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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Maioria dos mestres e doutores trabalha com educação, diz pesquisa



Carlos Alberto Kamienski  tem doutorado em ciência da computação e dá aulas na Federal do ABC (Foto: Divulgação)As instituições de ensino são as que mais empregam profissionais com mestrado e doutorado no Brasil. De acordo com o Censo Demográfico de 2010, 32,30% dos mestres e 47,78% dos doutores trabalham no ramo da educação, seja pública ou privada. Os dados fazem parte de um estudo estatístico sobre mestrado que está sendo realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. O estudo será lançado dentro de um mês e os números parciais foram divulgados com exclusividade ao G1.


Apesar de historicamente, mestres e doutores brasileiros seguirem carreiras acadêmicas e serem absorvidos por escolas e universidades, o levantamento do CGEE mostra que outros setores têm se interessado por profissionais com pós-graduação stricto sensu, que proporciona título de mestrado ou doutorado, ao término do curso.
Depois da educação, os setores que mais empregam mestres e doutores são saúde humana e serviços sociais, seguido pelos departamentos de administração pública, defesa e seguridade social (veja números abaixo). O estudo revela que o país possuía até 2010, 566.027 pessoas com títulos de mestrado e 218.721 de doutorado. Entre os doutores, 43% trabalham com carteira assinada e 31% em regime de funcionalismo público. Já entre os mestres os números são: 50% (carteira assinada) e 20% (funcionários públicos).
Veja quem emprega mestres e doutores no Brasil
SetorMestreDoutor
Educação32,30%
 
47,78%
 
Saúde humana e serviços sociais11,64%
 
15,17%
 
Administração pública, defesa e seguridade social12,72%
 
10,01%
Atividades profissionais, científicas e técnicas10,53%
 
9,46%
 
Atividades financeiras e de seguros3,51%
 
1,28%
Indústrias de transformação
(ex.refinarias de petróleo, indústrias automotivas, entre outras)
5,23%
 
2,46%
 
Demais áreas24,07%13,84%
Fonte: Censo demográfico 2010/ elaborado pelo CGEE
Segundo Sofia Daher, assessora técnica do CGEE responsável pelo estudo, há uma tendência da indústria contratar profissionais com pós-graduação, e não apenas as instituições de ensino. “Os doutores titulados recentemente tendem a ir mais para a indústria do que há 10 anos. O próprio mercado pede esta mão de obra qualificada ao abrir espaço para pesquisas.”

Mestre e doutor em ciência da computação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Carlos Alberto Kamienski, de 45 anos, é professor da Universidade Federal do ABC, que possui campi em Santo André e São Bernardo, no ABC. Na instituição, 100% do corpo docente tem título de doutorado. Antes da docência, Kamienski teve a experiência de atuar em indústrias e também a de ter a própria empresa, mas gosta mesmo é de ser professor.

