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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Educadores apontam as ferramentas da internet que consideram mais importantes no campo do ensino

Com os rápidos avanços da era digital, as novas tecnologias estão cada vez mais presentes no cotidiano das escolas e já se tornaram importantes aliadas dos professores ao favorecer o acesso à informação e o desenvolvimento de novas situações pedagógicas.
Entre os diversos portais sobre educação que mostram caminhos para a aplicação dessas novidades em sala de aula, um dos mais acessados do mundo é o http://www.c4lpt.co.uk/ Centre for Learning & Performance Technologies (Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento Tecnológico, em português), página britânica especializada, justamente, em novas ferramentas de ensino disponíveis na internet.
Por conta disso, todo fim de ano, desde 2007, o centro aplica um amplo questionário a professores de diversas partes do mundo, fazendo a seguinte pergunta: qual foi a ferramenta virtual mais importante do ano no campo do ensino? O resultado é divulgado no site do centro.
Dentre as ferramentas citadas pelos educadores, relacionamos abaixo as 10 mais votadas. Confira:
Uma das páginas que mais cresceu nos últimos anos, o Twitter se consolidou como uma das ferramentas mais usadas pelos brasileiros. Grupos dedicados à educação podem ser encontrados por lá. É imbatível quando se trata de encontrar, rapidamente, links e redes interessantes de ensino.
Um dos sites mais antigos de hospedagem de vídeo (e o mais popular). Desde que foi comprado pelo Google em 2006, cresce anualmente. De fato, é uma revolução. É possível encontrar documentários, palestras, imagens e vídeos antigos de quase tudo. Uma fonte de pesquisa inesgotável. Ano passado, o YouTube liberou o limite de tempo para publicação de vídeos, o que facilitou ainda mais a postagem de bons conteúdos.
Ferramenta do Google que simula um escritório virtual. Quase tudo o que você encontra em um Microsoft Office ou em um programa de computador livre está por lá. Editores de texto, planilhas, programas que fazem slideshow etc. A maior das vantagens: todos os arquivos podem ficar disponíveis na rede. Ou seja, é possível acessá-los de qualquer computador. Ideal para trabalhos feitos a várias mãos ou com ambições colaborativas.
Repositório de links e páginas interessantes na internet. Digite um assunto e encontre um portal de qualidade. É bastante abrangente e conta com diversos links confiáveis, inclusive com páginas sobre educação. Recentemente circulou um boato de que ele iria acabar, mas, felizmente, parece que é só boato. Há, no entanto, uma possibilidade de ele ser vendido.
Professores são os reis do PowerPoint. Quantas vezes um aluno pede ao educador o arquivo ‘daquela aula interessante’? Pois bem, no Slideshare é possível publicar, para todo mundo ver, aulas, arquivos e outros documentos. Quando pedirem ‘o seu PowerPoint’, basta dar o endereço na internet.
Skype
Permite conversar, com mais qualidade do que outros programas, pelo computador. Também é possível falar via webcam. Nos últimos anos, o Skype vem oferecendo possibilidades cada vez mais baratas de se comunicar com telefones fixos. E já há um telefone móvel do próprio Skype. Não só é possível se comunicar com educadores de todo o mundo como também usá-lo para aulas à distância.
Outra ferramenta que ajuda, e muito, a se informar. O RSS é popular no Brasil, mas ainda pode crescer bastante. Como funciona: você assina as informações que deseja receber de um site ou blog. Todos os feeds assinados entram em uma mesma página,  muito similar à caixa de correio eletrônico. A vantagem do Google Reader é ter, assim como as outras ferramentas do Google, tornado toda essa movimentação online – ou seja, acessível de qualquer computador. Além disso, a diagramação da página do programa é bastante confortável em comparação a outros leitores de RSS.
Ferramenta que possibilita criar blogs. Há várias, mas o Wordpress é o preferido de vários educadores. Por quê? Porque é uma plataforma aberta, com aplicativos desenvolvidos ao redor de todo o mundo e disponibilizados gratuitamente. É a plataforma que oferece mais ferramentas novas aos usuários. E, hoje, já não há dúvida sobre o poder dos blogs na educação.
Assim como o Twitter e os blogs, o Facebook deixou de ser visto pelos educadores como lugar de vã distração. No ambiente virtual, há milhares de comunidades voltadas para a educação. Além, é claro, de usuários dedicados ao tema. A plataforma é tão popular que tem filme e livros que contam os meandros de sua criação. Hoje, o número de cadastrados no Facebook é astronômico: 500 milhões.
10ª Moodle
Talvez, a ferramenta menos conhecida na lista das “10 mais” dos professores. O Moodle, a bem da verdade, não foi muito difundido no Brasil. Mas já faz bastante sucesso no exterior. Criado no começo dos anos 2000, é uma espécie de plataforma voltada exclusivamente à educação. O programa de computador que o Moodle disponibiliza é gratuito e permite que professores e alunos criem a sua própria rede social, seja aos moldes do Twitter ou do Facebook – a escolha fica a critério do educador.

