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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Bolsistas se mobilizam nas redes sociais contra cortes no principal programa federal de formação de professores


Pricilla Kesley, do Todos Pela Educação
Apontado por especialistas como a mais bem estruturada política pública para melhoria da formação inicial de professores no país, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), gerido pela agência de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia ligado ao Ministério da Educação (MEC), sofrerá corte de, no mínimo, 30%, em 2016.
O programa oferece bolsas aos estudantes de licenciatura e funciona, a exemplo da formação em medicina, como uma residência docente para futuros professores. Durante o período em que é beneficiado, o bolsista atua na rede pública e é acompanhado e orientado por um professor universitário e por um professor de Educação Básica. Conheça experiências de quem participa do programa aqui.

Frente aos rumores de que o Pibid estaria na berlinda, bolsistas e coordenadores se mobilizam nas redes sociais e buscam evitar mais um caso de descontinuidade de políticas públicas, uma das principais causas da lentidão nos avanços educacionais do país.
O corte de verbas atinge toda a área de Educação, reflexo das crises financeira e política que acometem o país. Apesar do slogan Pátria Educadora, o governo decidiu reduzir em R$ 2 bilhões o orçamento do Ministério da Educação (MEC), conforme o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) 2016.
Em 2015, o custo do Pibid foi de R$431 milhões, de acordo com dados da Capes. Para o próximo ano, a verba destinada a toda Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica – que congrega o Pibid e mais 14 programas – será de apenas R$305 milhões; o que equivale dizer que, mesmo que esse montante fosse reservado unicamente à iniciação à docência, ele custearia no máximo 71% do modelo atual. A agência não divulgou o valor específico da redução no Pibid. Helder Silveira, ex-coordenador do programa de valorização do magistério da Capes, estima um decréscimo em torno de 50%.
Mobilização
Desde junho deste ano, sem informações oficiais e temendo o encolhimento do programa, participantes do Pibid vêm organizando reuniões e articulando as redes sociais – com as hashtags #ficapibid, #avantepibid, #mobilizapibid e #somostodospibid. O movimento é contra os cortes e critica a falta de abertura ao diálogo por parte da Capes. Instrumento de contato entre bolsistas de todo país, a página de mobilização no Facebook congrega 17,4 mil pessoas.
Em audiência pública realizada no dia 15 de outubro, na Comissão de Educação e Esporte (CEE) do Senado, o Fórum de Coordenadores do Pibid (ForPibid) apresentou uma petição com 70 mil assinaturas de educadores em defesa do programa, exigindo informações do MEC e da Capes sobre o futuro do projeto.
Para Sueli Guadelupe, coordenadora regional do ForPibid e coordenadora institucional do programa na Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), embora importante, a audiência não logrou êxito em esclarecer, afinal, de quanto será o corte no programa. “O ministro diz que não haverá redução, mas eles já existem”, afirma.
Em 2014, apenas 50% do repasse referente ao custeio – verba destinada a materiais, congressos, viagens e divulgação dos projetos – foi entregue às instituições de Educação Superior e, nesse ano, essa verba foi suprimida. As bolsas, por sua vez, diante da crise financeira, foram congeladas em 2013, em 90 mil unidades.
A Capes alega que o valor de custeio desse ano foi ajustado e que a prioridade da diretoria para 2016 é, em primeiro lugar, o Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor) e, em segundo, o Pibid. O Parfor é um programa de formação em nível superior, dirigido a professores em exercício da Educação Básica.
Silveira critica a omissão da agência e afirma que, além de cortes no custeio, “que deixou a Capes em dívida com as instituições” –, não houve nenhum reajuste nos valores. “Se há o corte, é preciso, no mínimo, dialogar com as instituições parceiras. Não existe nenhum comunicado oficial sobre a redução orçamentária e parece que isso será feito a toque de caixa”.
