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quinta-feira, 14 de março de 2013

Câmara altera Lei de Diretrizes e Bases da Educação



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O Plenário aprovou nesta terça-feira (12) proposta que, dentre outras coisas, fixa prazo de seis anos para os novos professores da educação básica com formação em nível médio concluírem curso de licenciatura de graduação plena.

O texto aprovado é um substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 5395/09, do Executivo. A matéria será enviada à sanção presidencial.
Segundo o texto, o prazo de seis anos contará da posse em cargo de docente na rede pública de ensino e será válido para os professores com nível médio na modalidade normal (sem curso técnico).
O texto prevê exceção à exigência de curso superior para os professores com ensino médio, na modalidade normal, que já estejam trabalhando, na rede pública, em creches, na pré-escola e nos anos iniciais do ensino fundamental quando da publicação da futura lei.
Caberá à União, aos estados e aos municípios adotar mecanismos para facilitar o acesso e a permanência dos professores da educação básica pública nos cursos superiores. Um dos incentivos será a concessão de bolsa de iniciação à docência.
Sem penalidade
A Câmara aprovou destaque do PT que retirou a penalidade de inabilitação do professor que não cumprir o prazo. Segundo a relatora da matéria na Comissão de Educação e Cultura, deputada Fátima Bezerra (PT-RN), não é possível inabilitar professores aprovados em concurso e trabalhando em etapa adequada para sua formação. Ela apresentou emenda supressiva de igual teor na comissão.
Segundo Fátima Bezerra, a punição por descumprimento do prazo "feria direitos adquiridos porque o professor não pode ser punido se não tiver concluído sua formação por algum motivo". A deputada lembrou que há dificuldades de acesso ao ensino superior em diversos locais do País.
A deputada ressaltou, no entanto, que o projeto fortalece a política pública de valorização do magistério brasileiro.
LDB
O texto aprovado altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9.394/96), cuja redação será adequada à Lei do Fundeb (11.494/07), que estende a educação obrigatória e gratuita dos 5 aos 15 anos para 4 a 17 anos.
Para outros trabalhadores em educação, com curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim, o texto aprovado prevê formação que inclua habilitações tecnológicas. Essa formação continuada poderá ocorrer no local de trabalho ou em instituições de educação básica e superior.
O Plenário também aprovou destaque do PSD que impediu a revogação, na LDB, da garantia de vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 anos de idade. Essa garantia foi criada pela Lei 11.700/08.
O projeto revoga, no entanto, o dispositivo da LDB que determina, durante a chamada década da educação (1997 a 2007), a contratação somente de professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço.
Enem
O projeto original do Executivo tratava apenas de dois pontos: exigência de formação superior para docentes que atuam na educação básica, exceto na educação infantil; e exigência de nota mínima no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como pré-requisito para ingresso em cursos de graduação para formação de docentes. Esse pré-requisito continuou no texto.
Educação infantil
Uma das novidades do substitutivo do Senado em relação ao texto anteriormente aprovado pela Câmara é a imposição de regras comuns à educação infantil.
A carga horária mínima anual será de 800 horas, distribuída em um mínimo de 200 dias de trabalho; atendimento à criança dentro de um mínimo de quatro horas para o turno parcial e sete horas para o integral; controle de frequência na pré-escola (60% de comparecimento); e expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Atendimento especializado
O substitutivo aprovado amplia o conceito de alunos especiais. Além daqueles com deficiência, já contemplados, são incluídos aqueles com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Eles deverão contar com atendimento educacional especializado em todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino.
O texto aprovado também prevê a realização de recenseamento anual de crianças e adolescentes em idade escolar, assim como de jovens e adultos que não concluíram a educação básica. A pesquisa prevista na lei era restrita ao ensino fundamental.
(Agência Câmara)

