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sábado, 12 de setembro de 2015

A imagem Fotográfica como recurso didático nos anos iniciais

Celso Ap. da Silva
Este artigo teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico na literatura de textos produzidos entre os anos de 2000 e 2014, e apresentar sobre o uso de imagens fotográficas como ferramenta pedagógica, como também sua utilização no ensino da Educação Física no sentido de oferecer subsídios teóricos e práticos ao trabalho docente.
foto-revista-professorA escolha do tema foi pensado a partir das vivências sobre um trabalho desenvolvido durante três anos, numa escola pública na cidade de Maringá, Estado do Paraná, como professor da disciplina de Educação Física. Neste período, vivenciamos várias metodologias de ensino e tivemos a oportunidade de observar por meio da proposta que fizemos em utilizar as imagens fotográficas dos alunos nas atividades pedagógicas, o fascínio que tais imagens despertavam nos alunos quando tal metodologia era utilizada em sala de aula. Neste sentido, percebemos na prática, o quanto lançar mão deste recurso foi proveitoso para o desenvolvimento do Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação Temporal e Pré-Escrita.
O uso da fotografia na prática pedagógica não se deu aleatoriamente, nem com imposição, mas partiu do próprio interesse dos alunos, onde pude constatar nas atividades de autorretrato, lateralidade, noção espacial, como também na confecção de jogos memória, quebra- cabeça, jogo da velha, sudoku, dominó entre outros utilizando-se da própria foto dos educandos.
Tais experiências contribuíram para análise e reflexão de como o uso da imagem fotográfica da criança como ferramenta pedagógica, pode promover o reconhecimento e construção da autoimagem, além de favorecer as trocas e a percepção do outro e, das igualdades e diferenças como também propiciar situações de interação.
A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi uma pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL, 2002). Complementa Barros e Lehfeld (1990), que a pesquisa bibliográfica é de grande valor, pois permite obter conhecimento já classificado em bibliotecas, editoras e outros meios pertinentes.
O início da busca das referências ocorreu na base eletrônica LILACS incluindo publicações em idioma português, inglês e espanhol, na qual foi realizada uma seleção dos periódicos mais representativos, produzidos entre os anos de 2000 e 2014. Conforme consulta realizada no período de Janeiro a Abril de 2015, para organização das informações contidas nas publicações científicas determinou-se que os artigos selecionados para o universo de análise seriam os publicados entre os anos 2000 e 2014, entendendo que este seria um período representativo da produção bibliográfica da última década.
Nesse levantamento dos artigos, estabeleceu-se como critério de seleção a presença dos seguintes termos: “Imagens Fotográficas como Recurso Didático” e “Imagens Fotográficas no ensino da Educação Física”. Assim, quando um artigo apresentava um ou mais termos era realizada uma leitura parcial, a fim de verificar o contexto em que aquele termo estava inserido no texto. Somente após essa revisão, o artigo era selecionado.
Na segunda etapa da pesquisa optou-se por analisar apenas os artigos que contêm o termo “Imagens Fotográficas como Recurso Didático” e “Imagens Fotográficas no ensino da Educação Física”, o universo investigado, compreendeu um total de 82 artigos. Destes artigos, somente 14 foram relevantes por responder as questões desse estudo. Os dados revelam que no conjunto de trabalhos analisados, segundo os descritores propostos para a seleção das produções científicas, o tema vem apresentando crescente número de publicações ao longo dos anos, embora tenha se verificado um número restrito de publicações no descritor, “Imagens Fotográficas no ensino da Educação Física”.
IMAGEM FOTOGRÁFICA
A história da humanidade foi e ainda é marcada pela presença da imagem como um dos principais mecanismos de comunicação entre os homens, que a utilizaram na forma dos mais variados suportes e técnicas, tais como “madeira, pedras, argila, osso, couro, materiais orgânicos em geral, metais, papéis, acetatos, suportes digitais, […] desenho, pintura, escultura, fotografia, cinema, televisão, web […]” (RAMOS, 2007, p.1).
Como a ciência mostra, 75% da percepção humana é visual. Depois vem a percepção auditiva (20%), enquanto outras modalidades somam juntas apenas 5% de nossa capacidade de perceber o mundo que nos cerca. (BRASIL, 2005, p. 61).
