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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Mídias sociais facilitam interação com alunos e podem ser instrumento pedagógico, defendem especialistas





Rio de Janeiro – Escolas precisam experimentar o uso das mídias sociais para aproximar o conteúdo pedagógico da realidade dos alunos, apontaram especialistas em educação que participaram hoje (3) de seminário sobre o tema, no Rio. Segundo eles, o ideal é testar várias tecnologias e ver qual se adapta às regras da escola e os recursos disponíveis aos alunos, aos professores e aos pais.
Ao apresentar casos bem sucedidos e problemas gerados pelo mau uso de redes sociais, o autor do livro Socialnomics: Como as Mídias Sociais Transformam o Jeito que Vivemos e Fazemos Negócios (na tradução livre), o norte-americano Erik Qualmn, disse que é preciso ousar na educação e não restringir as aulas ao método tradicional que se resume a palestras, sem interatividade.
"Precisamos prestar atenção nos alunos, ver com qual ferramenta ou equipamento eles estão mais familiarizados e dar o primeiro passo", disse Qualmn no seminário Conecta, organizado pelo Sesi/Senai. Ele sugeriu, por exemplo, que escolas passem deveres de casa que possam ser apresentados pelo Youtube e substituam livros pelos ipads – aparelhos que reúnem computador, video game, tocador de música e vídeo e leitor de livro digital.
"Em muitos lugares, existe o debate sobre o uso, pelas crianças, de telefones celulares", disse sobre a disseminação dos smartphones – celulares conectados à internet. "As escolas precisam checar ao que é melhor para si. Na [Universidade de] Harvard, o ipad é permitido em algumas aulas. Outras aulas são dadas da mesma forma há cem anos", acrescentou Qualmn, que também é professor de MBS da Hult International Bussiness, nos Estados Unidos .
Em uma escola pública do município de Hortolândia (SP), Edson Nascimento, professor de educação física, deu o primeiro passo na adoção de novas tecnologias como instrumento pedagógico. Ele criou um blog para divulgar o conteúdo das aulas e conquistou alunos até de outras escolas. Nascimento diz que o principal desafio para difundir a tecnologia na escola é convencer os demais professores a aceitá-la como um recurso educativo.
"Isso não é uma coisa tranquila, não temos adesão de 100% dos professores. Pessoas entendem que se migrarem para a tecnologia não vão mais saber dar aula. Apegam-se ao giz e à lousa como se isso lhes desse controle da turma. Mas os alunos acabam prestando atenção em outras mil coisas", disse Nascimento, que dá aulas para uma escola de 500 alunos de ensino médio e fundamental.
O professor americano Qualmn acrescentou que o próprio uso da internet pode estimular debates sobre a veracidade de conteúdos disponíveis na rede, além de incentivar a produção de conhecimento de forma colaborativa, como o que está disponível no Wikipedia, uma espécie de enciclopédia online aberta, que aceita contribuições de qualquer usuário.
Pedagoga de uma escola particular do Rio, que criou sua própria rede social, Patrícia Lins e Silva relatou que a ferramenta ofereceu "ganchos" para que a escola discutisse tópicos como o uso de "palavrões" e a superexposição de ídolos de adolescentes na rede.
Edição: Lana Cristina
  FONTE: AGÊNCIA BRASIL

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Novos paradigmas de sala de aula: cinco mandamentos para uma transição feliz

Aqui vão os 5 mandamentos de como seria caminhar em direção à sala de aula interativa da forma mais eficaz possível:
 
1) Manter o foco no professor, e não na tecnologia. A mera instalação na sala de aula de equipamentos interativos não garante que a classe esteja tendo uma aula interativa, com acesso a novas experiências educacionais. Mais importante do que comprar o produto A ou B é investir tempo e dinheiro para ajudar o professor a se apaixonar por esta nova infraestrutura multimídia e, a partir daí, passar a desenvolver novas aulas. Esse é um desafio importante, e que depende da diretoria de cada escola e da visão de cada fornecedor de soluções educacionais para ser vencido. O professor tem de sentir que ganha, e muito, ao abandonar seus antigos métodos em sala de aula e passar a usar de forma criativa e provocadora as novas tecnologias. Mais do que capacitar o professor quando a nova tecnologia entra na sala de aula, é fundamental manter programas de formação continuada em longo prazo.
2) Oferecer para o professor acesso a uma comunidade para o desenvolvimento de novos conteúdos e novos modelos de aula. Não cabe ao fornecedor A ou B ou à entidade educacional C ou D ser a fonte de conteúdos revolucionários, que farão o melhor uso das novas tecnologias de sala de aula. Esses personagens podem e devem suportar o desenvolvimento desses conteúdos. É papel do professor, de pesquisadores, de especialistas em educação, “inventar” novas e atraentes aulas a partir do novo ambiente educacional. Comunidades locais, comunidades interligadas por redes sociais, comunidades internacionais e comunidades voltadas ao desenvolvimento de conteúdos específicos sobre disciplinas específicas (Português, Matemática, Ciência, etc.) são essenciais para suportar a missão do professor audaz, que anseia desvendar novos horizontes e cativar os alunos ao longo de toda esta caminhada.
3) Fale com quem usa esta tecnologia antes de comprar essas soluções. Procure visitar escolas que já tenham vivido esse processo de transição – migrar de salas de aulas tradicionais para salas multimídia – para saber a verdade sobre esta tendência. Vale a pena falar com os diretores, com os professores e, se possível, acompanhar aulas que aconteçam dentro da sala multimídia. Isso dará à pessoa que busca novos horizontes na educação a percepção do que realmente faz diferença para os alunos, o que é apenas uma mudança cosmética.
4) Prepare-se para aprender muito e mudar seus paradigmas. O verdadeiro educador sabe que tudo muda nesta área e que é impossível voltar ao passado. Em 1910, a Universidade de Chicago realizou um estudo para determinar por quanto tempo um aluno conseguiria prestar atenção à aula. Chegou-se à conclusão de que 50 minutos eram o tempo máximo que um professor conseguiria prender a atenção de um aluno. Estudos recentes realizados também nos EUA mostram que, agora, o tempo máximo de concentração limita-se a intervalos de 8 minutos. Em educação, a quebra de paradigmas não tem fim. O aluno que parece não estar prestando atenção na aula, checando mensagens no Twitter, pode estar procurando informações essenciais para a discussão em sala de aula; numa universidade, o aluno que troca mensagens via Facebook com seu amigo pode estar simplesmente realizando um trabalho em grupo.
5) Nunca esqueça a importância de um conteúdo bem construído. A infraestrutura da sala multimídia pode ajudar o professor a dar uma aula brilhante, atraente, que mantém os alunos conectados a ele todo o tempo. Mas isso não diminui a importância da sólida formação em conhecimentos, da capacidade de estar sempre atualizado. Esse é um valor eterno da educação. Com as novas tecnologias educacionais, a única diferença é que a forma de transmitir esses conhecimentos também é mais atualizada.
A beleza do momento que vivemos hoje é que muitos educadores estão decididamente caminhando ao encontro da cultura (inclusive cibernética) e dos comportamentos de seus alunos. Boa parte do corpo docente está pronta a ver na tecnologia uma aliada. Isso significa transformação.