CNTE discute Lei de Responsabilidade Educacional na Câmara


audmartaRepresentada pela sua secretária-geral, Marta Vanelli, a CNTE debateu hoje, em audiência pública na Câmara dos Deputados, a responsabilidade dos gestores públicos na qualidade da educação básica. A Comissão Especial da Lei de Responsabilidade Educacional (Projeto de Lei 7420/06) também contou com a presença da ex-deputada Raquel Teixeira e da coordenadora-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Madalena Guasco Peixoto, do deputado Waldenor Pereira e do deputado Raul Henry.
Para Marta Vanelli, o foco da lei deve ser a responsabilização do gestor dos recursos para a educação. Não é papel da LRF entrar no mérito da qualidade do ensino, que é pautada por outras leis. "Nós e a CONTEE tivemos muita unidade pra dizer que esta lei tem que focar na responsabilização do gestor nos recursos humanos e financeiros da educação. Nós já temos muita legislação educacional nesse país, mas não temos nenhuma responsabilização do gestor que não cumpre a legislação aprovada até hoje. Também queremos responsabilizar os tribunais de contas e ministério públicos para terem a obrigação constitucional de fiscalizar os órgãos públicos. Atualmente estes órgãos aprovam contas de gestores mesmo detectando desvio de verbas e outras irregularidades. A LRF tem que se expandir para atingir os tribunais e ministérios que deixam de fazer seu papel constitucional", afirmou.
Além do PL 7420/06, a comissão analisou outros 15 projetos que estão presentes no texto principal, divididos em três temas: responsabilização dos gestores públicos na aplicação das verbas para o setor; responsabilização pelo desempenho dos alunos; e regulamentação do regime de colaboração entre os entes federados.

Por CNTE

terça-feira, 12 de março de 2013

FNDE prorroga prazo para envio de prestações de contas


Por: Assessoria de Comunicação Social do FNDE


O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) prorrogou o prazo para envio da prestação de contas de três programas de sua competência: Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) e Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Municípios, estados e o Distrito Federal têm até o dia 30 de abril para encaminhar os dados referentes aos anos de 2011 e 2012 pelo Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SiGPC), também conhecido como Contas Online, disponível no portal eletrônico do FNDE (www.fnde.gov.br).

Quem não cumprir o prazo pode ficar sem os recursos desses três programas enquanto não regularizar a situação. “O prazo foi alterado para que nenhum ente federativo seja prejudicado, já que se trata de uma nova sistemática de apresentação das prestações de contas, por meio eletrônico”, afirmou Rafael Torino, diretor de Ações Educacionais do FNDE.

No caso dos programas de alimentação e transporte escolar, as contas dos municípios são analisadas inicialmente por conselheiros de controle social. Eles terão até o dia 14 de junho de 2013 para enviarem ao órgão seus pareceres, aprovando ou não as contas, pelo Sistema de Gestão de Conselhos (Sigecon). Já as contas do PDDE são encaminhadas diretamente ao FNDE.

Os novos prefeitos que ainda não têm senha do SIGPC devem entrar em contato com a Central de Atendimento pelo telefone 0800-616161. Também estão disponíveis no portal eletrônico do FNDE (www.fnde.gov.br) guias de orientações para auxiliar os gestores estaduais e municipais no preenchimento da prestação de contas.

Veja a lista de entidades que não haviam enviado as prestações de contas doPNAE 2011PNAE 2012PDDE 2011PNATE 2011 e PNATE 2012, até 10h30 do dia 11 de março.      


Fontehttp://www.fnde.gov.br/component/k2/item/4149-fnde-prorroga-prazo-para-envio-de-presta%C3%A7%C3%B5es-de-contas   

Programa Saúde na Escola vai beneficiar 14 milhões de estudantes em 2013


Por: Lourenço Canuto (Repórter da Agência Brasil)


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, abriu hoje (11) em Brasília as atividades deste ano do Programa Saúde na Escola, com a realização de uma semana de atendimento médico no Centro de Ensino Fundamental nº 1, na Vila Planalto, no Plano Piloto. A iniciativa conta com parceria do Ministério da Educação e atendeu no ano passado 7 milhões de estudantes, de 1.433 municípios, em 16,7 mil escolas, quando foram mobilizadas 7.441 equipes de Atenção Básica à Saúde. O ministro afirmou que este ano a Semana de Mobilização Saúde na Escola vai chegar a 30 mil centros de ensino, com apoio de 13 mil equipes do programa Saúde da Família, que vão trabalhar em 2.300 municípios, beneficiando 14 milhões de estudantes.  

