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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Baixa procura em cursos de licenciatura preocupa


Dados do Censo do Ensino Superior 2012 mostram que os cursos de licenciatura não atraem estudantes. Divulgado dia 17/9 pelo ministro Aloizio Mercadante, o levantamento revela que as matrículas na área aumentaram apenas 0,8%, entre 2011 e o ano passado, e representam apenas 19,1% do total - bacharelados subiram 4,6% e tecnológicos, 8,5%. O indicador tem reflexo na educação básica, que encara um deficit de 170 mil professores em exatas. Os números preocupam educadores e o Ministério da Educação.
Especialista em educação e reitor da Universidade Católica de Brasília, o professor Afonso Celso Danus Galvão destaca que a licenciatura é um problema sério que o ensino superior precisa enfrentar. "A captação desses cursos tem sido baixa. Por mais que se ofereçam descontos, nos cursos de química, física, as pessoas não têm interesse. Não há atração pela docência", ressalta. Segundo ele, os jovens não querem segui-la porque a carreira não atrai: "Prevejo uma crise forte na área de ciência. Isso é muito preocupante".
De olho na insuficiência, o Ministério da Educação lançou em 18/9 um programa para incentivar a formação de educadores em exatas, o ‘Quero ser cientista, Quero ser professor’. A qualificação dos docentes do ensino superior também é uma das preocupações da pasta. Segundo o censo, 51,4% dos professores da rede pública têm doutorado diante 17,8% da rede particular. "As instituições avançaram muito nos mestres e terão de avançar nos doutores", acrescentou o ministro.
Sete milhões - O censo mostrou ainda que o Brasil alcançou a marca de 7 milhões de estudantes matriculados no ensino superior - aumento de 4,4%, chegando a 7.037.688. De 2010 para 2011, o índice foi de 5,6%. O número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) - critério de seleção para essa etapa do ensino - é semelhante ao do total dos que estão nas universidades: 7,17 milhões. "Apesar de toda a expansão no ensino superior, temos um número igual batendo na porta, querendo entrar", comentou Mercadante. Uma das metas da pasta é assegurar a velocidade da expansão compatível com a melhora na qualidade. "Esse é o maior desafio que temos no MEC", pontuou.
Para Afonso Galvão, entretanto, é preciso reconhecer que as portas para o ensino superior se abriram ao longo dos últimos anos. O país conta com 17,8% dos jovens com idade entre 18 anos e 24 anos com nível superior. "Mas a demanda reprimida ainda é enorme. A evasão no ensino médio e a dificuldade da escola na preparação dos alunos para o ensino superior ainda são grandes entraves", critica.
(CORREIO BRAZILIENSE, 18/09/13)


Por CNTE

PNE será votado nesta semana


Apesar de estar na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), não foi no dia 18/9 que o projeto de lei (PLC) 103/2012 do Plano Nacional de Educação (PNE) entrou em votação.
Uma comitiva da CNTE, formada por Gilmar Ferreira, secretário de formação, Edmílson Lamparina, coordenador do Departamento de Funcionários de Escola (DEFE), e representantes de sindicatos filiados presentes no acampamento em Brasília, acompanhou a reunião da CCJ no Senado Federal.
O projeto foi o terceiro ponto da pauta a ser apreciado, mas o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) pediu vista, alegando questões de mérito. Foi solicitado, então, o pedido de vista coletiva, que condiciona o retorno do projeto à pauta na próxima sessão.
Para o secretário de Formação da CNTE, Gilmar Ferreira, a expectativa é grande para esta semana: "A leitura foi um passo importante. Com o pedido de vista, haverá espaço para debater a emenda à meta 20, que trata do Custo Aluno Qualidade (CAQ) e que a CNTE ainda tenta modificar".
O texto atual prevê o cômputo de toda e qualquer transferência de recursos públicos para a iniciativa privada dentro do percentual de 10% do PIB para a educação, enquanto a CNTE defende a destinação dessa porcentagem para a educação pública, conforme aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados.
Os sindicatos presentes na CCJ foram: Sindicato dos Professores no Distrito Federal (SINPRO/DF), Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar no Distrito Federal (SAE/DF), Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina (SINTE/SC) e Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP/PR).
CNTE fez corpo a corpo no Senado Federal - No dia 17/9, a mesma comitiva esteve no Senado Federal para levar a bandeira do movimento e pedir apoio dos parlamentares na aprovação imediata do projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece metas para o setor para os próximos dez anos.
O grupo esteve no gabinete do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), onde foi recebido com o compromisso do senador de dar celeridade à votação. Na audiência, Rollemberg afirmou que seu partido quer urgência no projeto.
Os representantes da educação estiveram ainda com o senador Cyro Miranda (PSDB-GO), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), e com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que também prometeram empenhar-se para agilizar a votação.
O secretário de Formação da CNTE, Gilmar Ferreira, disse que o grupo, que está de plantão no acampamento montado em frente ao Congresso Nacional, foi muito bem acolhido e está confiante: "Todos os senadores com quem estivemos assumiram o compromisso de nos apoiar nessa luta. Receberam nosso pedido de avaliação das emendas da CNTE e se comprometeram a pressionar, juntamente com seus partidos, para que o projeto saia de vez do papel".
À tarde, a comitiva acompanhou a votação do Projeto de Lei (PL) 4330/2004, que amplia a terceirização e a precarização das relações trabalhistas: "Essa proposta é um grande risco para o setor público, que vai ser prejudicado pela interferência desse tipo de contratação", afirmou o secretário.


