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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Seus alunos têm celular? Veja como utilizar essa tecnologia de uma forma pedagógica

A difusão dos dispositivos móveis de comunicação está trazendo uma nova perspectiva para o uso da tecnologia na educação, ao mesmo tempo que reacende o debate a respeito de seus efeitos sobre a aprendizagem e o papel do professor. Da Inglaterra à Austrália, passando pelo Quênia, Colômbia e o Brasil, pesquisadores e educadores estão se dedicando ao desenvolvimento e à aplicação de metodologias que incorporam telefones celulares, smartphones, tocadores de MP3, internet wireless e tablets no ensino de línguas, biologia, geografia, física etc.
Esse processo envolve, necessariamente, a formação de docentes a fim de que eles sejam capazes de tirar proveito pedagógico dessas tecnologias e, mais do que isso, se mantenham afinados com um conceito de aprendizagem que destoa em relação à sala de aula convencional.
Mobile learning ou m-learning ou aprendizagem com mobilidade é um conceito tão recente quanto essas tecnologias de comunicação. Sua definição envolve a utilização de equipamentos de informação e comunicação móveis e sem fio em processos de aprendizagem, mas não se resume a isso. Quer dizer, não basta usar um celular para registrar uma atividade de campo durante uma aula de biologia para caracterizar o m-learning.
“Uma característica fundamental é a mobilidade dos aprendizes”, esclarece a coordenadora do Grupo de Pesquisa Educação Digital (GP e-du) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Eliane Schlemmer. “Eles podem estar distantes uns dos outros e também de espaços formais de educação, tais como salas de aula, salas de formação, capacitação e treinamento ou local de trabalho”, complementa a pesquisadora, que é coautora do livro M-learning e u-learning: novas perspectivas da aprendizagem móvel e ubíqua, ao lado de Amarolinda Saccol e Jorge Barbosa, também da Unisinos.
Outra característica associada à mobilidade é a ubiquidade, ou seja, a possibilidade de a aprendizagem ocorrer em qualquer lugar. “É uma decorrência da mobilidade, pois essas tecnologias liberam a aprendizagem do tempo e do espaço”, afirma Giancarlo Colombo, membro do Conselho da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). Nessa medida, elas intensificam as possibilidades de acesso às informações propiciadas, por exemplo, por laptops e celulares convencionais, ao mesmo tempo que superam o potencial dessas tecnologias ao permitir que o usuário (ou aprendiz) se mantenha conectado a uma rede, independentemente de sua presença física. Este é um dos aspectos que diferenciam o m-learning do e-learning, a aprendizagem mediada por um computador.
Mas m-learning não é necessariamente sinônimo de tecnologia de ponta. John Traxler, diretor do Learning Lab, Universidade de Wolverhampton, no Reino Unido, defende que essas metodologias devem se valer das soluções adequadas ao contexto no qual se inserem. É isso, afirma ele, que viabiliza as várias experiências de mobile learning em andamento na África (veja box abaixo), especialmente em regiões isoladas e com infraestrutura precária, onde só há energia elétrica por gerador e o custo dos smartphones é proibitivo para a maior parcela da população. Nesse tipo de contexto, um celular convencional pode ser de grande utilidade.
Novas aprendizagens
Cientes da necessidade de envolver e preparar o professor, várias das experiências de m-learning em andamento no Brasil e no mundo focam justamente os docentes, atores centrais no processo de ensino-aprendizagem. “O professor precisa se apropriar das questões teóricas na vinculação com as especificidades da tecnologia em questão”, defende Eliane Schlemmer. É dessa maneira que ele será capaz de identificar os limites e potencialidades das tecnologias.
Afinal, mais do que dominar os recursos dos aparelhos, nesse novo cenário, o professor se torna um agente provocador da aprendizagem – em contraposição à sua atuação tradicional na escola como transmissor de conhecimento. Isto porque o aprendiz (seja ele um aluno ou mesmo um docente em formação) é alçado à condição de agente da própria aprendizagem. “O dispositivo pessoal permite que o aluno direcione a aprendizagem, buscando aquilo que lhe interessa no momento mais conveniente”, diz Martín Restrepo, diretor da Editacuja.