Segundo Simson (2005), por volta da década de 1930, houve o surgimento de máquinas fotográficas de simples utilização, e acessíveis aos grupos sociais em termos financeiros, o que facilitou a aquisição deste tipo de equipamento. Com isso, o dia-a-dia dos indivíduos passou a ser muito mais registrado pela imagem fotográfica, do que pelos diários, cartas ou outras formas de arquivo. Desde então, este tem sido o suporte imagético que mais orienta a reconstrução de momentos passados, guardados ou não em nossa memória.
A palavra fotografia, em um contexto mais técnico, vem do grego: foto que significa “luz”, e grafia, que significa “escrever”, “gravar”, ou seja, o registro de imagens produzidas pela ação da luz sobre papel sensível. Esse material fotossensível pode ser, como nos primórdios da fotografia, “uma placa iodada, única, rara e cara como uma jóia”, (ANDRADE, 2002, p. 34).
Desde o seu surgimento e ao longo de sua trajetória, até os nossos dias, a fotografia tem sido aceita e utilizada como prova definitiva, “testemunho da verdade” do fato ou dos fatos. Graças a sua natureza fisicoquímica – e hoje eletrônica – de registrar aspectos (selecionados) do real, tal como esses fatos se parecem, a fotografia ganhou elevado status de credibilidade (KOSSOY 2002, p. 19).
De acordo com Sebata (2006), nas artes, a imagem está diretamente relacionada com a representação visual – como afrescos e pinturas – e mais atualmente com filmes, vídeos e animações. Já Johnson-Laird (1983), considera que, na psicologia, as imagens são visualizações internas de um modelo, ou da linguagem visual pode facilitar a aprendizagem dos estudantes.
Segundo Kossoy (2007, p. 61), a imagem fotográfica vai além do que mostra em sua superfície. Naquilo que não tem explícito, o tema registrado tem sua explicação, seu porquê, sua história. Seu mistério se acha circunscrito, no espaço e no tempo, à própria imagem. Isto é próprio da natureza da fotografia: ela nos mostra alguma coisa, porém seu significado a ultrapassa.
A imagem melhora seu potencial pedagógico quanto mais complexa é sua capacidade de representar o conteúdo com o qual se relaciona. Outro fator observado é que as imagens auxiliam mais em textos complexos do que nos simples.
Além disso, as imagens e o texto devem formar um corpo de informação coerente. No caso das informações multimídia, imagem e texto integrados têm maior eficiência do que quando aparecem separados ou somente é apresentado o texto. Assim, é preciso que o autor das imagens (professor ou autor do livro didático) se atente para esses cuidados durante o processo de sua produção para que apresentem um maior potencial pedagógico, (PERALES, 2002 p. 369).
Segundo Monteiro (2001), utilizar a imagem em atividades na escola é refletir com os alunos a respeito das múltiplas representações de uma imagem e, de como podem ser manipuladas. A imagem não deve ser utilizada como forma de poder, favorecendo a alguém; deve permitir uma interpretação individual, através da relação: imagem X emoção. A interpretação de imagens (fotos, gravuras, manchetes de jornal) é uma importante atividade que pode ser realizada com alunos de qualquer idade com: a identificação do que está presente, e mais importante, do que está ausente nestas imagens, aprendendo a ver e treinando o olhar crítico, a capacidade de observação e interpretação e, muitas vezes identificando além dos próprios fatos, (MONTEIRO, 2001 p.27, 28).
De acordo com Ciavatta (2004), esclarece que no campo da Educação, a utilização da fotografia como fonte de pesquisa é um tema ainda pouco explorado, já que as referências para o seu estudo pertencem à área da Comunicação e da História. Além disso, a autora coloca que a sua utilização como fonte de pesquisa social esbarra no problema de saber utilizá-la como documento de reconstrução da realidade. Já Mauad (2004), temos que o uso da fotografia como fonte de pesquisa vem registrando a história numa linguagem de imagens há mais de cem anos, porém a sua utilização como objeto de investigação pela historiografia, para além de um inventário de técnicas e aparatos, é bastante recente.