Com informações do Ciência Hoje On-line

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Por que professores e escolas não caem nas redes sociais?

Simão Marinho, da PUC-MG, fala sobre as dificuldade de integrar educação e sites

Uma pesquisa realizada pelo Ibope revelou que 87% dos usuários de internet do país utilizam uma rede social - 83% deles usam esses serviços para finalidades pessoais. É legítimo supor que estudantes e professores também se relacionam por meio daqueles sites. Contudo, se as redes são hoje território da amizade, da diversão e da paquera, ainda é difícil pensar em usos pedagógicos para a ferramenta. Pelo menos é isso que conclui Simão Marinho, coordenador do programa de pós-graduação em educação da PUC-MG e assessor pedagógico do programa Um Computador por Aluno, do governo federal. “A escola é como uma cidade com muros que a limitam. Já o Facebook ou o Orkut são inverso disso – são praças públicas onde podemos encontrar todo o tipo de elemento”. E isso, segundo o especialista, assusta escolas e professores. Confirma a seguir os principais trechos da entrevista com Marinho, convidado a falar sobre o tema em um painel especial da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que se encerra neste domingo.

As redes sociais já fazem parte da educação?
Do ponto de vista pedagógico, acredito que ainda não há nenhum impacto das redes sociais virtuais na educação. Fora da escola, ou mesmo para entrar em contato com os amigos da escola, os alunos fazem uso das redes – Orkut, Facebook, MySpace –, mas elas ainda não são usadas para outros fins.

Quais os entraves à aproximação entre escolas e redes digitais?
A primeira dificuldade está na estrutura da escola e na postura do professor. Dificilmente, eles chegariam ao modelo ideal de rede, que é aquela que não tem centro, não tem comando nem poder. Dentro dessa estrutura, vejo uma enorme dificuldade para a escola fazer uso dessas redes porque seria preciso que os que os professores não se sentissem comandando alunos, determinando tarefas. Além disso, existem alguns riscos nas redes sociais que a escola não quer assumir, como o da segurança, do bullying e da pedofilia. Por tudo isso acredito que hoje a escola não está na rede, e a rede não está na escola.

A liberdade característica das redes sociais é um empecilho?
Sim. A escola é como uma cidade com muros que a limitam. Já o Facebook ou o Orkut são inverso disso – são praças públicas onde podemos encontrar todo o tipo de elemento, do mais benigno ao mais nocivo. Isso sem dúvida é um complicador, porque nem todos que estão ali são os parceiros de escola.

Se a escola ainda não está na rede, o senhor sente uma demanda dos alunos para que ela esteja?
Acho que os alunos não estão interessados nesse envolvimento. Se você descola da questão educacional, eles se envolvem nas redes e até abordam questões ligadas à escola, mas não são questões ligadas ao aprendizado. Tive acesso a uma pesquisa nos Estados Unidos onde a maioria dos alunos pedia aos professores que não estabelecessem contato nas redes sociais. É como se dissessem: ‘Acabou a hora da aula, não quero mais falar com você’. Isso acontece, em parte, porque os alunos usam essas redes inclusive para criticar os professores. O Orkut, por exemplo, tem aquelas comunidades ‘Eu odeio o professor fulano’. Então os alunos não querem o professor na rede. Com esse tipo de uso, a escola fica ainda mais desconfiada em usar as redes.

Fora da sala de aula, os alunos e até os professores fazem uso das redes sociais por lazer. Transformar esse lazer em aprendizado é um desafio?
É um grande desafio. O ideal seria que o aprendizado tivesse o mesmo gosto saboroso do lazer e fosse uma fruta tão tentadora e suculenta quando a fruta da diversão. Porque os alunos e professores vão atrás disso nas redes sociais, eles querem a conversa afiada com o amigo, trocar ideias, fazer planos para o fim de semana. Algumas escolas isoladamente já conseguiram superar esse desafio, mas são poucas. Não estou dizendo que não funcione, mas acredito que ainda não encontramos a fórmula para isso.

Quais seriam as vantagens de uma escola integrada às redes sociais?
A vantagem maior seria que as escolas, os professores e os alunos conversassem entre si e trocassem experiências. Mas a discussões deveria girar em torno da educação ou a rede social vira apenas um playground, uma área de lazer e entretenimento. E para que isso aconteça é preciso que cada nó dessa rede tenha uma importância e contribua para a discussão, porque a comunicação por esse meio pressupõe igualdade, sem ninguém controlando as cordinhas da rede. E acredito que esse seja um complicador para as escolas.

