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terça-feira, 21 de maio de 2013

Por que as crianças francesas não têm Deficit de Atenção?



EQ 2-ilu Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?

TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta depende do fato de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall.
Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.
Os psiquiatras infantis franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocionais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam oDiagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psiquiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L’Enfant et de L’Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em encontrar os melhores bandaids farmacológicos para mascarar os sintomas.
Na medida em que os médicos franceses são bem sucedidos em encontrar e reparar o que estava errado no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso, a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que na minha opinião, tende a “patologizar” muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos.
A abordagem psico-social holística francesa também permite considerar causas nutricionais para sintomas do TDAH, especificamente o fato de o comportamento de algumas crianças se agravar após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes, e / ou alérgenos. Os médicos que trabalham com crianças com problemas, para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH, estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos Estados Unidos, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a ignorarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças.
E depois, claro, há muitas diferentes filosofias de educação infantil nos Estados Unidos e na França. Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais divergentes em seu recente livro, Bringing up Bébé. Acredito que suas idéias são relevantes para a discussão, por que o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH, em nada parecem com os números que estamos vendo nos Estados Unidos.
A partir do momento que seus filhos nascem, os pais franceses oferecem um firme cadre- que significa “matriz” ou “estrutura”. Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos, sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com a idade de quatro meses.
Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra “não” resgata as crianças da “tirania de seus próprios desejos”. E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França.
Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças francesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o auto-controle no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Druckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família americana, a situação é muitas vezes o inverso.
Texto original em Psychology Today


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

domingo, 19 de maio de 2013

IBGE: acesso à internet de alunos da rede pública mais do que dobra



Rio: estudante de 12 anos cria aplicativo para calcular notasO acesso de estudantes da rede pública de ensino à internet disparou nos últimos anos no País, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Isso não significa que aumentou o acesso de alunos pelas escolas públicas. Mas não deixa de ser um indício. A pesquisa não mediu de onde as pessoas se conectaram à internet
Cimar Azeredo Técnico do IBGE responsável pelo levantamento
 
Em 2011, 65,8% dos alunos de instituições públicas, o equivalente a 19,2 milhões de estudantes, se conectaram à rede mundial de computadores por meio de microcomputadores ou notebooks.

Antes, em 2005, apenas 24,1%, - ou 7,5 milhões de alunos - desse sistema de ensino navegaram pela web, de acordo com informações do documento “Acesso à Internet e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal”, com base em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2011).
“Isso não significa que aumentou o acesso de alunos pelas escolas públicas. Mas não deixa de ser um indício. A pesquisa não mediu de onde as pessoas se conectaram à internet”, afirmou Cimar Azeredo, técnico do IBGE responsável pelo levantamento.
Já na rede privada, constata-se que quase a totalidade dos alunos teve acesso à internet em 2011. Dos 8,4 milhões de estudantes, 8,1 milhões, o equivalente a 96,2% do total dos que estudam em instituições particulares, navegaram a rede mundial de computadores. Em 2005, 82,4% dos estudantes da rede privada de ensino já tinham alguma conexão com a internet.
Do total de 37,5 milhões de estudantes identificados pela Pnad em 2011, 72,6% acessaram a web naquele ano. Antes, em 2005, 35,7% dos alunos da rede de ensino brasileira haviam se conectado à rede mundial de computadores. Isso significa que, de 2005 a 2011, o total de estudantes internautas praticamente dobrou, com mais 13,4 milhões de alunos conectados.
A amostra do IBGE foi feita a partir de entrevistas com cerca de 359 mil pessoas, em 1.100 municípios brasileiros. Nessa análise, o instituto levou em conta apenas o acesso à internet via microcomputadores ou notebooks. A navegação em celulares e tablets não foi levada em conta.
Maior parte dos empregados acessa a internet
O IBGE observou que, das 77,7 milhões de pessoas que utilizaram a internet, 60,1% trabalhavam. Em relação a 2005, houve pouca variação, já que 62,1% dos que acessavam a rede mundial de computadores em 2005 estavam ocupadas.
Em 2011, dos 93,5 milhões de trabalhadores identificados pelo levantamento, 49,9% navegaram na web. Seis anos antes, essa proporção não passava de 22,8%. Já do total de pessoas não ocupadas em 2011, 42,2% acessaram a rede mundial de computadores. Em 2005, esse contingente representava 18,4%.
Mais pobres navegam cada vez mais na web
A parcela mais pobre da população também vem tendo cada vez mais acesso à internet. Do total da população cuja renda mensal domiciliar per capita não passa de um quarto do salário mínimo, 21,4% navegaram pela web em 2011. Em 2005, essa proporção era de apenas 3,8%.
 
Já na parcela da população cuja renda mensal domiciliar per capita varia de três a cinco salários mínimos, 76,1% se conectaram à rede mundial de computadores em 2011. Em 2005, 62,6% do total dessa classe de rendimento navegaram pela web.
Triplica o número de pessoas que moram em casas com computador e acesso à internet
De 2005 a 2011, triplicou o número de pessoas que residiam em um domicílio com computador e acesso à internet. Em 2005, eram 22,3 milhões de pessoas nesta situação. Já em 2011, esse contingente subiu para 65,7 milhões de pessoas.
Ao mesmo tempo, do total de pessoas que moram em casas sem acesso à internet, 25,6% navegavam na rede mundial de computadores de outro local, em 2011. Seis anos antes, apenas 11,9% se enquadravam em situação semelhante.



Terra


Com informações do Blog do Professor Ivanilson