Por CNTE

Salário-educação paga R$ 796 milhões a estados e municípios


Estão disponíveis desde sexta-feira, 20, nas contas correntes de municípios, estados e do Distrito Federal, os recursos referentes à oitava parcela do salário-educação. No total, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) transferiu R$ 796,77 milhões, sendo que R$ 385,66 milhões foram para os governos estaduais e do DF e R$ 411,11 milhões para as prefeituras.
Mensalmente, a autarquia repassa aos entes federativos a cota estadual e municipal. Somente em 2013, já foram transferidos R$ 6,69 bilhões do salário-educação. O valor específico para cada unidade da Federação pode ser conferido no sítio eletrônico do FNDE, no item liberação de recursos.
Destinado ao financiamento de programas voltados à educação básica pública, o salário-educação é recolhido de todas as empresas e entidades vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social. A alíquota é de 2,5% sobre a folha de pagamento.
Após a arrecadação, cabe ao FNDE repartir os recursos, sendo 90% em cotas estadual e municipal (dois terços) e cota federal (um terço). Os outros 10% são utilizados pela autarquia em programas, projetos e ações voltados à educação básica.
Distribuída com base no número de matrículas no ensino básico, a cota estadual-municipal é depositada mensalmente nas contas correntes das secretarias de educação. Já a cota federal é destinada ao FNDE, para reforçar o financiamento da educação básica, com o intuito de reduzir os desníveis socioeducacionais entre municípios e estados.
(PORTAL MEC, 20/09/13)


Por CNTE

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Propostas finais do II Encontro do Movimento Pedagógico Latino-Americano



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Consolidando o ciclo de debates e elaboração de propostas dos 10 grupos temáticos reunidos no Movimento Pedagógico Latino-Americano, que trouxe educadores de todos os países do continente, de todas as regiões do Brasil e também representantes de entidades educacionais de países como Estados Unidos, Noruega, Suécia, França, Bélgica, Espanha e outros, as propostas finais foram apresentadas no encerramento do evento.

O documento oficial será disponibilizado nas redes da Internacional da Educação nos próximos 30 dias, conforme explicou Hugo Yasky, presidente da IEAL. Abaixo, confira um resumo das propostas que cada grupo apresentou:


Grupo 1: movimento pedagógico latino-americano: características e perspectivas


• Sistematizar todas as experiências pedagógicas institucionais que estão ocorrendo no continente que transformam a escola e o entorno social que as rodeiam.
• Avançar na construção de um sujeito coletivo que vá além dos professores, incorporando trabalhadores de forma geral, movimentos sociais, estudantis, de pais e coletivos de luta contra discriminação ambientalista.
• Constituir fóruns nacionais em encontros conjuntos com todos os setores de luta conjunta.
• Socializar o conhecimento e a contribuição dos diversos pedagogos que hoje são referencia histórica em todos os países para que sejam objetos de estudo.
• Propiciar encontros entre trabalhadores dos diversos países para que possamos conhecer, fortalecer e reconhecer que compartilhamos fronteiras em comum.
• Fortalecer o diálogo entre professores da educação fundamental e educação superior para construir uma unidade pedagógica a serviço das classes populares.
• Vincular e integrar em rede todos os institutos de pesquisa e de formação político-sindical para compartilharmos os estudos a partir do nosso próprio saber.