A partir deste ano, com a participação do Programa Brasil Carinhoso, estudantes de creches e pré-escolas também vão passar pela triagem da saúde. Após as avaliações feitas durante as semanas, os profissionais de saúde fazem acompanhamento das crianças durante todo o ano letivo. No ano passado foram gastos nessa assistência R$ 4,1 milhões, e este ano o investimento do Ministério da Saúde deve subir para R$ 10 milhões. Os estudantes recebem instruções sobre como escovar os dentes de forma correta, fazem exame de acuidade visual - aquele que precisar usar óculos, vai receber do governo, e checam outros problemas como obesidade ou pressão alta.  

O ministro Alexandre Padilha afirmou durante a cerimônia , que "a saúde não deve acontecer só dentro do hospital, mas tem que ser levada para onde as pessoas estão - no caso das crianças, para dentro da escola". Para o ministro, uma criança bem educada na questão da saúde, "pode alertar ao pai que não deve fazer uso do tabaco, sobre o que é alimentação saudável e saberá da importância de praticar educação física.  Os problemas de saúde afetam o desempenho escolar do estudante, por isso ele tem que ser assistido", destacou Padilha.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que participou do lançamento da Semana no DF, disse que o governo, ao oferecer assistência à saúde, "está fazendo o investimento mais importante em favor da população". O Ministério da Saúde vai repassar este ano o adicional de R$ 594,15 para cada equipe que trabalha na Atenção Básica, que estiver mobilizada nessa ação nas escolas.


Fonte: 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-11/programa-saude-na-escola-vai-beneficiar-14-milhoes-de-estudantes-em-2013

ATENÇÃO DIRIGENTES MUNICIPAIS!


PRADIME - 2013



O Pragrama de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação (Pradime), parceria do Ministério da Educação com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), foi criado com o objetivo de fortalecer e apoiar os dirigentes da educação municipal na gestão dos sistemas de ensino e das políticas educacionais. O intuito do programa é contribuir para o avanço em relação às metas e aos compromissos do Plano Nacional de Educação (PNE) e do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).


O objetivo é oferecer a todos os dirigentes municipais de educação um espaço permanente de formação, troca de experiências, acesso a informações sistematizadas e à legislação pertinente, que ajude a promover a qualidade da educação básica nos sistemas públicos municipais de ensino, focando as diversas dimensões da gestão educacional.

Em Alagoas quem desenvolve o PRADIME é a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Segue abaixo comunicado da UFBA sobre o Programa e link para Pré-cadastro.



Colocamo-nos a disposição para quaisquer dúvidas, através do e-mail: undimeal@bol.com.br ou luizundimeal@gmail.com



INFORMAÇÕES. CLIQUE AQUI!



COMUNICADO. CLIQUE AQUI!



PRÉ-INSCRIÇÃO. CLIQUE AQUI!

Por UNDIME/AL

domingo, 10 de março de 2013

Autoaprendizado, tecnologia e comunidade são união poderosa, diz especialista



Apesar de ainda não estarem disseminadas nos sistemas educacionais, a tecnologia e as plataformas digitais estão tirando o foco do ensino formal e devem quebrar paradigmas educacionais. Assim, modelos híbridos, baseados em autoaprendizado, aprendizado por games e relação com a comunidade são uma mistura poderosa. A análise é de Terry Heick, educador especializado em desenvolvimento social por meio de inovações no ensino e autor em sites especializados, como o Edutopia e oEdudemic, além de ser diretor de currículo do TeachThought. "O e-learning costumava ser considerado um método inferior em relação ao presencial e para muitos ainda é, mas isso está começando a mudar", afirma.