O que escolas e educadores devem evitar em matéria de redes sociais?
Os professores não devem reprisar na virtualidade aquilo que está acontecendo na sala de aula, ou seja, devem buscar expandir na internet os conteúdos ensinados na escola. Os conteúdos são importantes, mas tratar de assuntos que extrapolem o aprendizado também pode ser interessante. Por exemplo, professores e alunos podem discutir o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nas redes sociais. Podem – e devem – discutir o vestibular, dificuldades, carreira. Se a escola começar a criar essas espaços e fóruns, pode ser que a rede funcione.

Alguns entusiastas defendem que o bom uso das redes sociais pode funcionar como catalisador da reinvenção da escola. O senhor acredita nisso?
Isso é coisa de entusiasta! Não podemos jogar na ferramenta o peso da inovação pedagógica. Nenhuma máquina muda a escola. O que muda a escola é o professor e não acredito que apenas o fato de ele se integrar a uma rede social mude alguma coisa. Antes disso, ele precisa entender que a educação hoje tem um outro significado. Hoje o professor já não é a única fonte de informação que ele aluno tem. Ele precisa entender que o papel dele é criar estratégias para que o aluno aprenda, seja com a escola, com a internet, com o celular ou com o livro.

O senhor é assessor pedagógico do programa do governo federal Um Computador por Aluno (UCA). O que de fato os alunos desenvolvem com a ajuda do computador?
Com o computador, eles têm acesso a fontes de informações diversas, além de ter nas mãos a possibilidade de se expressar por linguagens multimidiáticas. O laptop do UCA é computador, comunicador, telefone, câmera de vídeo e fotográfica, gravador digital, entre outros. Ele é fundamentalmente um instrumento para a linguagem múltipla que eu utilizo quando preciso. E junto com a discussão da inovação tecnológica tentamos discutir a inovação pedagógica. E só assim poderemos transformar a escola.


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Brasil dobra número de mestres e doutores em dez anos

O número de mestres e doutores titulados no Brasil dobrou nos últimos dez anos. De 2001 a 2010, a quantidade de pesquisadores formados por ano no país passou de 26 mil para cerca de 53 mil, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
De acordo com o órgão, só em 2010, 12 mil receberam o título de doutor e 41 mil o de mestre. Esses dados constam do balanço final do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação divulgado pelo governo federal no fim do ano passado.
O documento compila informações de vários órgãos ligados à pesquisa no país e avalia o resultado de um plano de investimento lançado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em 2007.
Segundo o documento, só em 2009, 161 mil estudantes estavam matriculados em programas de mestrado e doutorado de universidades brasileiras. O número equivale a 90% da soma dos mestres e doutores titulados no país de 2003 até 2009.
“Esses números são extremamente significativos”, afirmou o pró-reitor de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan. “Para padrões latino-americanos, é um crescimento muito grande. Mas ainda temos que avançar”.
Em entrevista à Agência Brasil, Agopyan disse que o aumento na titulação de pesquisadores deve-se principalmente ao investimento governamental. Segundo ele, governo federal e de alguns estados como São Paulo, Paraná e Bahia entenderam a importância da pesquisa para o desenvolvimento do país e, por isso, passaram dar mais atenção ao setor.
Por conta disso, nos mesmos dez anos, o número de cursos de pós-graduação no país também cresceu. Em 2001, eles eram 1,5 mil. Já em 2009, subiram para 2,7 mil. Só as universidades federais têm quase 1,5 mil programas de mestrado ou doutorado.
Além disso, cresceu o número de bolsas de estudo concedidas a estudantes. Em 2001, a Capes e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) concederam 80 mil bolsas de mestrado e doutorado. Em 2010, foram 160 mil.
Todo esse investimento, entretanto, não atingiu às expectativas do ministério. No lançamento do plano de ação, a previsão era de que o Brasil passasse a investir o equivalente a 1,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisas até 2010. O montante chegou a 1,25%.
“Empresas também precisam investir em pesquisa”, complementou Agopyan, apontando uma das falhas que o país precisa resolver. “O Brasil é grande. Precisamos formar pelo menos 20 mil doutores por ano”.
A China, por exemplo, investiu 1,44% do seu PIB em 2007. Com isso, formou 36 mil doutores. Já o Japão, um dos países mais inovadores do mundo, investiu 3,44% e formou 17 mil doutores em um ano.
 
Por:
Vinicius Konchinski
Da Agência Brasil