Le Goff (1990), ao compreendermos a imagem fotográfica como documento e como monumento. Entende-se a fotografia como monumento quando atenta-se apenas para os registros visíveis, de pessoas e momentos, que foram deixados para as próximas gerações; registros esses que pertencem à realidade exterior. No entanto, a fotografia também pode ser compreendida como documento, quando, além das informações visíveis que a mesma oferece, procura-se compreendê-la buscando pelo oculto, e pelas diversas hipóteses que se pode criar sobre os personagens e os acontecimentos ali retratados. Neste caso, a fotografia, além de monumento, torna-se também um documento, no qual tanto a realidade exterior, quanto a interior, estão presentes. Tem-se, então, a realidade da fotografia (KOSSOY, 2005, p. 44).
Ainda Kossoy (2005), esclarece que a fotografia revela apenas o mundo físico, exterior, que corresponde ao detalhe material da vida que se resolveu mostrar. As situações, sensações e emoções que vivemos estão registradas sobre a forma de impressões – impressões essas que a fotografia não guarda, estão para além da imagem.
A linguagem fotográfica é vista como uma prática, que pode ser estimulada na escola […]. Colocando em foco as múltiplas formas de ver e ser visto, o ato fotográfico desponta como mais um caminho de problematização da vida, que nos permite, por meio da mediação técnica da câmara fotográfica, registrar, decifrar, ressignificar e recriar o mundo e a nós mesmos (LOPES, 2005, p.09).
Sendo assim de acordo com Barros (1992), que declara não estarmos desatentos às dificuldades metodológicas que o uso da fotografia enfrenta na pesquisa histórico-educacional. Estamos ainda dando os primeiros passos teóricos e éticos para a construção de uma epistemologia onde seja possível a leitura da imagem, superando o viés da pura ilustração ou confirmação, para adquirir um valor real do registro que ela contém. Pois, a imagem é, portanto, um recurso que, apesar das van¬tagens e desvantagens, pode ser utilizado no ensino. No entanto, quando utilizada adequadamente, representa um instrumento que pode proporcionar melhorias no processo de ensino e aprendizagem.
IMAGENS FOTOGRÁFICAS COMO RECURSO DIDÁTICO
foto03Segundo Oliveira (2007), um dos desafios da atualidade, no que diz respeito à melhoria do ensino, é o desenvolvimento de recursos didáticos que sejam capazes de despertar o interesse dos alunos para a aprendizagem e favorecer o professor com ferramentas que possibilitem melhorar o processo de ensino-aprendizagem.
A escola como instituição mediadora do processo comunicacional, pode agir reforçando ou ressignificando saberes e representações culturalmente internalizadas pelas imagens consumidas pelos alunos. Tarefa essa nada fácil, que exige trabalho integrado, multidisciplinar, conhecimentos técnicos e conceituais que propiciem a abordagem de imagens fotográficas de forma crítica (OROZCO, 1993).
A utilização de imagens tem grande importância no processo de ensino e de aprendizagem, pois estimulam a concentração dos alunos em relação ao conteúdo estudado, aumenta a receptividade deles, favorece o desenvolvimento pedagógico e ativa o raciocínio, já que são mais facilmente lembradas que a linguagem escrita e oral sendo, portanto consideradas facilitadoras. Cabendo ao professor saber explorar suas virtudes com base em uma análise crítica, tanto da imagem em si, quanto de sua utilização de forma correta e no momento adequado (SILVA et al., 2006).
O ambiente escolar precisa passar por transformações para enfrentar o mundo contemporâneo, e há a necessidade de educadores preparados para procedimentos didáticos que privilegiem a apropriação coletiva de conhecimentos mediados pelo uso da imagem, na qual o professor atuando como um intelectual transformador pode mediar e orientar esta construção (SILVA et al., 2006).
As fontes fotográficas são uma possibilidade de investigação e descoberta que promete frutos na medida em que se tentar sistematizar suas informações, estabelecer metodologias adequadas de pesquisa e análise para decifração de seus conteúdos, e por consequência, da realidade que os originou(KOSSOY, 2001, p.163).
De acordo com Felizardo (2000, p. 13):
Fotografar é conferir importância e o olhar é uma forma de conhecimento. (…) Palavra e imagem, por sua vez, sempre andam juntas, ora se completando, ora brigando, ora se separando, ora se juntando. Não importa. As duas formas de expressão são necessárias para o relato, para as histórias que queremos contar. E quando uma vem para enaltecer a outra, é per feito.