As ferramentas disponíveis são muitas: jogos digitais, simulações, modelos de ensino usando aparelhos móveis, ambientes e plataformas de e-learning, mídias sociais. O desafio para os educadores, na opinião de Terry, é descobrir como os estudantes aprendem melhor e como a tecnologia pode ajudar melhor nesse processo. Por isso, os professores têm papel fundamental nessa engrenagem. Veja a entrevista concedida à agência Porvir por e-mail, em que ele ainda aborda o aprendizado baseado em projetos, educação domiciliar e o novo papel da escola.
Porvir - No seu artigo What To Expect From Education In 2013 (O que esperar da educação em 2013) você diz que a quebra de paradigmas é um tema para este ano e que a tecnologia e as plataformas digitais estão tirando o foco do ensino formal. Esse processo está acontecendo em todos os sistemas de ensino nos Estados Unidos?
Terry Heick - Nas escolas norte-americanas há bastante diversidade. Não existe uma fórmula mágica que todos seguem, e boa parte da inovação fica a cargo muito mais de cada professor do que da prefeitura ou do estado. Isso é um desafio porque os professores que estão em sala de aula não podem comprar aparelhos tecnológicos caros com acesso às mídias sociais e a outras ferramentas digitais. Também existe o problema das regras e políticas do governo. Quando as escolas públicas financiadas pelo governo conseguem introduzir essas tecnologias, normalmente elas têm que enfrentar regras rígidas, que podem inibir as habilidades dos professores em usá-las de modo consistente e criativo. A maioria das inovações citadas acima - e-learning, aprendizagem por meio de tecnologias e aparelhos móveis, simulações e similares - ainda são projetos únicos e isolados, ou integrados de forma precária no currículo.
Porvir - Você poderia falar sobre um projeto ou modelo de aprendizagem que o surpreendeu?
Heick - O modelo de aprendizagem que mais tem me interessado ultimamente é um tipo híbrido entre autoaprendizagem e aprendizagem através de jogos e brincadeiras. Com as novas tecnologias e com as comunidades, especialistas e mentores acessíveis, isso se torna especialmente poderoso. Há exemplos de aprendizagem com modelos híbridos em salas de aula de educação infantil e ensino médio e também nas universidades nos Estados Unidos. Isso não significa que todos os modelos de aprendizagem híbridos são iguais, mas mostra uma grande mudança no modo como as escolas estão trabalhando com o e-learning. O e-learning costumava ser considerado um método inferior em relação ao presencial, e para muitos ainda é, mas isso está começando a mudar.
Porvir - Como os estudantes aprendem com jogos e brincadeiras?
