O processo de
aprendizagem é diferente para cada pessoa. A harmonia com os números da
matemática ou da física, muitas vezes, não é tão simples para alguém que
se identifica com as fórmulas da química ou as letras da história.
Partindo dessas variáveis, um grupo de alunos e professores do Instituto
de Computação (IC) da Universidade Federal de Alagoas e de outras
instituições, teve a ideia de criar um sistema para facilitar os métodos de ensino utilizados pelos estudantes.
Baseado em pesquisas
feitas sobre a defasagem no ensino básico, a equipe desenvolveu um
software denominado “MeuTutor”. É o conceito de tecnologia
aliada à educação. “Nossa missão é atender aos alunos do estado de
Alagoas para que eles possam suprir a defasagem que tiveram durante o
processo de aprendizagem. Os alunos que terminaram o ensino fundamental
em 2011 entraram em 2012, no ensino médio, com 90% de defasagem do que
deveriam ter aprendido, então, precisam de um suporte para a preparação
do Enem”, ressalta o professor Alan Pedro da Silva, do Instituto de
Computação.
Acreditando na
viabilidade do projeto, o grupo criou uma empresa incubada, e
sistematizou o ambiente virtual de aprendizagem. A finalidade da
ferramenta é identificar os pontos específicos onde um aluno tem
dificuldade de aprender e, executar o direcionamento do estudo. “As
pessoas são diferentes, com necessidades
e dificuldades diferentes, então o MeuTutor quer personalizar o modo de
aprendizagem. Se o aluno gosta mais de atividades com vídeo, o software
vai focar o ensino com vídeos. E assim o aluno vai se adaptando com o
conteúdo e as próprias necessidades”, explica Endhe Elias, mestrando em
Informática e presidente da empresa.
Para avaliar sua
funcionalidade, a ferramenta foi testada com aproximadamente 500 alunos
voluntários do projeto Conexão de Saberes, da Ufal, que prepara
estudantes de escolas públicas para o Enem; e do Instituto Federal de
Alagoas. A aluna da disciplina de Programação,
no Ifal, Larissa Artemis, utilizou o software na fase de experiência.
“Eu tive dificuldades em memorizar a sintaxe da programação. Entendi os
conceitos bem rápido, mas precisei de mais de um exercício para não
esquecer a sintaxe. Dessa forma, vários exercícios de diversas
abordagens focaram a sintaxe até que eu tivesse uma alta taxa de acertos
nos exercícios”, conta.
Após o período de teste,
Larissa destacou os benefícios para o aluno. “Achei o MeuTutor bem
completo e dinâmico no ensino, porque levou em conta até o tempo que eu
demorei pra responder. O melhor de tudo é que o acompanhamento acaba
sendo personalizado”, disse. Mas o professor Ig Ibert Bittencourt, do
IC, esclarece que o sistema não substitui o ensino em sala de aula.
“A gente não ensina, a gente
auxilia. É como se fosse um incremento, um apoio para o estudante
aprender. Por exemplo, o sistema pode detectar que o aluno tem
deficiência em matemática, e dentro da matemática a maior dificuldade é
com logaritmos, então o sistema vai mandando conteúdo e exercícios e
personalizando o estudo para ele, exatamente para superar os problemas
de cada assunto, de cada disciplina”, explica.
Reconhecimento e conquistas
Pioneira no Brasil no uso
dessas tecnologias, a empresa incubada na Ufal pretende lançar a
primeira versão comercial do software MeuTutor já em 2013. A proposta é
disponibilizar online para os estudantes de todo o Brasil. Dos oito
empreendedores, cinco são professores e alunos da Ufal, mas a equipe
também conta com profissionais experientes do mercado de tecnologia de
São Paulo e da Universidade de São Paulo (USP).
No mês de novembro, a empresa
incubada ganhou o prêmio RHAE (programa de Recursos Humanos em Áreas
Estratégicas), e foi contemplada com um investimento para financiar
cinco bolsas destinadas a estudantes da graduação e mestres. O recurso
será utilizado em 24 meses, mas a ideia é que os profissionais sejam
absorvidos pela equipe, abrindo espaço no mercado da inovação
tecnológica.
Fonte: UFAL
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