta de lixo, outras solicitações ainda não foram atendidas, como melhoria no trânsito e tratamento de esgoto.

Aprendiz

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Facebook, Twitter e YouTube: eles podem ser os melhores amigos dos seus estudos

Se você considera Facebook, Twitter e YouTube companheiros só para a hora do lazer, está na hora de pensar diferente. Ferramentas como essas podem ser seus melhores amigos nos estudos, dizem especialistas de tecnologias da educação.
Quer escrever melhor? Conte com a ajuda de Twitter, Wikipédia e um blog. Treinar línguas estrangeiras? O Facebook pode dar uma bela mão. Entender melhor a reprodução das plantas gimnospermas? Talvez a resposta esteja lá no YouTube, entre todos aqueles vídeos de palhaçadas. São usos como esses e muitos outros que estão fazendo das ferramentas aliadas do aprendizado.

Twitter, Facebook, blogs, YouTube... Como eles podem ajudar nos estudos

Foto 5 de 5 - Mais Arte/UOL
As novas tecnologias nos tornaram consumidores vorazes de informação. Ao mesmo tempo, nos deram instrumentos poderosos para nos comunicar com quantas pessoas quisermos. “Nesse processo, podemos aprender muito mais sobre nós mesmos e o mundo”, diz Will Richardson, em seu livro Blogs, wikis, podcasts and other powerful Web tools for classrooms (Ed. Corwin, sem tradução para o português).

 

Não caia em armadilhas

Mas para tirar o melhor proveito da internet sem cair em armadilhas, é preciso responsabilidade e um tanto de cuidado. Isso é verdade principalmente para os mais novos, que em muitos casos aprenderam sozinhos a se virar no mundo virtual sem ter um guia. “A escola precisa ajudá-los nisso, pois tem por função preparar os alunos para a vida. Essa função cabe também aos pais”, diz Marcos Telles, consultor da DynamicLab, empresa especializada no uso da tecnologia no ensino.
É preciso preparo para entender as consequências do que se faz na internet. Também é essencial ter em mente que nem toda informação é confiável. Isso vale para os adultos também, para protegerem a si próprios e desempenharem o papel de mediadores na hora de falar sobre o assunto com os pequenos.
“É um trabalho em parceria. Os jovens sabem mais sobre tecnologia, enquanto os mais velhos têm mais noção sobre os riscos envolvidos”, diz Valdenice Minatel, coordenadora do Departamento de Tecnologia Educacional do Colégio Dante Alighieri, em São Paulo (SP).

UOL EDUCAÇÃO

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Cinco passos para a sua empresa dominar as redes sociais com sucesso



Thinkstock
Thinkstock
Treinamento de mídia social está se tornando cada vez mais fundamental para muitas empresas nos dias de hoje. Embora a prática tenha começado como um adicional na área de comunicação, agora, companhias como PepsiCo, Adidas e HP não só tornaram a plataforma parte do currículo, como oferecem treinamento para os seus funcionários sobre o tema.
Uma motivação óbvia para formalizar programas e políticas de mídias sociais em uma empresa é evitar um desastre nas redes sociais. Um exemplo é o vídeo "Dirty Domino’s Pizza" (Pizza suja da Domino’s), em que dois funcionários da rede aparecem brincando com os alimentos durante a preparação. O resultado? Ambos foram demitidos e presos sob a acusação de adulteração de alimentos. Três anos depois, quando se faz uma pesquisa no Google sobre a empresa, esse vídeo é o quinto resultado encontrado.
Empresas como Unisys, Sprint e HP têm um treinamento de mídias sociais para evitar esse tipo de crise e mostrar aos funcionários como as redes sociais podem ser ferramentas valiosas do negócio, que podem aumentar desempenho e produtividade.
Segundo Sara Folkerts, gerente de mídias sociais da Sprint, os funcionários muitas vezes ficam confusos em como usar a rede interna de forma correta. Ela notou que os empregados se esquecem das regras assim que ficam on-line. Por causa disso, a empresa decidiu estabelecer algumas regras gerais específicas para a internet.
Mas implementar esse treinamento não é um processo simples. Aqui vão cinco passos que simplificarão a medida e ajudarão no futuro da sua empresa.
1. Comece cedo
Na Unisys, a primeira coisa que os novos funcionários tomam conhecimento é a política de redes sociais. É um dos passos da contratação. “Nós começamos a tratar do assunto no primeiro dia de trabalho do novo empregado. Logo, teremos um vídeo explicativo sobre como agir nas redes sociais”, afirma Gloria Burke, diretora do departamento de conhecimento e colaboração da empresa. Criar um treinamento para novos funcionários envia uma mensagem para todos os outros de que existem regras nas mídias sociais.
2. Crie uma marca para o programa de treinamento de redes sociais
Os funcionários ficam mais entusiasmados e comprometidos e sentem que fazem parte de uma marca. Na Sprint, o programa de treinamento de redes sociais é chamado Sprint Ninja. A empresa incluiu alguns dos princípios relacionados às artes marciais, como autocontrole, moderação e cortesia, e os colocou no programa. Os cerca de 2.400 voluntários fazem um workshop de duas horas para conseguir seu certificado Ninja. O próximo passo é desenvolver uma versão on-line do programa.
3. Seja específico e explícito sobre o que pretende
Para muitas pessoas, é complicado entender a fusão de “social” com “trabalho”. Na Sprint, por exemplo, foram apresentadas sugestões de tweets e posts no Facebook para os seus funcionários. Isso fez com que os empregados se sentissem apoiados. Outra ideia é sugerir que, quando tratarem da empresa, coloquem, à frente da frase: “doando meu post para a [nome da empresa]”. “Eles acham isso tranquilizante, pois mistura trabalho e vida social, mas, ao mesmo tempo, as duas coisas continuam distintas”, afirma Sara.
4. Inclua mecanismos de jogos para engajar e recompensar os funcionários
As empresas devem entender que, apesar de redes sociais serem divertidas, são uma responsabilidade a mais para os funcionários. Por isso, usar técnicas de jogos para engajar, reconhecer e até recompensar quem completar o treinamento são uma boa estratégia. Alex Flagg, diretor de redes sociais da HP, acredita que o sucesso da empresa se deve também a essa estratégia.
5. Crie um veículo para melhoramento contínuo
Faça com que exista um meio para que os funcionários treinados compartilhem suas práticas com os outros. Como é algo social, os supervisores devem permitir e encorajar conversas durante o processo de treinamento. Eles também devem ouvir as experiências dos seus funcionários e estarem dispostos a se adaptarem ao retorno que receberem.

FORBES BRASIL