Ao mesmo tempo, o caminho da aprendizagem deixa de ser unilateral, potencializando práticas didáticas colaborativas, em que a produção de conteúdos e informações envolve a participação ativa dos próprios alunos. É, então, um processo que implica aprendizagens que ocorrem principalmente por meio da interação, das trocas, do diálogo e do comprometimento com o outro. Implica ainda, complementa Eliane, organizar e administrar o tempo e os espaços para aprender. Norbert Pachler, do Instituto de Educação da Universidade de Londres, na Inglaterra, defende que a aprendizagem pautada pelo uso de equipamentos móveis se dá numa relação triangular e não hierárquica entre as estruturas socioculturais, as práticas culturais e a capacidade de as pessoas atuarem sobre a realidade em que vivem. Não é, portanto, um processo individual, mas social.
Conhecimento interligado
Outra teoria que vem ganhando terreno nesse campo é a do conectivismo ou aprendizagem em rede. Segundo a abordagem, o conhecimento existe em sistemas acessados pelos indivíduos e não reside exclusivamente na cabeça das pessoas. Restrepo exemplifica: hoje é comum que adolescentes estudem conectados a vários sites e dispositivos de comunicação simultaneamente, o que impõe uma forma diferente de relacionamento com a informação e conhecimento, ignorada pela escola tradicional. “Os professores acham que o celular distrai e atrapalha a aula, mas já há experiências que demonstram o contrário”, defende.
Giselda dos Santos Costa, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (Ifpi), está desenvolvendo uma pesquisa de doutorado sobre o uso de celulares no ensino de inglês com seus alunos de ensino médio, tecnológico e de formação de professores. “Normalmente, o ensino de línguas  nas escolas públicas restringe o trabalho do professor  a duas habilidades: leitura e escrita. Os celulares favorecem ao professor expandir suas atividades às demais habilidades, falar, ouvir e ver”, analisa Giselda.
Formação docente
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) é uma das instituições educacionais que vem investindo na aplicação das tecnologias móveis no Brasil para a formação de professores e de outros profissionais. “Com um dispositivo em mãos, os alunos podem produzir conhecimentos em rede adequados às suas necessidades e aos contextos em que atuam”, explica Bruno Silveira
Duarte, gerente de Tecnologia Educacional do Senai nacional. Nessa perspectiva, o m-learning pode se configurar como um avanço da educação formal para um espaço e contextos ainda não explorados pelo aluno, dando suporte a seu processo de formação – desde que o contexto e o uso da tecnologia sejam planejadas. Mas não são apenas os pesquisadores e instituições educacionais que estão atentos ao potencial da m-learning. Entidades ligadas às empresas de telefonia móvel, como o Instituto Claro, mantêm iniciativas para estimular o uso de celulares na educação: em dois anos, 4,5 mil docentes e educadores sociais participaram das atividades que envolvem, dentre outras atividades, um ciclo de oficinas para a produção de vídeos utilizando equipamento digitais e móveis. Para Carime Kanbour, vice-presidente do Instituto, a incorporação das novas tecnologias se configura em recursos capazes de transformar realidades sociais por meio de projetos educacionais, culturais e ambientais. “Educadores e estudantes, especialmente aqueles com perfil empreendedor, são atores fundamentais nesse processo,”, reitera.
As promessas e possibilidades do mobile learning – especialmente no que diz respeito ao fortalecimento da cultura da aprendizagem em detrimento da cultura do ensino – são grandes. Contudo, ainda se deparam com barreiras tecnológicas, socioculturais e pedagógicas. “É necessária uma profunda reflexão e discussão sobre segurança, privacidade, relações de trabalho, ética, fatores psicológicos e sociológicos que esse tipo de tecnologia pode estar provocando”, pontua a professora Eliane Schlemmer. “Afinal, estas são questões subjacentes às nossas escolhas como sujeitos de um mundo em constante mutação”, conclui.
Lições africanas
John Traxler, da Universidade de Wolverhampton, no Reino Unido, é um dos grandes nomes do m-learning. Entre 2003 e 2005, participou de um programa de capacitação para 200 mil professores no Quênia. À época, o governo local tornava a educação primária gratuita. O programa envolvia, entre outros, um sistema de transmissão de mensagens via celular por SMS. No entanto, a tecnologia encontrou na cultura local uma barreira. “O governo possui uma estrutura extremamente hierarquizada. Houve dificuldade de acesso aos professores”, relata o pesquisador. A experiência mostra um dos desafios que se colocam para o m-learning: a interação com o contexto no qual ela vai se inserir.
Saiba mais:
learningpedia.com.br/8-ferramentas-para-mobile-learningwww.institutoclaro.org.br www.learninglab.org.uk