Segundo ele, as empresas estão investindo em pesquisa e há muita demanda por profissional com pós-graduação nas áreas tecnológicas. “Mudou-se a cultura e hoje quem faz mestrado ou doutorado não necessariamente quer seguir a carreira acadêmica. O mercado precisa de mestres e doutores para fazer pesquisa, isso é comum nos países desenvolvidos.”
A área de TI é muito dinâmica, não teria dificuldade se tivesse de ir para o mercado, mas tenho interesse pela academia, talvez por vocação."
Carlos Alberto Kamienski, professor da UFABC
Kamienski diz que a visão de que teve do mercado o ajuda em sala de aula, e apesar de ter propostas com salários irrecusáveis de empresa privadas, optou pela carreira acadêmica. “A área de TI é muito dinâmica, não teria dificuldade se tivesse de ir para o mercado, mas tenho interesse pela academia, talvez por vocação.”
O professor afirma que na universidade está sempre se atualizando com o contato com os alunos. Para ele, independente dos objetivos, vale a pena apostar na pós-graduação stricto sensu. “Os cursos dão uma visão mais crítica e a pessoa fica preparada para analisar o ambiente, detectar problemas e encontrar soluções, fica treinada para inovações.”
Quem pretende ingressar em um mestrado ou doutorado para lecionar, tem como aliado a meta 13 do Plano Nacional de Educação que deve aumentar o número de vagas nas instituições de ensino. Em tramitação no Congresso, o plano estabelece metas de qualidades para educação para os próximos dez anos. A meta 13 diz que 75% dos docentes em exercício das instituições de ensino superior devem ter diploma de pós-graduação, sendo, do total, 35% de doutorado.
Edgar Rizzatti tem pós-doc e trabalha com pesquisa no Laboratório Fleury (Foto: Divulgação)Edgar Rizzatti tem pós-doc e trabalha com pesquisa no Laboratório Fleury (Foto: Divulgação)
‘Existe um nicho de mercado’
Edgar Gil Rizzatti, de 37 anos, é médico, fez pós-doutorado nos Estados Unidos e teve pouca experiência como professor. Há cinco anos, ele trabalha como gerente de pesquisa e desenvolvimento do Laboratório Fleury, em São Paulo. Rizatti é hematologista, atua na área de linfomas, e se interessou pela iniciação científica já durante o curso de graduação em medicina na Universidade de São Paulo (USP), no campus de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
No Fleury, o hematologista coordena uma equipe de 16 profissionais, todos com título de pós, que trabalha com atividades de pesquisa e desenvolvimento de novos testes e diagnósticos. Também presta consultoria médica avaliando resultados de exames e propondo estratégias de investigação de possíveis doenças.
Para Rizatti, há um crescente interesse de instituições privadas em contratar profissionais mais qualificados. “O doutorado não é só para lecionar. Muitos profissionais chegam nesse nível de formação e existe um nicho de mercado. Pensei na carreira acadêmica, mas houveram desdobramentos na minha vida e me surgiu a oportunidade na esfera privada. Pretendo continuar neste caminho.” O especialista diz que os pesquisadores são fundamentais em diferentes segmentos, pois quanto mais diferenciada a formação do indivíduo mais ele funciona como uma agente de conhecimento na área em que atua. "E dessa forma pode contribuir para o desenvolvimento."

G1


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Nasa ensinará a montar veículo espacial em projeto da Skype


Em comemoração ao Dia do Professor na segunda-feira, dia 15 de outubro, a Skype está adicionando organizações ao projeto Skype in the Classroom: a Rede Aprendizagem Digital da Nasa, o Museu Nacional da Marinha Real Britânica e HMS Victory, o British Council , o Woodland Trust, a VerbalizeIt, a Action Aid, a Education through Expedition e a Choose2Matter. O Centro de Aprendizado Digital da agência espacial americana, por exemplo, contará com projetos nos quais os alunos poderão aprender a preparar um veículo espacial para decolagem, ajudar os cientistas e engenheiros a explorar os princípios básicos da matéria e desenhar seu próprio distintivo de missão espacial.
As turmas participantes também poderão descobrir como é viver e trabalhar no espaço e serão apresentadas a noções básicas de robótica.
Claire Jordan, diretora de Aprendizado do Museu Nacional da Marinha Real Britânica e HMS Victory , disse que "o Skype oferece uma maneira brilhante de fazer contato com as escolas de todo o mundo, que de outra forma não saberiam que nós oferecemos oficinas superinteressantes". "O alcance da Marinha Real é global e há um interesse genuíno por sua história em todo o mundo. No entanto, apesar desse interesse, as restrições geográficas significam que a grande maioria das escolas (mesmo aquelas na Grã-Bretanha) nunca teriam a chance de realmente nos visitar. Ser capaz de levar as nossas coleções a mais pessoas e dar a oportunidade de aprender sobre o Museu Nacional da Marinha Real e HMS Victory via Skype é incrível".
As novas organizações reunirão mais de 38 mil professores que já trabalham juntos em 2 mil projetos educacionais globais já em andamento. Os professores podem tirar proveito desses recursos valiosos ao se inscrever gratuitamente no site do Skype in the Classroom (em inglês). Uma vez cadastrados, os educadores podem explorar os espaços de colaboração do Skype in the Classroom, acessar uma variedade de conteúdos dessas organizações, aprender sobre novas e interessantes formas de utilizar as chamadas com vídeo do Skype nas suas escolas e conectar seus alunos com uma seleção global de especialistas convidados.

