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domingo, 26 de setembro de 2010

Eles sabem demais, eu sei de menos? Isso realmente é verdade?


Cada vez que nos deparamos com um novo artefato da tecnologia contemporânea, somos tentados a chamar “alguém mais novo” para nos auxiliar. Parece que eles sabem mais do que nós...

Cada vez que nos deparamos com um novo artefato da tecnologia contemporânea, somos tentados a chamar “alguém mais novo” para nos auxiliar. Seja no celular, no computador, no DVD (que virou Blue Ray), no GPS... Parece que eles sabem mais do que nós... Quem já viu um adolescente lendo um manual de instruções?

De fato, em comparação às gerações anteriores, os jovens de hoje têm um conhecimento inato acerca dos recursos tecnológicos contemporâneos. Nascem “alfabetizados digitalmente” e são surpreendentes de modo geral.

De modo intuitivo ou empírico, todos vêm sentindo essas diferenças. Muito se deve às tecnologias contemporâneas. Os alunos parecem ser naturalmente plugados, conectados. A geração C – Geração do Conhecimento, da Conectividade, da Comunicação.

Nós, ao contrário, somos frutos de uma educação tecnicista, compartimentada, analógica por assim dizer, anterior a todo esse movimento.

As consequências são óbvias: sentimo-nos diferentes dos alunos e, às vezes, parece-nos que eles, nesse assunto, sabem muito mais do que nós.

Vamos por partes...

Diferentes? Sim. Sabemos menos? Depende. Tem solução? Com toda certeza.

Para entender a complexidade dessa questão, é preciso analisar as diferenças das gerações. Enquanto nossa educação e vivências nos proporcionaram uma visão verticalizada dos conhecimentos e das nossas habilidades, nosso aluno tem uma visão horizontal. E além de horizontal, inter- -relacionada.

Nós executamos uma tarefa de cada vez, com grande dose de concentração, enquanto os jovens são multitarefeiros: estão plugados na web, navegando em sites, fazendo download de músicas e vídeos, teclando com 15 pessoas ao mesmo sobre assuntos diferentes no MSN, atualizando a página do ORKUT, com a TV e o rádio ligados e de quebra, ainda estão realizando as tarefas escolares ou estudando para as provas...

É preciso desmistificar essa ideia de que eles sabem mais. Nossos alunos têm conhecimentos e habilidades diferentes dos nossos. Precisamos compartilhar e trocar com eles. Buscar entender como essas cabecinhas funcionam, qual lógica e qual linha de raciocínio utilizam... Precisamos nos aproximar dos nossos alunos, conhecendo o mundo digital em que vivem, respeitando e valorizando o conhecimento deles e fortalecendo e estreitando as relações.

Do mesmo modo, devemos compartilhar com eles as nossas habilidades, em especial a de concentração que, cá entre nós, tem estado ausente da vida dos nossos pupilos.
Enfim, concluo este artigo com um convite à reflexão, partilhando um pensamento atribuído a Alfredo Martini Júnior

"Ensinar é um reflexo de aprender. Um espelha o outro! Quem ensina está aprendendo! Quem aprende está ensinando!"

Por Danielle Lourenço

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