Ele acusa a atual presidência da Capes de, em reuniões internas, declarar que não brigará por mais recursos para o Pibid e que o programa não deveria estar sob a gestão da Capes e sim de alguma secretaria do MEC. “Nos meus últimos meses na agência, era clara a orientação para não se divulgar nada negativo, pois poderia haver consequências políticas”, declara. A agência não quis comentar as declarações do ex-coordenador.
Reformulação
Ao defender uma reformulação pedagógica do programa, na ocasião da posse como ministro, Aloizio Mercadante criticou o baixo número de egressos do programa atuando na Educação Básica; de acordo com dados da Capes, o índice é de 18%.
Silveira contesta essa análise: “Eles estão fazendo as perguntas erradas. É como pedir que um limoeiro dê laranjas”. O educador lamenta o que chama de desqualificação do Pibid: exigir do programa resultados para os quais ele não foi desenhado. “Responsabilizar o programa pelo baixo ingresso de bolsistas na docência da Educação Básica é ignorar o mercado de trabalho. Nenhum programa de formação dá conta disso”, explica.
Em contrapartida, Irene Carzola, atual diretora de Formação de Professores da Educação Básica da Capes, culpa a falta de articulação entre as redes de ensino e as instituições de Ensino Superior pela baixa inserção dos bolsistas. Segundo ela, estão em andamento estudos para detectar as causas do baixo número de ex-bolsistas na Educação Básica. Dentre as muitas explicações, a falta de concursos é uma possível razão.
“A realização de concursos é responsabilidade dos governos estaduais e municipais e não vem ocorrendo”, critica Carmen Neves, antecessora de Irene na Diretoria. Mas essa baixa inserção, pondera, não seria suficiente para justificar a redução do programa. “Se for utilizar esse raciocínio, teríamos que criticar todos os cursos de universidades públicas, pois eles também não inserem os egressos em serviços públicos”.
Conclusão semelhante apresenta Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “O programa é para o aprimoramento da formação e é um sucesso, mas nem todos os alunos que se formam serão docentes na escola pública, assim como nem todos que fazem iniciação científica ou tecnológica estão em pesquisa. O importante é que eles saem indivíduos diferenciados”.
Embora admita que o Pibid é um programa eficiente, Aléssio Costa Lima, presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), não descarta reformulação. Para ele, condicionar o Pibid às escolas com baixos Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) seria algo positivo – atualmente, o programa requer que os projetos trabalhem com escolas de Ideb baixo e altos, “a fim de apreender as diferentes realidades e necessidades da Educação Básica”, conforme aponta o regulamento. Silveira rebate: “se o objetivo fosse aumentar o Ideb, teria que desenhar uma outra política pública”.
Prioridades
Diante do ajuste orçamentário imposto ao país, os cortes são inevitáveis, aponta Cleuza Repulho, ex-presidente da Undime e ex-secretária municipal de Educação de São Bernardo do Campo (SP). “A questão é o que o gestor quer priorizar. Se é para cortar, o governo deveria cortar o Ciência Sem Fronteiras”, pondera. O programa também teve o orçamento de 2016 reduzido, de acordo com o PLOA. Para o ano que vem, com bolsas congeladas, terá R$ 2,1 bilhões – quase sete vezes o custo de toda a Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica.
Helena Nader também julga inaceitável, na crise, manter um programa de alunos no exterior ao custo de prejudicar a formação de docentes brasileiros e a produção científica interna. “A gestão tem o direito de criar um projeto de governo como o Ciência sem Fronteiras, porém, não pode ir contra o projeto do Estado brasileiro. Para que um aluno tenha uma experiência no exterior, outros tantos ficam aqui sem bolsas e sem trabalho”, completa.
Conheça os tipos de bolsas inclusas no programa:

São cinco categorias de bolsas:
Iniciação à docência de R$400,00
Supervisão de: R$765
Coordenação de área de R$1.400,00
Coordenação de área de gestão de processos educacionais de R$1.400,00
Coordenação institucional de R$1.500,00
http://www.todospelaeducacao.org.br/

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Esporte Interativo inova no país e estreia nova ferramenta do Facebook



O Esporte Interativo é o primeiro parceiro esportivo do Facebook no Brasil, a utilizar a inovadora ferramenta que estreia hoje, o Instant Articles. Trata-se de uma experiência ainda mais rica e rápida para ler notícias nos dispositivos móveis, além de permitir aos veículos de comunicação levar histórias interativas para os leitores pelo Feed de Notícias do Facebook. O Canal que tem a maior página de esportes do Facebook no Brasil, com mais de 11 milhões de fãs, é uma das 40 organizações que vai começar a usar o Instant Articles no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México, sendo o primeiro parceiro esportivo no País.

Serão, em média, cem notícias por dia, entregues de forma segmentada por interesse, aos apaixonados por esportes que desejam consumir informação e repercussão de notícias com credibilidade, num ambiente em que os fãs interajam com os temas propostos e possam conhecer mais competições que fazem parte do dia a dia deles, como a Liga dos Campeões e os grandes clubes e craques europeus, os times do futebol brasileiro, assim como os campeonatos Estaduais, Libertadores, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Campeonato Brasileiro e também os esportes olímpicos e a NFL. O Esporte Interativo é uma das páginas com maior engajamento no mundo, tendo sido a número um, por vários meses seguidos, neste ano. No Instagram, é o único canal de esportes a cruzar a marca de um milhão de seguidores.

"Estamos sempre olhando para novas formas de levar nosso conteúdo pra onde o fã de esportes está. O Esporte Interativo vai sempre facilitar a experiência do fã com seu esporte ou time favorito seja pra ver jogos, vídeos curtos ou notícias. Por isso exemplo, com nossa App EI Plus, deixamos o fã ver os jogos dos seus times onde eles quiserem. A inovação está no nosso DNA, e acreditamos que o Instant Article vai ser mais uma ferramenta importante para todos como outras inovações nossas ”, avalia Mauricio Portela, Vice-Presidente de Mídias Digitais do Esporte Interativo.

Globalmente, já são mais de 200 veículos de comunicação, entre The New York Times e National Geographic nos EUA, BBC News no Reino Unido, Bild e Spiegelen na Alemanha, e outros títulos que se unem agora ao lançamento na região, como La Nación e Clarín na Argentina, Caracol na Colômbia, Azteca no México, e Tele 13 e La Tercera no Chile.

Os Instant Articles estarão disponíveis para todos os usuários de iPhone na América Latina e serão estendidos gradualmente para Android nas próximas semanas.

http://www.midiaesportiva.net/

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Novas metodologias para nossos professores