Software britânico ajuda crianças com discalculia a aprender matemática


Na caixa de e-mails de Karima Esmail, uma mãe norte-americana contava, desesperada, o seu problema: sua filha tem 18 anos e sonha em ser cabeleireira, mas simplesmente não consegue. Apesar de ser inteligente e se comunicar perfeitamente, ela não sabe fazer cálculos simples, como dar um troco ou um desconto, muito menos estimar proporção, misturar produtos químicos e xampus na medida correta para pintar cabelos ou fazer tratamentos capilares. A jovem não consegue lidar com conceitos numéricos porque, agora sua mãe sabe, tem discalculia .



“A mãe dela me dizia: ‘onde foi que eu errei? Eu quero que ela volte e aprenda tudo do zero’. Imagina quanto sofrimento e quanta limitação essa menina já não teve que passar na vida?”, pergunta Karima, engenheira britânica que vem desenvolvendo, desde 2008, o Dynamo Maths, um software para ajudar crianças e jovens com esse problema e que já foi adotado por mais de 4.000 escolas inglesas.
Dividido em quatro níveis e com 240 módulos ao todo, as atividades coloridas, dinâmicas e com estímulos auditivos começam tentando ajudar a criança a identificar padrões, ligar o “nome” do número à sua representação gráfica e ensinar os princípios das operações matemáticas básicas. As etapas do conhecimento matemático são construídas pouco a pouco, de forma que a plataforma, nos níveis mais avançados, trabalha pontos que são claramente importantes para a vida cotidiana, como ver a hora em relógio de ponteiro e entender o conceito de frações.
Cada movimento da criança fica registrado e é acessível aos profissionais que acompanham seu desenvolvimento, bem ao estilo adaptive learning. Os relatórios individuais gerados orientam as atividades que o professor pode fazer com os alunos. Os pais também podem conferir como o filho tem evoluído em cada tópico e dar o suporte necessário de casa.
Além de estarem disponíveis eletronicamente, os módulos estão também em PDF e podem ser impressos para que os jogos sejam trabalhados cara a cara entre criança e adulto, sem o intermédio de um computador. Quando um aluno aprende padrões de figuras geométricas, por exemplo, círculo, quadrado e retângulo podem ser impressos, recortados e, a partir de uma cartolina, permitir que o estudante faça manualmente a atividade apresentada no ambiente online. O programa deu tão certo ao ser aplicado individualmente no contraturno com alunos em dificuldade que, em muitas escolas, passou a ser usado também por crianças sem discalculia.
 