Heick - Não só os alunos podem aprender com jogos e brincadeiras, mas eles só aprendem brincando. Os estudantes fazem uma tarefa e têm sua performance avaliada após a entrega, muitas vezes recebendo uma nota por isso. A ideia de aprender brincando é totalmente focada no estudante - ele escolhe o conteúdo, as ferramentas e a linha de aprendizagem a ser seguida. Isso poderia acontecer por razões formais ou poderia ser o resultado de uma aprendizagem informal. Aprender com jogos e brincadeiras estimula o aluno de várias maneiras, incentivando-o a experimentar uma forma livre de ridicularização ou correções. Numa sala de aula tradicional, os alunos aprendem a obedecer e a "ir bem na escola". Por meio das brincadeiras, eles são guiados pela curiosidade, imaginação e pela disposição em relação a algum tema conquistada por uma autopercepção.
Porvir - As escolas que quebram com os modelos tradicionais de ensino e aprendizagem normalmente trabalham com aprendizagem baseada em projetos. O que você pensa sobre essa metodologia? Seria possível ter um modelo de educação totalmente baseado em projetos, mas ainda assim seguindo o currículo?
Heick - O modelo de aprendizagem baseado em projetos tem se tornado cada vez mais popular, mas isso está evoluindo aos poucos. O modelo de cinco anos atrás tem sido substituído por abordagens novas e mais personalizadas. Enquanto, há uma década, o método era considerado uma forma nociva de ensinar, agora ele está se tornando uma alternativa viável às unidades e lições tradicionais. Neles, o processo de aprendizagem é mais importante do que o resultado do projeto em si. Se forem dados os treinamentos necessários, os professores podem usá-los para atingir os objetivos acadêmicos desejados.
Porvir - Como você analisa esse fenômeno do homeschooling (ensino domiciliar), que vem crescendo nos EUA?
Heick - Em termos de dados atuais e mensuráveis, eu posso citar as estatísticas do Departamento de Educação dos EUA, que mostram aumento nesse número [de adeptos ao homeschooling]. Uma grande mudança que eu percebo é sobre a percepção do homeschooling. No passado, ele tinha mais a ver com socialização e religião do que com sabedoria, tecnologia ou até mesmo rigor acadêmico. Acredito piamente que um indivíduo pode ter uma educação melhor em casa [do que a que teria na escola].
Adoraria ver o papel das escolas públicas mudar, de uma única instituição detentora do saber para um papel diferente no ambiente de aprendizagem misto, onde escolas dão apoio a comunidades com recursos, programas de alfabetização, redes de tutores e mesmo com programas e projetos que ajudam os pais e os membros da família a entenderem o real significado de "aprendizagem". Como uma mudança como essa, a capacidade de aprendizagem iria acontecer não só no nível institucional, como nos níveis da comunidade e individual, e uma mudança a longo prazo teria uma chance maior de acontecer.
Porvir - Se você fosse dar um conselho para os professores, qual seria?
Heick - Em meio a tantos recursos e ideias que eu teria para recomendar, fica até difícil saber por onde começar. A melhor resposta que eu poderia dar a essa pergunta seria provavelmente a menos emocionante: eu adoraria ver os professores terem completo domínio sobre como as pessoas aprendem e sobre os inúmeros modelos de aprendizagem disponíveis, principalmente como resultado da inovação tecnológica.