O uso da fotografia no ensino, bem como de outros meios iconográficos, coloca-se como uma questão extremamente atual, na qual a cultura visual contemporânea, dominada pelas técnicas recentes, especialmente os meios informáticos. Estes devem levar as pessoas a terem “outras operações lógicas, outros modos de cognição, outros códigos de memorização, outras maneiras de se organizar sócio culturalmente neste único planeta” (SAMAIN, 1994, p. 292), pois os diversos meios de comunicação humana influenciam o modo do pensamento, bem como suas formas de organização.
Apesar de estarmos vivendo na chamada “era da imagem”, os educadores de maneira geral ainda não utilizam métodos de ensino, que façam da imagem o ponto de partida para a construção do conhecimento. Ainda há um predomínio da linguagem oral e escrita, “restringindo o suporte visual meramente à ilustração de um conhecimento dado como devidamente elaborado” (MOLINA, 2007.p.24).
De acordo com Dondis (1997),
[…] Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, e seu número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento. Por poucos que sejam, são a matéria-prima de toda informação visual em termos de opções e combinações seletivas. […]. (DONDIS, 1997, p. 51).
Segundo Fantin (2006), a fotografia, enquanto imagem presente em várias instâncias comunicacionais: revistas, jornais, TV, publicidade, entre outros, pode constituir-se também num importante aliado pedagógico do professor, nas suas três dimensões sugeridas pela mídia-educação enquanto objeto de estudo/análise, como ferramenta/instrumento de ensino para apropriação de conhecimentos, e na forma de conteúdo produzido pelos sujeitos/alunos.
Como afirma Libâneo (1998, p. 40):
As mudanças tecnológicas terão um impacto cada vez maior na educação escolar e na vida cotidiana. Os professores não podem mais ignorar a televisão, o vídeo, o cinema, o computador, o telefone, o fax, que são veículos de informação, de comunicação, de aprendizagem, de lazer, porque há tempos o professor e o livro didático deixou de serem as únicas fontes do conhecimento. Ou seja, professor, alunos, pais, todos precisamos aprender a ler sons, imagens, movimentos e a lidar com eles.
Para Porcher (1982), é de grande necessidade, mostrar aos educandos que as imagens que eles consomem não são neutras, que são criadas a partir de certas necessidades e ideologias, desmistificando a confusão que se faz entre a realidade e sua imagem. Seja de qualquer formato que se constitua a imagem é incontestável seu poder de transmitir mensagens, sejam elas sobre uma determinada realidade, tempo ou espaço.
Realizando buscas sobre as pesquisas que foram desenvolvidas nos últimos anos tendo a imagem fotográfica como recurso didático, encontramos uma realizada em 2011, intitulada “O uso da fotografia como recurso didático para a educação ambiental: uma experiência em busca da educação problematizadora”. Neste artigo, relata-se a análise e avaliação de fotografias como recurso didático para o trabalho com educação ambiental. Identificou-se, como resultado, o potencial positivo das fotografias como material didático promotor do diálogo, principalmente quando elas se referem às situações conhecidas dos estudantes.
Outra pesquisa desenvolvida “A fotografia como elemento identificador do conceito de educação física”, teve como proposta demonstrar a importância do uso da fotografia como uma via de acesso educacional para repensar sentidos e significados acerca do conceito de Educação Física. Foi organizada uma atividade acadêmica com a turma de Fundamentos da Educação Física do curso em Licenciatura em Educação Física do campus Ulbra Guaíba 2010-11, na qual todos os acadêmicos deveriam selecionar/produzir uma foto que trouxesse o significado do que é a Educação Física.
Cabe aqui uma referência a estudo de Costa (2006), também pesquisador do grupo de autores que, em sua investigação, buscou compreender como indumentária e adereços utilizados por estudantes do ensino médio, além de símbolos comunicacionais, constituem-se também em identidades corporais provisórias. A fotografia foi à forma de registro adotada para o acompanhamento da formação dos grupos e subgrupos, a ocupação de espaços da sala de aula e nos externos a ela, as interações intergrupos, etc. Aos serem devolvidas aos grupos, as fotos serviram de elemento mediador de reflexões sobre os seus “movimentos” coletivos iniciais, os agrupamentos, as acomodações, tendo as roupas e outros elementos da moda como catalisadores destas aproximações e de afastamentos.