A ideia de criar uma ferramenta que ajudasse no numeramento das crianças surgiu quando Karima, então trabalhando com engenharia, precisou ajudar sua filha de 7 anos numa prova. Ela percebeu que os professores estavam muito pouco preparados para a alfabetização numérica. “As pessoas não dão a atenção que o numeramento precisa. É ele que dá as primeiras conexões com o mundo. As crianças precisam compreender receitas, ver as horas no relógio, fazer contas, viajar, entender quando o ônibus vai passar”, diz Kalima. Essa dificuldade, que no Reino Unido afeta em média duas crianças por sala de aula, ainda é muito mal percebida pela sociedade e nem os profissionais da educação estão preparados para lidar com ela, diz a especialista.
Monica Weinstein, mãe de uma jovem de 18 anos que tem discalculia e diretora do IABCD, instituto que cuida de crianças com transtorno de aprendizagem, concorda. Ela conta que sua filha tinha dificuldades permanentes com números e que, desde que a menina tinha seis anos, a família vinha buscando entender o que acontecia. A resposta, diz Monica, veio da própria menina, depois de muita procura especializada. “Foram muitos especialistas ao longo de muitos anos. Eles enxergavam dificuldades específicas, mas não fechavam o quadro da discalculia. Aos 13 anos, assistindo um documentário da BBC sobre transtornos de aprendizagem, minha filha fez seu próprio diagnóstico.”
Com todo essa despreparo até para entender que aquela dificuldade não tem nada a ver com preguiça, o aluno é estigmatizado por professores e colegas. “Crianças que vão mal em matemática normalmente sofrem de ansiedade porque percebem que seus colegas são muito mais rápidos nas atividades”, afirma Karima, mostrando a cópia de um exercício feito por um aluno discalcúlico. Ele não conseguia completar as operações matemáticas mais simples e seu professor, ao corrigir a atividade, marcou a caneta todos os erros e sugeriu que ele estudasse mais.
Diferentemente de uma simples dificuldade em matemática, a discalculia é um transtorno neurológico que afeta a vida cotidiana das pessoas e suas causas não foram completamente compreendidas pela ciência. Também não há um tratamento correto nem remédio para tratar da doença, ressalta Karima, o que acaba aumentando a importância do papel articulado entre famílias e escola. E, claro, quanto mais cedo a condição for identificada, melhor.
Monica ressalta que, quanto mais complexos os assuntos da matemática vão ficando, maior é o desafio para o aluno. “Mesmo que haja acompanhamento e intervenção, os conteúdos de ensino médio são muito difíceis para quem tem discalculia. Tem de haver um acompanhamento intensivo e customizado para que exista uma evolução nos conteúdos da aprendizagem matemática. Por isso é muito importante que o diagnóstico seja feito precocemente”, afirma.
Se o assunto ainda é tabu e pouco estudado no Reino Unido, o panorama não é nada diferente no Brasil. Não há números exatos de quantas crianças sofram com a doença no país, mas estima-se que cerca de 6% da população tenham algum tipo de deficiência de aprendizagem – discalculia, dislexia, déficit de atenção ou outras.

IG

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Inserir a Educação no mundo digital pode melhorar a qualidade de ensino



