Seis escolas brasileiras participaram da pesquisa “Excelência e equidade: As lições das escolas brasileiras que oferecem educação de qualidade a alunos de baixo nível socioeconômico”, coordenada pela Fundação Lemann e pelo banco Itaú. A intenção era descobrir como cada uma delas conseguiu fazer com que seus alunos atingissem um nível de aprendizado considerado adequado. A pesquisa uniu escolas públicas do Tocantins, Rio de Janeiro, Goiás, Ceará e Paraná.
O estudo revelou que a valorização dos professores é a principal prática positiva e reflete diretamente na qualidade da Educação. Outras práticas eficazes são a elaboração e execução de planos de metas, o acompanhamento contínuo do trabalho do professor e do rendimento do aluno, além do reforço escolar.
Segundo o coordenador de projetos da Fundação Lemann, Ernesto Martins Faria, as práticas dessas escolas não são desconhecidas, mas saber como elas conseguiram implantá-las é importante. As escolas foram selecionadas a partir de um grupo de 215 instituições, da rede pública de ensino fundamental 1 (com turmas do primeiro ao quinto ano), que passaram por diversos filtros.
O primeiro filtro foi a escolha de escolas com alunos do mais baixo nível socioeconômico. As instituições foram selecionadas de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb, que deveria ser igual ou acima da meta para 2022 estipulada pelo governo (no fundamental 1, a meta é 6). Elas ainda precisavam ter participação de pelo menos 70% de seus alunos na Prova Brasil, exame do Ministério da Educação – MEC que avalia a proficiência dos estudantes em Português e Matemática.
O filtro da Prova Brasil exigiu que 70% dos alunos da turma que fizeram a prova alcançassem o nível de proficiência considerado adequado, e não mais que 5% dos alunos ficassem no nível considerado insuficiente. Os pesquisadores avaliaram também a evolução dos resultados da escola em todas as edições do Ideb e selecionaram aquelas que tiveram desempenho consistente.
Satisfação dos professores
Dentro do seleto grupo de escolas, a pesquisa revelou que, mesmo nas instituições consideradas casos de sucesso, os professores estavam insatisfeitos com os planos de carreira e os níveis salariais. Outros fatores que dificultam o desempenho da turma, como a defasagem no aprendizado que os alunos trazem de séries anteriores, também foram encontrados nas visitas.
No caso da valorização dos professores, as estratégias encontradas nas escolas incluem dar destaque aos profissionais que estão se saindo bem. Um exemplo mapeado foi o convite para que o professor ministrasse uma palestra de formação continuada aos colegas.
Outro ponto importante analisado pela pesquisa é que, para implantar metas, é necessário um cuidado especial. A implantação é realizada de forma eficaz quando os gestores conseguem fazer com que os professores não sintam que a meta é um mecanismo de punição para quem ficar abaixo e, sim, uma maneira de valorizar o que está sendo feito de bom. “Se não conseguir passar essa mensagem para o professor, você não vai conseguir implementar a meta direito”, explicou Faria.
Com informações do portal G1.
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