Jovens argentinos de 20 e poucos anos viajaram oito países ibero-americanos para produzir um documentário com o intuito de ajudar as pessoas a refletir sobre o tradicional modelo de educação. Eles conheceram 45 experiências de ensino não convencionais e entrevistaram 90 educadores e especialistas para tentar apontar novas alternativas educacionais.
O resultado dessa viagem é o longa-metragem independente La Educación Prohibida (A Educação Proibida, em tradução livre), lançado mundialmente este mês e que está disponível gratuitamente on-line e também em um formato de distribuição livre, onde qualquer pessoa pode reproduzir o documentário em salas de cinema.
A ideia é fazer com que as pessoas repensem metodologias, valorizem a diversidade educativa, a liberdade pedagógica e curricular. O filme mostra, por exemplo, experiências de diferentes países com o home-schooling, movimento conhecido como ensino em casa ou educação sem escola, que se popularizou nas últimas décadas.
Segundo o diretor Doin Campos, 24, existe hoje uma necessidade de se refletir sobre o papel da escola, que precisa se democratizar profundamente. “Muitas vezes, o que acontece nas aulas não coincide com o que se espera dos alunos. Isso ocorre porque a escola mantém uma estrutura rígida, que impõe ideias e esquece de promover as experiências de vida”, afirma.
Esse conceito também é reforçado por alguns entrevistados que acreditam que a sala de aula está “aquém de ser um espaço educativo”. Para William Rodríguez, do Instituto Popular de Cultura Cali, da Colômbia, “muitas vezes, o que acontece na escola não é importante, ele nem sequer chega a ser um lugar de formação, mas sim uma grande creche.”
Já para Ana Julia Barnadas, do instituto Montessori Palau Girona, da Espanha, os espaços educativos não atraem os estudantes: “os alunos aprendem de forma forçada nesses processos de aprendizagem”.
Redes colaborativas
Desde seu lançamento, no último dia 13, mais de um milhão de pessoas consultaram a página do filme, que já registrou mais de 180 mil downloads. Como forma de levar a mais pessoas a mensagem do documentário, o grupo criou um guia passo a passo para que outras pessoas possam realizar exibições independentes em faculdades, escolas, centros culturais e outros espaços. Todas elas ficam disponíveis em um mapa online. “O interessante é que os mesmos espectadores também podem se tornar distribuidores e, assim, passam a compartilhar e difundir o filme”, afirma o diretor.
A colaboração esteve presente desde o início, quando o projeto se inscreveu numa plataforma de crowdfunding e foi inteiramente financiado por meio de doações. A proposta era fazer com que os doadores também se tornassem coprodutores do filme. O projeto também contou com a colaboração voluntária de profissionais como músicos que ajudaram compondo letras a trilha sonora, as bandas que liberam direitos autorais ou até mesmo os designers que criaram a arte gráfica.
E quem quiser colaborar ainda pode: na página do filme, há guias que instruem usuários a legendar o longa em outras línguas.
IG
Com informações do Blog do Professor Ivanilson
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