Assim como em compras coletivas de perfumes, livros e viagens, a venda de cursos de graduação, com descontos que chegam a 80%, também têm conquistado espaço na internet. Empresas de venda virtual perceberam a oportunidade de oferecer vagas em instituições de ensino para estudantes que não teriam condições de pagar pelos preços "normais" dos cursos e também de garantir mais visibilidade para faculdades pequenas. Para o pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) João Beauclair, oferecer esse tipo de desconto em cursos de graduação "é um absurdo".
Segundo o pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicopedagogia Diferencial da Ufam, o problema é que a novidade pode provocar maior desistência entre os universitários, uma vez que os alunos podem se matricular sem pensar no futuro, apenas no preço baixo. "É fundamental analisar este sintoma, em que o mais importante está sendo o preço, e não as escolhas vocacionais", afirma.
Apesar de não ditar regras sobre a participação de instituições de ensino em sites de compras coletivas, o Ministério da Educação (MEC) também pede cautela para os alunos que queiram fazer uso deste sistema. Por meio de sua assessoria, o ministério afirmou que recomenda às pessoas interessadas a pesquisar no site do MEC a situação da instituição na qual pretendem estudar. De acordo com o órgão, é essencial verificar se a mesma está credenciada, se seus cursos estão autorizados e se já há reconhecimento da instituição para expedição de diploma - ou se, ao menos, esse processo foi iniciado. Para o MEC, não adianta pagar barato e concluir uma graduação em um curso irregular ou de baixíssima qualidade.
Descontos e propaganda
Foi com o objetivo de captar mais universitários que a Faculdade Hélio Rocha, em Salvador (BA), aderiu aos serviços do site Clube Educação. Um curso de bacharelado em Administração, por exemplo, é oferecido com 47% de desconto, o que diminui a mensalidade de R$ 722 para R$ 388. "Além de captar mais alunos, nós conseguimos propaganda virtual para a faculdade e facilitamos o acesso das pessoas", diz Fernanda Mehmeri, coordenadora acadêmica geral da Hélio Rocha.
Sócio-diretor do site Mais Estudo, Marcus Zillo explica que o grande benefício para as faculdades é o fato de o número de matrículas aumentarem devido aos baixos preços. De acordo com ele, não existe um padrão de clientes. "Trabalhamos com todo tipo de instituição, desde pequenas regionais a grandes com presença nacional", diz, destacando como os principais parceiros as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), de São Paulo, a Anhanguera e a Estácio, ambas com ofertas para ensino à distância.
Assim como em compras coletivas tradicionais, a venda de cursos de graduação também segue a lógica de quanto maior a procura, menor o preço do produto. Somente este ano, o site Mais Estudo vendeu cursos para cerca de 30 mil alunos, tendo pelo menos 35 instituições cadastradas. Com a alta procura, alguns descontos chegam a 80%.
Para Zillo, o sucesso se deve ao fato de as necessidades de um público muito específico estarem sendo atendidas. "São jovens em sua grande maioria da classe C que não têm condições de pagar o valor total de uma universidade", diz. No início de 2011, os cursos mais procurados foram o de Administração, Gestão de Recursos Humanos, Direito e Pedagogia.
Pelo fato de os sites de compra coletiva ainda não terem regulamentação, a política de adesão é ditada por eles mesmos. O futuro universitário confirma a compra pagando uma taxa de adesão de cerca de R$ 20. Após ser aprovado no processo seletivo da universidade, o estudante apresenta o certificado de desconto no momento da matrícula. Mensalmente, o valor da promoção é descontado do documento de pagamento do aluno.
As empresas que oferecem os cursos não concordam que o sistema pode provocar desistências, pela "compra por impulso". Uma das políticas dos sites de venda coletiva educacional é estabelecer critérios para que o aluno mantenha o desconto até o final do curso. Quem não tiver bom rendimento ou frequência corre o risco de perdê-lo. Para o gerente de marketing do site Clube Educação, Luis Romel, a crença é de que os alunos tendam a não trancar a faculdade nem abandonar o curso para não perder o desconto.
Por noticias.terra.com.br
Segundo o pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicopedagogia Diferencial da Ufam, o problema é que a novidade pode provocar maior desistência entre os universitários, uma vez que os alunos podem se matricular sem pensar no futuro, apenas no preço baixo. "É fundamental analisar este sintoma, em que o mais importante está sendo o preço, e não as escolhas vocacionais", afirma.
Apesar de não ditar regras sobre a participação de instituições de ensino em sites de compras coletivas, o Ministério da Educação (MEC) também pede cautela para os alunos que queiram fazer uso deste sistema. Por meio de sua assessoria, o ministério afirmou que recomenda às pessoas interessadas a pesquisar no site do MEC a situação da instituição na qual pretendem estudar. De acordo com o órgão, é essencial verificar se a mesma está credenciada, se seus cursos estão autorizados e se já há reconhecimento da instituição para expedição de diploma - ou se, ao menos, esse processo foi iniciado. Para o MEC, não adianta pagar barato e concluir uma graduação em um curso irregular ou de baixíssima qualidade.
Descontos e propaganda
Foi com o objetivo de captar mais universitários que a Faculdade Hélio Rocha, em Salvador (BA), aderiu aos serviços do site Clube Educação. Um curso de bacharelado em Administração, por exemplo, é oferecido com 47% de desconto, o que diminui a mensalidade de R$ 722 para R$ 388. "Além de captar mais alunos, nós conseguimos propaganda virtual para a faculdade e facilitamos o acesso das pessoas", diz Fernanda Mehmeri, coordenadora acadêmica geral da Hélio Rocha.
Sócio-diretor do site Mais Estudo, Marcus Zillo explica que o grande benefício para as faculdades é o fato de o número de matrículas aumentarem devido aos baixos preços. De acordo com ele, não existe um padrão de clientes. "Trabalhamos com todo tipo de instituição, desde pequenas regionais a grandes com presença nacional", diz, destacando como os principais parceiros as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), de São Paulo, a Anhanguera e a Estácio, ambas com ofertas para ensino à distância.
Assim como em compras coletivas tradicionais, a venda de cursos de graduação também segue a lógica de quanto maior a procura, menor o preço do produto. Somente este ano, o site Mais Estudo vendeu cursos para cerca de 30 mil alunos, tendo pelo menos 35 instituições cadastradas. Com a alta procura, alguns descontos chegam a 80%.
Para Zillo, o sucesso se deve ao fato de as necessidades de um público muito específico estarem sendo atendidas. "São jovens em sua grande maioria da classe C que não têm condições de pagar o valor total de uma universidade", diz. No início de 2011, os cursos mais procurados foram o de Administração, Gestão de Recursos Humanos, Direito e Pedagogia.
Pelo fato de os sites de compra coletiva ainda não terem regulamentação, a política de adesão é ditada por eles mesmos. O futuro universitário confirma a compra pagando uma taxa de adesão de cerca de R$ 20. Após ser aprovado no processo seletivo da universidade, o estudante apresenta o certificado de desconto no momento da matrícula. Mensalmente, o valor da promoção é descontado do documento de pagamento do aluno.
As empresas que oferecem os cursos não concordam que o sistema pode provocar desistências, pela "compra por impulso". Uma das políticas dos sites de venda coletiva educacional é estabelecer critérios para que o aluno mantenha o desconto até o final do curso. Quem não tiver bom rendimento ou frequência corre o risco de perdê-lo. Para o gerente de marketing do site Clube Educação, Luis Romel, a crença é de que os alunos tendam a não trancar a faculdade nem abandonar o curso para não perder o desconto.
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