www.londonmobilelearning.net
Leia mais sobre o m-learning no site www.revistaeducacao.com.br

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Games on-line são meio de entrada da criança na web no Brasil

Os games on-line são a principal porta de entrada da criança na internet no Brasil, de acordo com a segunda Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação por Crianças no Brasil (TIC Crianças 2010) divulgado nesta terça-feira (4) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Das 2.516 crianças entre 5 e 9 anos entrevistadas pelo estudo, 90% afirmaram que jogar na internet é a atividade mais realizada.
Pesquisas escolares pela internet foi apontada como a segunda atividade mais realizada, com 45% dos entrevisados. As crianças desta faixa etária também começaram a acessar redes sociais como Facebook e Orkut, com um terço dos entrevistados (29%) afirmando ter conta nestes locais. Atividades mais complexas, como mandar e-mail (10%), que exige que a criança saiba ler, ou fazer ligações telefônicas pela web ((6%) são menos populares.

Para as crianças entre 5 e 9 anos, que representam cerca 8,3% da população brasileira de acordo com dados do IBGE, o principal local de acesso à internet é a casa, com 47% dos entrevistados e, na terceira colocação, a escola, com 33%. No segundo lugar, as crianças afirmaram usar a internet na casa de outra pessoa (37%). Nas áreas rurais, a escola é o principal local de acesso à  web, apontado por 52% dos entrevistados desta região.
Entretanto, o uso da internet ainda é inferior ao uso do computador, segundo a pesquisa. Dos entrevistados, 51% disse ter usado o computador e 27% disseram ter usado a internet. Ainda, as crianças afirmam aprender a navegar na internet sozinhas, resposta de 20% dos entrevistados. O professor desponta como o meio de aprendizado para adquirir habilidades na web. Ele foi o mais mencionado pela criança na soma entre áreas rurais e urbanas, com 37% no total do Brasil.
Os aparelhos celulares já estão populares entre crianças entre 5 e 9 anos, com 60% afirmando usar o aparelho para diversas atividades. Cerca de 84% afirma usar o celular para jogar games e apenas 1% diz ter acessado a internet por meio do dispositivo.
Meninas são mais monitoradas pelos pais
Outro dado apontado pelo TIC Crianças é que 39% dos jovens na idade pesquisada usam a internet sozinhos, sem ajuda de pais, parentes ou professores. O computador, no entanto, está na localizado na sala de estar (44% dos entrevistados), onde os familiares podem acompanhar a atividade. Cerca de 21% dizem que o PC está no quarto, onde ela teria mais privacidade para o uso da web.
Muitos mais também não controlam o que os filhos nesta faixa etária acessam na internet. Cerca de 21% diz não controlar nem restringir o acesso; 40% diz conversar para orientar a criança; 20% acessa o histórico do navegador para saber o que ela acessou e 15% bloqueia sites.
Na divisão por sexo, 24% dos pais que têm filhas acessam o histórico da web contra 15% dos pais que têm meninos. Apenas 14% disse não controlar ou restringir o acesso da web pelas meninas contra 28% de pais que têm meninos.
Mesmo com pouca idade, as crianças disseram já sentir riscos na internet, com 25% dizendo já ter sentido medo ou perigo enquanto navegava. O estudo não entrou em detalhes de que tipo de atividade na web (chat, busca, etc) estava sendo realizada quando a criança sentiu medo. Ainda, 6% diz ter sofrido algum tipo de brincadeira que não gostou na web.

Por G1 
Com informações do Blog do Professor Ivanilson

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Redes Sociais] Professora alerta sobre os cuidados na hora de acessar

Educadora utilizou colunas sociais do Jornal da Manhã para promover um debate sobre o uso consciente da internet e os perigos da exposição indevida da imagem

Preocupada com a grande exposição dos jovens em redes sociais, a professora da Escola Estadual Francisco Pires Machado, em Ponta Grossa, utilizou o conteúdo publicado na coluna social Persona e na editoria Mix, do Jornal da Manhã, para realizar um trabalho de conscientização com as turmas do 6º Ano do Ensino Fundamental. “Como a maioria dos adolescentes hoje possui perfil em alguma rede social e sente a necessidade de se destacar, de aparecer, é necessário que haja um trabalho de reflexão e conscientização sobre como a exposição exagerada pode causar problemas e até se tornar perigosa para eles”, explica Simone.
Os alunos analisaram as fotos e textos da coluna social e opinaram sobre o modo como as pessoas apareciam na página, qual era o papel delas na sociedade ou se eram desconhecidas, e revelaram se eles gostariam de se ver naquele espaço ou não. Depois, no Mix, que traz notícias sobre fatos da televisão, os estudantes observaram, principalmente, as fofocas, comparando com a página anterior. “Eles conseguiram trabalhar com diversos tipos de textos e informações percebendo que muitas vezes o uso da nossa imagem é positivo quando mostramos algo que vale a pena, como nas colunas sociais, mas que muitas vezes essa necessidade de aparecer pode tornar-se negativa, como no caso das fofocas maldosas em relação aos artistas. E que esse lado negativo pode tornar-se bastante perigoso se não soubermos administrar o uso de nossa imagem”, esclarece a educadora.
A professora questionou aos estudantes se eles faziam algum tipo de exposição de suas imagens ou de suas vidas pessoais. Como muitos responderam que sim, apontando a internet como principal meio, Simone então pediu que todos preenchessem um questionário com perguntas sobre o modo que faziam essa exposição. As respostas mostraram que os jovens, muitas vezes, escondem de seus pais que possuem perfil na rede, mentem sua idade, chegam a divulgar endereço e telefone completos e alguns ainda adicionam qualquer pessoa a seu perfil. “Mas a maioria parece ter consciência de que isso não é bom”, percebeu a professora. Em seguida foi realizado um debate na escola, onde todos foram incentivados a lembrar alguns perigos que a exposição de fotos e informações na internet poderiam causar, recordando notícias sobre assassinatos, roubos, pedofilia, pornografia, bullying, entre outros, que tinham visto no jornal, televisão e na própria internet.
Para finalizar, foi feito um trabalho de conscientização sobre a importância de adultos supervisionarem o acesso de menores à internet. “A maioria concordou que ter a supervisão de um adulto era o melhor a fazer, já que muitas vezes eles não têm real noção do perigo que podem encontrar na rede”, destaca Simone.
Matéria publicada dia 29 de setembro de 2011 na página “JM na Educação”, por Talita Moretto.