Crédito: Thinkstock
As novas tecnologias já fazem parte do cotidiano da maior parte dos estudantes brasileiros. A pesquisa deTecnologia da Informação e Comunicação – TIC, na categoria Kids Online, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGIem 2012, comprovou que 47% das crianças entre 9 e 16 anos usam a internet todos os dias no país; 38% utilizam de duas a três vezes por semana; e apenas 5% utilizam uma vez por mês. Com base em dados como esses, especialistas acreditam que uma das grandes questões a enfrentar para garantir a qualidade do ensino seja a dificuldade existente para inserir a Educação no mundo digital.
“A nossa sociedade está mudando. Então, mais importante do que falar de tecnologia na educação, é falar de cultura digital”, disse a diretora do Instituto Educadigital, Priscila Gonsales. Para ela, a cultura digital que temos, hoje, não está inovando a maneira de ensinar. “Quando falamos só em tecnologia digital na educação, podemos, muitas vezes, fazer mais do mesmo. Você não muda as práticas e metodologias antigas só disponibilizando e introduzindo os equipamentos. Na verdade, precisamos começar a pensar em como mudar a lógica, em como a escola se abre para o mundo que está lá fora”, explicou.
Ao mudar a cultura digital atual, a escola atuaria como questionadora das novas formas de ser e estar. “A internet está criando valores que não tínhamos antes. A instituição de ensino, dessa forma, pode criar reflexões do tipo ‘identidade virtual versus identidade presencial’. Dá para ser duas pessoas ao mesmo tempo? Qual deve ser a postura no meio digital, já que todo mundo pode publicar o que quiser?”, exemplificou a diretora.
Além de assumir esse papel, a instituição de ensino, segundo Gonsales, teria que explorar três focos de aprendizagem: a pesquisa, a comunicação e a publicação. O primeiro ensinaria o aluno a como pesquisar, como achar o que procura em meio a quantidade ilimitada de informações que a internet proporciona. “É interessante pensar que, hoje, temos a vantagem de as coisas não serem totalmente confiáveis, porque é importante para o aprendizado o aluno saber desconfiar das informações, poder buscar em várias fontes, comparar e chegar ao que realmente vai ser útil”, contou a diretora.
O segundo foco, a comunicação, ou trabalho coletivo, abre o universo de informações da escola e permite o intercâmbio de informações com a sociedade. “As redes digitais possibilitam a comunicação entre escolas. Uma escola do Sul do país pode falar com uma escola do Norte. E, de repente, fazer um trabalho em conjunto, colaborativamente, respeitando as diversidades regionais”, sugeriu Gonsales.
Por fim, o foco na publicação ensina sobre a responsabilidade ao criar um conteúdo próprio e divulgá-lo na rede. “A criação de conteúdo próprio é muito positiva para o aluno. Mas, ele deve saber de sua responsabilidade diante do que publica. A escola pode ajudá-lo a compreender melhor seu papel no mundo digital”, afirmou.
O papel do professor
Desde que a internet se tornou ponto fundamental na vida do estudante, o professor e os livros didáticos deixaram de ser a única fonte de informação nas escolas. Por isso, o educador, segundo Gonsales, deve ser o facilitador da aprendizagem. “É por meio dessa nova dinâmica que a educação precisa pensar nas tecnologias digitais e em como, de fato, se consegue envolver os estudantes para que eles sintam vontade de aprender, para que a aprendizagem seja uma coisa para a vida toda – não só aquelas disciplinas específicas do currículo de cada ano.”
Para tanto, a especialista acredita que o professor deve deixar o medo de lado. “Ele tem que experimentar. Não dá para achar que precisa aprender primeiro para trabalhar e aplicar as tecnologias digitais na escola. A tecnologia se renova sempre. Por isso, é importante que ele experimente com seus alunos, porque eles também têm muito o que ensinar. Vamos todos aprender juntos.”
A introdução dessa cultura nas escolas não tem fórmula mágica. Para a diretora, isso deverá acontecer a partir do momento que estimular a troca de experiências entre os professores. “Na pesquisa TIC Educação, tanto de 2010 quanto de 2011, 70% dos professores revelaram que aprendem melhor sobre como inserir a tecnologia na aprendizagem quando trocam informações uns com os outros, informalmente”, explicou. Esse estímulo, para ela, partiria das políticas públicas voltadas à Educação. “Hoje, existem muitos programas de entrega de equipamentos nas escolas públicas, o que é muito bom, mas ainda falta uma formação continuada que estimule o professor a implantar a tecnologia em sala de aula. E não é alguém chegar e ensinar, é propiciar espaços de aprendizagem entre os professores. Isso é uma coisa que não vemos na política pública”, conclui.
Boa prática
Na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, a professora e multiplicadora Lucelia Mariano desenvolveu, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado do Ceará – Seduc, um projeto de incentivo ao uso de blogs para estimular a educação ambiental. “O Projeto Eco Ideias Digitais tem como objetivo a criação de blogs educativos com conteúdo relacionado ao meio ambiente. Os blogs criados participam de um concurso no final do ano, que premia os alunos e o professor responsável”, explicou.
Eco Ideias Digitais existe desde 2009. Em 2010, a iniciativa foi premiada na categoria Melhores Práticas para a Educação, iniciativa do estado do Ceará pela Seduc. “O projeto mostra às escolas que é possível utilizar as tecnologias digitais a favor da educação. Sempre afirmo que o professor tem condições de inovar dentro da sala de aula a partir do momento que lhe é dada a formação necessária”, disse.
A professora contou que, ano passado, foram inscritos mais de 20 blogs para o concurso, em seis municípios da região. “É uma iniciativa que chama a atenção por causa da integração entre professor e aluno. O professor forma um grupo com quatro alunos e eles trabalham juntos na produção de um blog educativo. Ano passado, o grupo vencedor ganhou bicicletas”, explicou Mariano. O edital para a edição de 2012 será lançado em breve.
Por Luana Costa / Blog Educação

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sem barreiras para o conhecimento, vídeo-aulas se multiplicam na internet