Entendendo o professor como mediador do processo educativo, este pode utilizar a imagem fotográfica como um instrumento simbólico para que a criança se aproprie do conhecimento. A mediação é um conceito fundamental na teoria de L. S. Vygotsky, uma vez que esta é a ação onde “a relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas uma relação mediada, sendo os sistemas simbólicos os elementos intermediários entre o sujeito e o mundo”. (OLIVEIRA, 1993, p.24).Pois, de acordo com Leontiev, a comunicação é essencial para a aprendizagem, pois é por meio dela que as interações são constituídas e os objetos vão ganhado significado.
Pensando a prática pedagógica sob a ótica da “remoção de barreiras à aprendizagem” (Carvalho, 1998), argumenta que a fotografia pode ser tomada como uma importante linguagem a ser explorada no processo de construção de conhecimento e narrativas, de busca de sentidos e significados.
Nesta perspectiva, um material que pode se muito utilizado nas aulas de Educação Física são as imagens fotográficas, afinal são ferramentas educacionais eficazes e criativas que conscientizam de forma lúdica tanto os professores quanto os alunos, fazendo com que esses assimilem o conteúdo. As possibilidades de sua utilização em sala de aula são bastante amplas e apresentam particularidades metodológicas, cumprindo com o papel de orientação para o desenvolvimento de novas ferramentas pedagógicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sem dúvida alguma, a utilização de imagens fotográficas vem como uma proposta de dinamização das aulas de Educação Física e uma tentativa de fuga a modelos tradicionais de ensino, havendo, assim, a valorização mútua dos sujeitos inseridos nesse processo educacional, isto é, a valorização dos conhecimentos tanto dos professores quanto dos alunos, deixando mais de lado aquele modelo de aprendizagem que se dá através da leitura oral e verbal, para a utilização dos sentidos, a utilização da visão.
As imagens fotográficas são de suma importância no desenvolvimento cognitivo do aluno e para a sua formação critica, uma vez que aquilo que ele pode visualizar, subsequente a sua compreensão, deverá existir um esforço mental que seja capaz de codificar cada informação trazida nas imagens. Como também, promover a aprendizagem, situações de interação, reconhecimento e construção da autoimagem, favorecer as trocas e a percepção do outro e, das igualdades e diferenças.
Desse modo, o uso de imagens torna-se uma opção relevante para a prática pedagógica. Portanto, existem várias maneiras de utilizar as imagens na sala de aula e cabe ao professor adotar em sua prática o uso destas de acordo com os objetivos pedagógicos pretendidos.
Sendo assim, cabe aos professores, se preocuparem com a sua permanente atualização de conhecimentos, se permitindo reconhecer na possibilidade de trabalho pedagógico com as imagens no ensino da Educação Física, sejam elas impressas, televisivas, ou provenientes da rede telemática, uma saída para o mundo real que vem se desenvolvendo rapidamente fora das salas de aula, graças aos avanços tecnológicos.
REFERÊNCIAS
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Por: Revista Professor - Educação Online

FNDE transfere R$ 859 milhões do salário-educação

Escrito por  Assessoria de Comunicação Social do FNDE
FNDE transfere R$ 859 milhões do salário-educaçãoTereza Sobreira/MEC
Os recursos referentes à parcela de agosto do salário-educação estarão disponíveis a partir de segunda-feira, dia 14, nas contas correntes de estados, municípios e do Distrito Federal. No total, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) transferiu R$ 859 milhões aos entes federativos na última quinta-feira (10). O repasse feito a cada beneficiário pode ser conferido no portal eletrônico do FNDE (www.fnde.gov.br), emLiberação de recursos.
Ao lado do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o salário-educação é uma das principais fontes de recursos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino. Trata-se de uma contribuição social recolhida de todas as empresas e entidades vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social. A alíquota é de 2,5% sobre a folha de pagamento.
Após a arrecadação, feita pela Receita Federal, cabe ao FNDE repartir os recursos, sendo 90% em quotas estadual/municipal (2/3) e quota federal (1/3), e 10% para serem utilizados pela autarquia em programas e ações voltados à educação básica.
Distribuída com base no número de matrículas no ensino básico, a quota estadual/municipal é depositada mensalmente nas contas correntes das secretarias de educação. Já a quota federal é destinada ao FNDE, para reforçar o financiamento da educação básica, com o intuito de reduzir os desníveis socioeducacionais entre municípios e estados.
Por: Portal FNDE