Porvir Porvir

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Como é calculado o QI? Veja testes que buscam medir a inteligência



Aos 4 anos, a britânica Heidi Hankins já tinha QI comparado ao de Albert Einstein Foto: ReproduçãoResolver problemas matemáticos cabeludos, persuadir uma multidão, arrematar uma partida de xadrez, compor peças musicais ou criar uma obra arquitetônica que vire referência. Não são tarefas impossíveis, mas o potencial de realizá-las aumenta conforme a pessoa demonstra ter uma inteligência em nível superior. Mas como medir algo tão subjetivo? 
Diversos estudiosos já tentaram desvendar o que é a inteligência e se há maneiras de mensurá-la.
A partir deles, vários modelos surgiram em um espaço de 100 anos, e talvez o mais conhecido deles seja o quociente de inteligência (QI). Contudo, embora haja inúmeros testes espalhados pela internet, verificar o indicador de inteligência não é tão simples, nem é feito despropositalmente, e requer acompanhamento profissional.
A definição de inteligência não é unânime. "Alguns teóricos supõem que a inteligência seja fator único. Outros entendem que há vários", explica o professor do departamento de Psicologia do campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) José Aparecido da Silva. Autor do livro Inteligência Humana: Abordagens Biológicas e Cognitivas, o professor defende a ideia de que há uma inteligência geral, mas há outras teorias que tateiam o terreno do que é inteligência, dividindo em duas ou mais variáveis. O QI, no entanto, foi um dos primeiros indicadores pensados para medir o intelecto individual. 
Não existe um teste que seja universal, que se aplique a qualquer idade. Alguns instrumentos podem ser inadequados
Denise de Souza Fleith Professora da UnB
A ideia de QI surgiu no início do século 20, graças aos trabalhos desenvolvidos pelo pedagogo e psicólogo francês Alfred Binet. Na época, observou-se que as crianças aprendiam em ritmos diferentes, e o especialista foi chamado para tentar propor uma solução, como programas especiais de educação. Com os testes desenvolvidos por Binet em conjunto com o psicólogo Théodore Simon, foi criada em 1905 a primeira escala de inteligência, conhecida como Binet-Simon. Mais tarde, em 1916, outro psicólogo, Lewis Terman, da Universidade de Stanford, aprimorou a medida, que passou a ser chamada de Stanford-Binet. "QI não é inteligência. É um indicador, um manifesto da inteligência que pode ser observado por meio dos testes", ressalta Silva.
Inteligentes acima da média são apenas 2%
A fórmula do QI é feita pela divisão da idade mental pela idade cronológica, sendo que esse número deve ser multiplicado por 100. Parece complicado, e na prática é difícil determinar a idade mental de uma pessoa. É para isso que servem os testes. 
A professora do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da Universidade de Brasília (UnB) Denise de Souza Fleith afirma que as atividades propostas avaliam a capacidade de resolução de uma pessoa. Por isso, o nível das questões deve estar de acordo com a faixa etária de quem vai fazer o teste e com a cultura nacional ou local. "Não existe um teste que seja universal, que se aplique a qualquer idade. Alguns instrumentos podem ser inadequados", alerta Denise. Teste de internet (mesmo os que são pagos), então, só por diversão.
No Brasil, pensam que o talentoso pode aprender sozinho, mas é ledo engano. Tal como a criança com QI baixo, aquelas que têm QI muito alto precisam ser ensinadas a usar esse talento
José Aparecido da Silva Professor da USP
A partir de uma normalização de resultados, o QI tem um valor médio estabelecido em 100. Desse número, estipula-se um desvio padrão de 15. Ou seja, a inteligência média está nos resultados que vão de 85 a 115. É nessa faixa que estão, aproximadamente, 90% da população (os brasileiros, por exemplo, tem uma média estimada em 87, segundo Silva). Abaixo desse valor, é sinal de que pode haver algum tipo de comprometimento intelectual. Acima, estão aqueles que possuem um desenvolvimento cognitivo mais avançado. Se o resultador der mais de 130, o indivíduo pode ser considerado um superdotado - ou um gênio. Mas eles representam apenas 2% de todo o mundo.