Diante da enorme capacidade da internet de quebrar barreiras para o conhecimento e revolucionar a educação, professores e universitários de diferentes partes do mundo têm apostado em mais uma ferramenta para ajudar no aprendizado de crianças e jovens. Sites com vídeo-aulas de alguns dos conteúdos mais espinhosos da educação básica têm se popularizado, inclusive, no Brasil.
Em 2004, um americano descendente de indianos, Salman Khan, criou os primeiros vídeos para ajudar uma sobrinha que tinha dificuldades em matemática.
Em uma lousa, sem que ele aparecesse, todos os problemas eram resolvidos. Logo as “aulas grátis” se espalharam. O conceito – apesar da distância do professor – faz com que as dicas se pareçam com uma “aula particular”, com a vantagem de poder ser vista a qualquer hora ou local. E, melhor, de graça.
Não demorou para que professores e estudantes brasileiros se inspirassem no modelo da Khan Academy e criassem experiências com a cara do Brasil. Bruno e Lucimara Wernerck, que estudaram em escolas públicas, conseguiram vagas em boas universidades públicas, queriam que outros jovens tivessem a mesma oportunidade. Como conheciam as falhas da educação básica, se dispuseram a ajudar outros estudantes a superá-las. Como eles.
O ideal fez com que eles começassem a produzir vídeos, com aulas sobre conteúdos do ensino médio nas áreas de matemática, física, química e biologia. Assim como Salman Khan, os professores não aparecem no vídeo, apenas as resoluções e explicações dos exercícios. Desde abril deste ano, Bruno e Lucimara, que ganharam o apoio de George Hirokawa, que desenvolveu a plataforma do site, chamado O kuadro e os colocaram à disposição dos alunos.
Arquivo pessoal
Bruno, um dos idealizadores do kuadro, estudou em escolas públicas e chegou ao ITA: sonho de estimular outros jovens
Há mais de 600 vídeos disponíveis nas quatro áreas, todos produzidos por Bruno e Lucimara. De vez em quando, um professor de português que se encantou com o projeto também colabora enviando algum material. É possível assisti-los no site oficial , no youtube ou no vimeo. Mais de 7 mil professores e alunos de todo o País já se cadastraram para baixar os vídeos, todos gratuitos.
Bruno, Lucimara e George não vivem do site. Bruno é engenheiro em eletrônica formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e trabalha no setor de telecomunicações. Lucimara formou-se em Biologia (licenciatura) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atua em uma indústria de produtos ortopédicos. George, formado em comunicação social, desistiu do emprego em uma empresa de telecomunicações para se tornar professor universitário depois de se envolver com a experiência do kuadro.
Os três tiram recursos do próprio bolso para manter a produção, que pelo caráter caseiro, não é tão custosa. Mas hoje eles já procuram parcerias para expandir a iniciativa. Além de acharem necessário expandir as áreas de atuação, eles querem colocar em prática um novo projeto, já apelidado de Embaixadores da Educação. O objetivo é conseguir apoio para oferecer bolsas de estudos a universitários que também tenham vindo de escolas públicas, para que eles ajudem outros alunos como eles.
“Hoje tenho certeza de que estou ajudando as pessoas. Queremos contribuir com o que falta no governo, no ensino básico brasileiro, especialmente com quem não tem condições de disputar o vestibular nas mesmas condições que os mais favorecidos economicamente. Há muitas pessoas que querem estudar e só precisam de uma oportunidade”, comenta George. Segundo ele, apesar de o professor não estar online, as aulas em vídeo tornam o conteúdo mais atrativo e o conceito se aproxima de uma aula particular. “Eles aprendem mais”, diz.
Idealismo X negócio
Há modelos também que tentam unir o idealismo de quem acredita em poder mudar a educação com a vontade de torná-lo, ao mesmo tempo, um negócio, que possa render recursos para montar uma organização não-governamental. Claudia Massei, co-fundadora do site QMágico, conta que essa é a ideia do projeto, que hoje também já conta com mais 600 vídeos e 2 mil exercícios de matemática disponíveis. Mas nem sempre foi assim.
Quando criaram o site, também baseado no modelo Khan Academy, Thiago Feijão, outro sócio-fundador e mais três amigos que participavam do projeto, todos estudantes do ITA, tinham a expectativa de vender, a preços bem baratos, a visita a cada vídeo. Como uma aula particular mesmo. Porém, logo de início, perceberam que a proposta não funcionaria. “Mesmo que a gente cobrasse pouco, isso não faria o conteúdo chegar a todo mundo”, diz Claudia.
Portanto, os jovens criadores do QMágico decidiram criar duas plataformas diferentes. Uma é gratuita, possui todas as vídeo-aulas, exercícios interativos e um software simplificado que mostra ao aluno o desempenho dele nas questões, acertos e erros, apresenta quais vídeos devem ser assistidos para sanar as dúvidas do que ele errou. Ainda há jogos educativos disponíveis, em que ele vai sendo pontuado a cada exercício feito.
Arquivo pessoal
Thiago Feijão e Claudia Massei são fundadores do QMágico, que ganhou prêmio da Startup World Brazil
A outra plataforma é paga. Escolas públicas e privadas já utilizam o sistema do QMágico, que une o conteúdo à necessidade de acompanhamento de uma escola. Os professores podem acompanhar – online ou não – o desempenho de seus alunos nas questões (produzidas pela própria escola ou pelos criadores do site); podem disponibilizar vídeos e outros materiais. “Começamos a tentar entender o que as escolas estavam precisando. E percebemos que era a gestão do aprendizado”, conta a co-fundadora.