Grupo 2: educação pública e justiça social
• O direito social a educação pública é um direito inalienável, que não deve ser deixado a critério de cada governo, mas sim uma política de estado. Ele deve garantir a educação entendida como um direito universal e gratuito em todos os níveis.
• Desenvolver uma educação com mais ferramentas para os alunos desenvolverem todas suas habilidades e potencialidades.
• Garantir o direito de cidadania aos alunos com exercício de aceitar e respeitar os que tem necessidades educativas especiais.
• Contemplar o direito das populações vulneráveis.
• A educação pública deve expressar as necessidades culturais e as complexidades da nossa sociedade.
• Acabar com a influência da igreja católica e garantir uma educação laica.
• Impedir uma pedagogia racista ou discriminadora.

Grupo 3: o papel do estado na garantia do direito social a uma educação pública com qualidade integral e sua provisão
• Reivindicamos que o estado seja o único a promover desde a educação inicial até a superior, que assegure seu financiamento pleno. Lutamos para que o estado tenha uma estrutura jurídica que garanta seus direitos. Deve se buscar uma institucionalização para nos protegermos ante a influência do neoliberalismo.
• Condições de ensino que considere, dentre outras coisas, formação docente de excelência profissional que valorize a própria prática e fomente a reflexão e instale estatutos e carreiras profissionais docentes.
• O estado deve fiscalizar e regulamentar a educação privada, os apoios pedagógicos que estão presentes na educação, fortalecer a estrutura da educação e sistematizar as boas experiências pedagógicas.
• Combater rigorosamente a desnacionalização da educação, o capital oligárquico e estrangeiro.

Grupo 4: qualidade da educação e avaliação do processo educativo
• Celebrar a multiculturalidade, a demanda por uma escola democrática, viva, que faça da articulação com a comunidade uma relação pedagógica que converta seu contexto em textos cotidianos com os aprendizados que queremos promover.
• Gestão democrática que garanta mães, pais, alunos e o sentido político emancipador da educação.
• Formação inicial e continuada, que possibilite a inovação da prática pedagógica.
• Não queremos uma avaliação punitiva, individualista, separatista, que não contribui em nada para a melhoria da educação.

Grupo 5: gestão democrática
• A disputa pela condução democrática implica em uma política nacional de gestão e avaliação da gestão educativa, garantindo mecanismos para democratização das escolas e o sistema educacional.
• Espaços articulados de decisão e debate coletivo sobre educação regional.
• Estudo sobre as diversas estratégias, experiências politicas e mecanismos bem sucedidos de democratização dentro do processo educativo que já existem ou que estão sendo produzidos.
• Instancias de participação social como conselhos educativos e outros órgãos em consonância com políticas nacionais sempre respeitando as individualidades locais, atendendo critério de 50% de participação do governo e da sociedade.
• Devem ser desenvolvidas formas de regulação democrática com participação de toda sociedade no planejamento da politica universitária e suas relações com os demais âmbitos educativos.
• Ampliar formas de participação da comunidade na eleição das autoridades educativas de acordo com as condições concretas de cada país ou região. As relações das instituições de ensino e órgãos sindicais, comitês de pais e mestres.

Grupo 6: currículo
• Participação dos trabalhadores na construção curricular conjunta com todas as instâncias de governo.
• Promover espaços coletivos de reflexão, sistemáticas sobre ensino, saberes, grupos d de condução escolar e professores.
• Exigir dos responsáveis os espaços dentro da jornada de trabalho para reflexão e construção.
• Exigir a presença do estado por meio de politicas públicas como assegurador dos direitos coletivos. A integração de estudantes com diferentes capacidades.

Grupo 7: democratização, acesso e permanência
• Legislar para erradicar o trabalho infantil.
• Dotar as instituições educacionais para um bom desenvolvimento do educador, principalmente no uso das tecnologias de informação de acordo com um ensino pedagógico alternativo.
• Para conseguimos isso precisamos de uma transformação imediata e necessária do currículo, sendo atraente para os alunos e respondendo as necessidades de todos.
• Reconsiderar a formação inicial e permanente
• Aprofundar os processos de inclusão de todas as formas de discriminação, seja por gênero, identidade, grupo étnico, classe, um grupo de valores que incluem a tolerância e o respeito.

