”REA” DEFENDE USO DE LICENÇAS LIVRES NO ENSINO
Seminário REA discutiu o avanço do conhecimento através de Material Didático Digital: Recursos Educacionais Abertos e Qualidade na Educação
A Comunidade REA – Recursos Educacionais Abertos, uma das mais representativas da cultura digital na área da educação, ganhou um aliado de peso no Brasil este ano. No início de junho, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo tornou-se pioneira no país ao adotar a licença Creative Commons – um projeto sem fins lucrativos que disponibiliza licenças flexíveis para obras intelectuais – em todos os materiais didáticos produzidos para as escolas públicas da cidade, fortalecendo o debate sobre a importância de disponibilizar conteúdos de forma gratuita para que haja uma ampliação da democratização do conhecimento na sociedade.
Atuando no Brasil desde 2008, o REA vem promovendo discussões e disseminando experiências e resultados do compartilhamento de conteúdos educacionais mundo afora. O seminário mais recente (9) reuniu políticos relacionados à iniciativa da secretaria municipal, educadores, pesquisadores e pessoas interessadas que discutiram o tema e divulgaram experiências que têm como princípio as licenças livres.
Membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, Sérgio Amadeu, que no evento participou da discussão na mesa redonda ‘Material didático na internet: direito à educação, licenças flexíveis e formatos livres’, afirma que a iniciativa de São Paulo deve servir de exemplo para outras administrações, mas ainda há evoluções a serem feitas no formato. “Neste primeiro momento, teremos acesso aos conteúdos em formato PDF, que não são remixáveis, e este não é o ideal”, pontuou. Esta restrição, destacada por Amadeu, impede que os usuários modifiquem o conteúdo.
Mestre em educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutor em comunicação pela Universidade de São Paulo (USP), o professor Nelson Pretto destaca que as instituições não devem enxergar as iniciativas que privilegiam o compartilhamento de conteúdos como ameaças a sua atuação. “O que as escolas precisam perceber, falo daquelas que ainda não o fazem, é que na cultura digital elas não são a fonte de informação, mas sim o espaço de cultura e criação”, lembra. A mudança, destaca Pretto, também interfere na atuação do professor.
Pretto, que atua como conselheiro titular do Conselho de Cultura do Estado da Bahia, revelou que está trabalhando em parceria com órgãos públicos em novos projetos voltados à educação e afirmou que a ideia de inclusão e de democratização do conhecimento é horizontal a todos eles. Durante o evento, iniciativas foram apresentadas como exemplos, no Brasil, de compartilhamento de conteúdo.
No site do Instituto Claro é possível ver uma apresentação do REA no seminário. Assista aqui. Ou acesse o site do REA aqui.
Texto de Giulliana Bianconi | Edição de Talita Moretto . Fonte: Portal Instituto Claro.
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