Os clientes do site pagam entre R$ 3 e R$10 por aluno a cada mês, dependendo do volume de estudantes atendidos em cada contrato. A rede de ensino estadual de Goiás, o maior cliente, utiliza a plataforma em mais de 400 escolas, atendendo a 9 mil alunos. Eles desenvolveram um programa específico para o Enem para eles. Há também parcerias com escolas públicas na Grande São Paulo, com uma faculdade privada de Engenharia no Rio Grande do Sul (eles vão usar as ferramentas para preparar os alunos com dificuldades) e estão em negociação com o Colégio Bandeirantes, de São Paulo.
Espaço também em grandes instituições
A popularidade dos vídeos e do poder de alcance da internet fez com que até os mais céticos a respeito das vantagens da educação a distância se curvassem diante da aposta feita por instituições tradicionais e renomadas, como a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a Sorbonne, na França, ou a Universidade de São Paulo, no Brasil. Além de já oferecerem cursos a distância, muitas delas têm desenvolvido projetos de vídeo-aulas gratuitas.

A USP lançou a pouco tempo o e-Aulas. Os professores disponibilizam aulas gravadas em vídeo a quem estiver interessado. Assim como faz Harvard, MIT, Princeton. A FGV Online também montou um projeto em que oferece 41 cursos gratuitos nas áreas de atuação da fundação, como Administração, Economia e Direito. Justo disso, a instituição lançou um grande portal para o ensino médio, com aulas e questões gratuitas voltadas para o Enem.

IG

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Dispositivos eletrônicos vão auxiliar aprendizado de surdos



Estudantes com deficiência auditiva das redes públicas de ensino contam com novo equipamento para facilitar o aprendizado. Trata-se de um conjunto formado por um pequeno chip emissor, na forma de microfone, usado pelo professor, e um receptor para o aluno. A experiência, inédita na rede pública, tem como objetivo ampliar ações de apoio a pessoas com deficiência.
O projeto-piloto para uso da nova tecnologia, iniciativa da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, tem a participação inicial de 200 estudantes de 80 escolas das cinco regiões do país. "Queremos proporcionar um documento de orientações para expandir o atendimento.
Esperamos, a partir de 2013, já atender a educação infantil", explica a diretora de políticas de educação especial da Secadi, Martinha Clarete Dutra dos Santos. Segundo ela, este primeiro momento será de monitoramento e avaliação dos impactos pedagógicos para os estudantes.
As instituições de ensino foram selecionadas pelas secretarias estaduais de educação. Cada escola elegeu o professor que trabalhará com o equipamento. As unidades de ensino selecionadas, além de públicas, contam com salas de recursos multifuncionais implantadas, oferecem atendimento educacional especializado e têm, matriculados nos três anos iniciais do ensino fundamental, estudantes com deficiência auditiva usuários de aparelho de amplificação sonora ou com implante coclear.
Frequência
O dispositivo adota o sistema de frequência modulada (FM) para filtrar a voz do professor e eliminar os ruídos da sala de aula, de maneira a potencializar a acessibilidade acústica dos usuários de aparelhos de amplificação sonora e implante coclear (dispositivo eletrônico, parcialmente implantado, para proporcionar sensação auditiva próxima à fisiológica).
Com investimento de R$ 1,5 milhão, a pesquisa sobre a nova tecnologia foi desenvolvida pela Secadi em parceria com o Laboratório de Estudos do Comportamento Humano da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e com a Universidade de São Paulo (USP), campus Bauru. A evolução do processo nas escolas será acompanhada também por especialistas de outras instituições de educação superior.
Os 80 responsáveis pela implementação do projeto-piloto nas escolas selecionadas, além de pesquisadores das instituições de educação superior integrantes da experiência, participaram de curso de formação, nos dias 25 e 26 últimos. Promovido pelo MEC, o curso abrangeu a formação de pessoas que atuam na área de atendimento educacional especializado.