Grupo 8: formação e valorização das trabalhadoras e trabalhadores da educação
• Preparar para a autonomia e análise crítica da realidade. Ênfase especial na defesa pelo conjunto da vida e do meio ambiente.
• A valorização social do trabalho educativo é essencial para garantir uma educação de qualidade.
• Precisamos terminar com as campanhas de desprestígio que muitos países levam a cabo como o setor empresarial, os governos e a culpa dos educadores e de todos os problemas do sistema educativo.
• O conjunto das condições precisa expressar sua valorização em níveis sociais de acordo com a importância do trabalho educativo, para o ingresso, promoção, ascensão e permanência nos postos de trabalho.
• A valorização exige acabar com as formas de trabalho precário.
• Que seja estabelecido um piso salarial básico para o público e privado, a qualidade da educação é a saúde física e mental dos trabalhadores, por causa disso é necessário que estabeleçamos condições de saúde e medicina preventiva.
• Disponibilizar consulta psicológica para que o trabalhador possa ser atendido caso precise de serviço de saúde eficiente e oportuno.

Grupo 9: financiamento da educação e controle social
• O estado deve assegurar o financiamento de caráter nacional para eliminar as desigualdades dentro de cada um dos países. Impulsionar a realização de diagnósticos propositivos que estabeleça as necessidades de investimento, programas educativos, salários, carreira docente, formação contínua, saúde laboral, politicas de gênero e promoção de igualdade para exigir os recursos necessários.
• Impulsionar a realização de instrumentos jurídicos que assegurem o financiamento da educação publica.
• Promover, sob a nossa perspectiva, a construção de uma sociedade igualitária.
• Precisamos impulsionar propostas como reforma tributária e que imponha impostos sob a renda ao capital financeiro especulativo e impostos sob as grandes fortunas.
• Investir fundos provenientes da exploração dos recursos naturais da América Latina.
• Em diferentes níveis, assegurar a participação de trabalhadores sociais organizados, planejamento, execução e cumprimento das políticas públicas.

Grupo 10: educação superior
• A produção de conhecimento nas universidades deve estar orientado para contribuir com o aprofundamento dos processos democráticos nos nossos países.
• Precisamos discutir as condições do trabalho acadêmico, as condições docentes, de ensino, na garantia do direito à educação.
• Assegurar que nossos alunos realizem processos que sejam enriquecedores para ingressar na sociedade não só com instrumentos mas com criatividade para que sejam partícipes dos processos de transformação da sociedade.
• Melhorar as condições de trabalho nas universidades.
• Garantir o pensamento livre e fortalecer o estado democrático de políticas públicas.



Por CNTE

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

"Avanço" proposto pelos Estados é pouco, diz categoria


Após cinco anos da sanção da lei, professores e gestores ainda vivem um impasse sobre o reajuste. Para Eduardo Deschamps, secretário de Educação de Santa Catarina, a proposta dos Estados representa "avanço" --ainda há aqueles que defendem só a atualização pela inflação. "Os Estados evoluem na lógica de garantir ganho real do piso, mas precisamos de um índice mais estável", diz, em nome do Consed, o conselho de secretários.
"Como está, o reajuste não é factível", reforça Jose Clovis de Azevedo, secretário gaúcho, que aponta peso excessivo de despesas de pessoal: quase 85% do orçamento anual de R$ 6,4 bilhões da pasta. Para Roberto Leão, presidente da CNTE, que representa os trabalhadores, a proposta dos Estados avança "poucos milímetros". "Ainda que a aceitássemos, não há garantia de que vão cumprir a palavra, porque não cumprem até agora."
Segundo pesquisa da entidade no início do ano, apenas quatro Estados e o Distrito Federal, cumprem integralmente a lei do piso. O MEC disse, em nota, que o "aumento acumulado de 64% entre 2009 e 2013 sobrecarregou alguns municípios e Estados, que não conseguem acompanhar esse ritmo de reajuste".
O ministério afirma ainda que a remuneração dos docentes será prioridade na destinação de recursos dos royalties do petróleo.
(FOLHA DE S. PAULO, 23/09/2013)


Por CNTE