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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Software desenvolvido pela UFAL alia tecnologia à educação


O processo de aprendizagem é diferente para cada pessoa. A harmonia com os números da matemática ou da física, muitas vezes, não é tão simples para alguém que se identifica com as fórmulas da química ou as letras da história. Partindo dessas variáveis, um grupo de alunos e professores do Instituto de Computação (IC) da Universidade Federal de Alagoas e de outras instituições, teve a ideia de criar um sistema para facilitar os métodos de ensino utilizados pelos estudantes.
Baseado em pesquisas feitas sobre a defasagem no ensino básico, a equipe desenvolveu um software denominado “MeuTutor”. É o conceito de tecnologia aliada à educação. “Nossa missão é atender aos alunos do estado de Alagoas para que eles possam suprir a defasagem que tiveram durante o processo de aprendizagem. Os alunos que terminaram o ensino fundamental em 2011 entraram em 2012, no ensino médio, com 90% de defasagem do que deveriam ter aprendido, então, precisam de um suporte para a preparação do Enem”, ressalta o professor Alan Pedro da Silva, do Instituto de Computação.
Acreditando na viabilidade do projeto, o grupo criou uma empresa incubada, e sistematizou o ambiente virtual de aprendizagem. A finalidade da ferramenta é identificar os pontos específicos onde um aluno tem dificuldade de aprender e, executar o direcionamento do estudo. “As pessoas são diferentes, com necessidades e dificuldades diferentes, então o MeuTutor quer personalizar o modo de aprendizagem. Se o aluno gosta mais de atividades com vídeo, o software vai focar o ensino com vídeos. E assim o aluno vai se adaptando com o conteúdo e as próprias necessidades”, explica Endhe Elias, mestrando em Informática e presidente da empresa.
Para avaliar sua funcionalidade, a ferramenta foi testada com aproximadamente 500 alunos voluntários do projeto Conexão de Saberes, da Ufal, que prepara estudantes de escolas públicas para o Enem; e do Instituto Federal de Alagoas. A aluna da disciplina de Programação, no Ifal, Larissa Artemis, utilizou o software na fase de experiência. “Eu tive dificuldades em memorizar a sintaxe da programação. Entendi os conceitos bem rápido, mas precisei de mais de um exercício para não esquecer a sintaxe. Dessa forma, vários exercícios de diversas abordagens focaram a sintaxe até que eu tivesse uma alta taxa de acertos nos exercícios”, conta.
Após o período de teste, Larissa destacou os benefícios para o aluno. “Achei o MeuTutor bem completo e dinâmico no ensino, porque levou em conta até o tempo que eu demorei pra responder. O melhor de tudo é que o acompanhamento acaba sendo personalizado”, disse. Mas o professor Ig Ibert Bittencourt, do IC, esclarece que o sistema não substitui o ensino em sala de aula.
“A gente não ensina, a gente auxilia. É como se fosse um incremento, um apoio para o estudante aprender. Por exemplo, o sistema pode detectar que o aluno tem deficiência em matemática, e dentro da matemática a maior dificuldade é com logaritmos, então o sistema vai mandando conteúdo e exercícios e personalizando o estudo para ele, exatamente para superar os problemas de cada assunto, de cada disciplina”, explica.
Reconhecimento e conquistas
Pioneira no Brasil no uso dessas tecnologias, a empresa incubada na Ufal pretende lançar a primeira versão comercial do software MeuTutor já em 2013. A proposta é disponibilizar online para os estudantes de todo o Brasil. Dos oito empreendedores, cinco são professores e alunos da Ufal, mas a equipe também conta com profissionais experientes do mercado de tecnologia de São Paulo e da Universidade de São Paulo (USP).
No mês de novembro, a empresa incubada ganhou o prêmio RHAE (programa de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas), e foi contemplada com um investimento para financiar cinco bolsas destinadas a estudantes da graduação e mestres. O recurso será utilizado em 24 meses, mas a ideia é que os profissionais sejam absorvidos pela equipe, abrindo espaço no mercado da inovação tecnológica.
Fonte: UFAL

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