Escolas não estão preparadas para o “ensino do século 21”, diz pesquisador



A maior parte das escolas de todo o mundo parou no tempo e ainda não se adequou aos desafios do século 21. É o que diz a pesquisa de David Albury, especialista da Global Education Leaders’ Program – Gelp. Para ele, enquanto a sociedade se desenvolve e depende cada vez mais de novas tecnologias, as instituições de ensino parecem não saber como acompanhar essas transformações e sofrem para se comunicar com os alunos. Para tal constatação, o pesquisador reuniu 10 países, entre eles o Brasil, e avaliou a implantação de um sistema educacional adequado aos conhecimentos, necessidades e habilidades requeridos para os dias atuais.

Para o estudioso, embora já existam exemplos de escolas adotando novas metodologias de ensino, ainda não é possível apontar um caminho certo a seguir, nem tampouco calcular em quanto tempo o mundo adotará a chamada “educação para o século 21″, capaz de conquistar e atrair os estudantes e de proporcionar, de fato, um ensino de qualidade aplicado à vida adulta. Como exemplo do lapso entre o que o mercado quer dos jovens recém-formados e o que eles aprendem nas escolas, Albury cita alguns dos pré-requisitos que ainda não entraram nas grades curriculares, como a capacidade de trabalhar em equipe, de solucionar problemas, de se comunicar bem, além da criatividade e do empreendedorismo.
A pesquisa reforçou a adoção de um ensino mais personalizado, com um currículo que atenda ao perfil, aos problemas, às necessidades e aos interesses dos alunos. Albury também defendeu o uso das novas tecnologias, mas com cuidado. “A tecnologia, embora fundamental, não é tudo em uma instituição de ensino”, disse. Ao apresentar uma análise dos desafios e obstáculos com os quais os educadores se deparam, o estudioso não culpou os alunos pela falta de interesse nos estudos. “Não são os alunos de hoje que são desengajados. Nós é que não soubemos engajá-los a aprender”, completou.
Para identificar soluções referentes aos inúmeros problemas que a educação, no mundo todo, enfrenta, a equipe de Albury tem percorrido diversos países em busca de instituições de ensino que tenham adotado experiências inovadoras e bem-sucedidas. A ideia é fazer com que essas experiências possam servir de exemplo tanto para países ricos quanto para países em desenvolvimento, implantando aos poucos projetos pilotos desses novos modelos de educação. Entretanto, ainda será preciso percorrer um longo caminho até que se alcance os mecanismos capazes de serem disseminados e implantados em escalas maiores. “Ainda não sabemos como testar, no modelo proposto por nós, o aprendizado dos alunos. E como vamos avaliar e capacitar os professores. O Brasil, por exemplo, levou 300 ou 200 anos para desenvolver o sistema de educação que tem hoje. Então, essa mudança não vai acontecer de uma hora para outra, vai levar anos, talvez décadas”, afirmou.
Com informações do Portal Terra.