A aplicação dos testes geralmente tem um objetivo específico e não é feita de uma hora para outra. Sua realização geralmente busca um diagnóstico clínico para questões de comportamento e conduta, incapacidade cognitiva, problemas de desempenho ou retardo mental. Eles ainda podem ser úteis na hora de decidir pela aceleração ou não de um aluno - se ele está apto a pular de série ou entrar precocemente na escola ou universidade - e até em uma seleção de emprego.
Mas a professora frisa que o QI não é a única ferramenta a que se recorre nesses casos: ele é apenas um dos subsídios para que a decisão seja tomada, ou para que o diagnóstico seja concluído. É por isso que a análise deve ser feita apenas por profissionais habilitados, como psicólogos, por exemplo.
Falta assistência para pessoas com altas habilidades
No Brasil, a principal utilização dos testes de QI é no diagnóstico de déficit intelectual. Para essas pessoas, o País conta com rede de escolas especiais, sedes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e políticas de educação inclusiva (que nem por isso são totalmente eficientes). Mas o professor José Aparecido da Silva critica a preferência histórica dos governos em focar os investimentos, além da educação média, no ensino dos "excepcionais para baixo".
"No Brasil, pensam que o talentoso pode aprender sozinho, mas é ledo engano. Tal como a criança com QI baixo, aquelas que têm QI muito alto precisam ser ensinadas a usar esse talento", observa.
Silva lamenta que os instrumentos sejam pouco utilizados para a busca de talentos. "O teste de QI é uma das principais ferramentas para identificar as pessoas criativas. São elas que fazem diferença", defende Silva. Ele usa o exemplo de Santos Dumont, o pai da aviação, que tem QI estimado em 159 (não que ele tenha alguma vez se submetido a um teste, mas o valor é aproximado em função de seu legado), para destacar a importância de investir também nessa pequena parcela da população. 
Hoje, o Ministério da Educação (MEC) informa que existem 27 Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), um para cada unidade federativa. Eles oferecem, no contraturno escolar, atividades que estimulem as aptidões e os temas de interesse dos alunos identificados com altas habilidades ou superdotação. Até 2014, o MEC espera implementar 42 mil salas desse tipo, atendendo 90% dos municípios brasileiros, como forma de fortalecer a articulação da educação especial com o ensino regular. 
Uma ou múltiplas inteligências?
A concepção de QI está longe de ser a única hipótese para a inteligência. Para alguns teóricos, esse indicador explica apenas uma parcela do intelecto humano. Quem está no time dos que propõem uma alternativa é o professor e psicólogo americano Howard Gardner, autor da Teoria das Inteligências Múltiplas, apresentada pela primeira vez em 1983.
Segundo Gardner, o ser humano possui não um, nem dois, mas nove tipos de inteligência, com personalidades e estudiosos que podem ser apontados como referência para cada uma delas: corporal-cinestésica (Pelé), espacial (Oscar Niemeyer), linguística (José Saramago), musical (Beethoven), lógico-matemática (Alfred Einstein), interpessoal (Mahatma Gandhi), intrapessoal (Sigmund Freud), naturalista (Charles Darwin) e existencialista (Dalai Lama). Além dessas, especula-se a formulação de uma décima inteligência, a digital.
O professor José Aparecido da Silva, contudo, atenta para dois problemas da teoria de Gardner. O primeiro deles é que nem todos os tipos de inteligência definidos pelo americano podem ser medidos com testes objetivos. "Temos dificuldades em criar instrumentos para mensurar isso", comenta. 
Apenas três delas podem ser avaliadas: linguística, espacial e lógico-matemática. Mas aí vem o segundo problema. Na visão de Silva, essas três categorias estão fortemente correlacionadas, o que pode ser um empecilho à divisão. Em entrevista ao Terra, Gardner defendeu que a teoria pode ser um subsídio mais completo para entender a(s) inteligência(s) do que simplesmente efetuar o cálculo do QI. 
"Se você acredita na Teoria das Inteligências Múltiplas, isso significa reconhecer que o QI cobre apenas algumas inteligências, a linguística e a lógica. É como um livro de receitas que só inclui carne, sem outros tipos de prato", argumenta.



Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Com ajuda de alunos, professor cria web TV e cobre temas da cidade



No site ficam disponíveis todos os vídeos produzidos pelos estudantes Foto: Reprodução
O uso de tecnologia dentro da sala de aula ainda é motivo de inquietação para muitos educadores. Mas em Campo Bom, município gaúcho a 50 quilômetros de Porto Alegre, um professor não só criou uma web TV com a ajuda dos alunos como levou o projeto para fora dos limites da escola. No começo de 2009, o professor de português Jorge Cesar Barboza Coelho, 35 anos, e seus alunos lançaram o CBB WebTV, iniciativa que mudou a realidade da Escola Municipal de Ensino Fundamental Borges de Medeiros e da cidade.
A partir de uma sondagem entre os alunos, Coelho chegou ao diagnóstico de que a televisão, o celular e outros aparatos tecnológicos estavam presentes na vida de mais de 90% dos estudantes. Seguindo um dos seus princípios, de que projetos não podem partir somente do educador, o professor convocou alunos, pais e colegas de profissão para pensar uma forma de se apropriar da tecnologia e tornar a dinâmica das aulas mais atraente, com a criação de um novo projeto de ensino. "Envolvemos os estudantes em todo o processo. Primeiro provocando, perguntando se eles achavam as aulas chatas e o que poderia mudar, até chegar no nascimento do CBB WebTV", explica o professor.
O CBB (sigla para Clube dos Blogueiros do Borges, em referência à instituição em que foi criado) é um núcleo de ideias em forma de WebTV, em que alunos - em sua maioria de 10 a 15 anos - elaboram notícias, reportagens, documentários, entrevistas, enquetes e programas sobre o cotidiano escolar e outros interesses jovens. Além disso, promovem coberturas ao vivo dos eventos relevantes da cidade de Campo Bom. Em 2011, o projeto evoluiu, e a grade foi organizada em diversos canais: o CBB News, o CBB Live, o CBB Defender (reportagens sobre bullying) e o CBB Sports.
Projeto inspira outras escolas da cidade
Com recursos da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, o projeto envolve anualmente cerca de 100 alunos e hoje não se limita apenas à Escola Borges de Medeiros. Atualmente nove instituições da rede pública de Campo Bom participam da iniciativa. Esse sucesso do CBB WebTV fez com que o coordenador se tornasse um dos dez ganhadores do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 de 2012, concedido anualmente pela Fundação Victor Civita.
O projeto também esteve entre os vencedores da 6ª edição do Prêmio Professores do Brasil, iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e, em 2011, representou o País na seletiva internacional do Prêmio Educadores Inovadores da Microsoft, em Washington (Estados Unidos), após vencer a etapa nacional. O trabalho do professor em frente ao projeto foi reconhecido também pela administração municipal: Coelho foi convidado, no começo de 2012, para trabalhar na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Campo Bom.
A mudança na dinâmica da sala de aula causada pelo CBB - que já envolveu, desde o início, cerca de 800 alunos - incentivou outros professores a pensar em novas formas de avaliação. "São necessários exemplos motivadores que incentivem os professores a ousar. Hoje a maioria está envolvida no CBB e inclusive usa alguns programas como avaliação em suas disciplinas", conta Coelho. A forma de avaliação tradicional é alvo de críticas do coordenador do projeto. "Na escola, não há espaço para o aluno errar. Você faz uma prova e, se se equivocar, perde nota. E na vida não é assim. Nós erramos, é normal. Errar e aprender com o erro. Temos que estar cientes disso no momento de avaliar alguém e de criar dinâmicas de aprendizado", opina.
No começo do projeto, segundo o professor, alguns alunos até buscavam participar em busca de uma compensação no boletim. Hoje, segundo ele, todos se envolvem muito mais, "vestem a camisa em diversas frentes", como por exemplo, campanhas de arrecadação promovidas pela escola, que acabam sendo lideradas por integrantes do CBB. Para o professor, a impressão é de que a cidade passou a valorizar mais a educação e a escola depois do projeto. "Isso se deve ao fato de não fazermos do CBB WebTV uma ação isolada. Nossa intenção é integrar cada vez mais pessoas", diz.
Qualquer estudante pode fazer parte do CBB WebTV, enviando matérias e trabalhos. Quando o nível de comprometimento é alto, este aluno recebe o título de CBB Master e passa a fazer parte de uma equipe fixa, que auxilia estudantes e educadores nas ações digitais. Um dos CBB Master é Gabriel Tonin, aluno do 9º ano da Escola Estadual Borges de Medeiros. Envolvido no projeto desde o princípio, o estudante de 13 anos criou o canal que hoje se chama CBB Games.
"Fazíamos programas com jogos como Age of Empires e íamos aprendendo sobre a Idade Média, por exemplo. Discutíamos como os castelos eram construídos e de que maneira as armaduras dos guerreiros medievais eram feitas", explica o estudante. Para Gabriel, a máxima "estudar se divertindo" é o melhor do projeto.



Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra

Com informações do Blog do Professor Ivanilson