Atualmente, existem muitas metodologias sobre como ensinar para a geração de nativos digitais. Alguns termos, no entanto, não estão claros para todos os professores, que acabam ignorando sua existência por não saber o que significam e não conseguir usar esta ou aquela metodologia. Contudo, se analisarmos com um pouquinho de atenção, tudo está conectado. É como se estivéssemos diante de uma única metodologia com várias vertentes, que se complementam.
Você já deve ter ouvido alguém falar Blended-Learning. O nome é super estiloso, não é? Dá a impressão que somos importantes quando aplicamos uma metodologia com tamanho impacto sonoro. Então vou te contar que Blended-Learning, também conhecido como B-Learning e Ensino Híbrido (em português), nada mais é que misturar atividades presenciais com atividades a distância. E aposto que muitos educadores e instituições já deram os primeiros passos nessa direção e nem sabiam que estavam fazendo algo tão “chique”.
blended-learning-slider
Esta metodologia permite ao professor ampliar sua sala de aula, oportunizando uma aprendizagem colaborativa, tanto presencial quanto virtual. Não se trata de abrir mão dos espaços, mas unificá-los, deixando a sala de aula mais ampla. Eu vejo também como uma excelente estratégia para o professor abordar temas relacionados ao comportamento online.
Daí algumas pessoas começam a falar mais bonito ainda: Flipped Classroom, ou Sala de Aula Invertida. Não, não é inverter o lugar da lousa com as carteiras, nem começar a sentar no teto; é inverter a “lógica” da sala de aula. Mas como? Permitindo que os alunos tenham contato com o conteúdo antes da aula presencial, em casa. Ou seja, a aula começa com a tarefa de casa! Pode ser através de um vídeo, um game educativo ou outros recursos virtuais. Desta forma, o aluno já adquire um conhecimento prévio sobre o conteúdo/assunto e utiliza a sala de aula física para tirar as dúvidas e fixar o que aprendeu, tendo suporte do professor, que passa a ser um mediador do conhecimento adquirido, e dos colegas. É uma metodologia que motiva atividades colaborativas, em grupo, a criação de projetos e promove o envolvimento dos alunos. Indico a leitura de um texto sobre os mitos em relação à sala de aula invertida.
O Ensino Híbrido e a Sala de Aula Invertida funcionam muito bem juntos, complementam-se. E para deixar a situação mais interessante contamos com alguns recursos online e gratuitos, como os REAs – Recursos Educacionais Abertos. São materiais de ensino que estão sob domínio público – “free” – na internet. Os REAs atuam na perspectiva de que o conteúdo precisa estar disponível e ser distribuído democraticamente para colaborar com o desenvolvimento das pessoas. E já existem muitos adeptos que produzem muitos REAs. Dá uma olhada no site, participe do grupo aberto no Facebook, produza e utilize REAs.
E chegamos às redes sociais virtuais. Embora ainda causem pânico entre os educadores – eu, particularmente, não sou adepta ao uso massivo na educação –, é melhor estarmos dentro delas do que deixar nossos alunos sozinhos lá, não acham? O professor pode transformar uma rede social em espaço para interação, troca de informação, de links para sites úteis, de conteúdo; para promover debates, estimular a opinião dos jovens; usar a criatividade e propor atividades interativas bacanas, que possam complementar o Ensino Híbrido, apoiar a Sala de Aula Invertida e difundir os REAs, transformando a rede virtual da sua turma em um repositório de objetos de aprendizagem.
Tudo o que foi falado aqui acontece dentro uma perspectiva chamada de “Aprendizagem Informal”, que é caracterizada pela não necessidade de estarmos em um local específico e físico para aprendermos. Podemos aprender da forma que quisermos e no nosso ritmo. Claro que este formato de aprendizagem ainda não é muito empregado nas escolas brasileiras, pois implica em dar ao aluno liberdade para escolher o que ele quer aprender, e ainda não estamos preparados para isso. Mas é uma tendência. Fiquemos de olho!
Contudo, antes de começar a exercer todas essas metodologias o educador precisa estar preparado. É necessário conhecer como funciona o ensino a distância – e até participar como aluno em um curso para conhecer bem -, explorar ambientes online, plataformas de aprendizagem, repositórios de recursos educativos digitais, saber o que é e como utilizar as redes sociais, saber pesquisar na internet, criar e administrar blogs, usar a nuvem, fazer backup, organizar arquivos online, ou seja, a formação começa “dentro de casa”, ou melhor, dentro de nós.
E, claro, o mais importante: conversar com os alunos a respeito de bullying, pedofilia, racismo e outras situações que acontecem com frequência no ambiente virtual. Acompanhar o aluno no virtual é orientá-lo em todos os sentidos, não apenas tecnológico.
Eu recomendo que conheçam o Edutopia, um projeto desenvolvido em San Rafael (California, EUA), idealizado pela George Lucas Educational Foundation (GLEF). É baseado em métodos atuais e inovadores, que englobam aprendizado emocional, b-Learning, aprendizado com jogos, integração com a tecnologia, e outros. Existem várias experiências bem-sucedidas de escolas que já atuam com a Edutopia, muitas delas emvídeos.
Para abordar a temática segurança online, conheçam os seguintes projetos e aproveitem o conteúdo disponível nos sites:
SaferNet: traz informações sobre o uso seguro da internet e tem um canal para denúncia de crimes na web.
Guia para Pais: um espaço onde os pais podem encontrar informações acerca das mais recentes tecnologias, acompanhar o comportamento online dos filhos e fazer um teste para verificar o quanto compreendem sobre as novas tecnologias.
Family Online Safety Institute: instituto que trabalha para manter o mundo online mais seguro para as crianças e suas famílias. Discute o uso de internet segura e como criar os filhos para frequentarem o ambiente online.
Por Talita Moretto

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Opinião: Novas metodologias para nossos professores

Atualmente, existem muitas metodologias sobre como ensinar para a geração de nativos digitais. Alguns termos, no entanto, não estão claros para todos os professores, que acabam ignorando sua existência por não saber o que significa e como usar esta ou aquela metodologia. Contudo, se analisarmos com um pouquinho de atenção, tudo está conectado. É como se estivéssemos diante de uma única metodologia com várias vertentes, que se complementam.
Você já deve ter ouvido alguém falar Blended-Learning. O nome é super estiloso, não é? Dá a impressão que somos importantes quando aplicamos uma metodologia com tamanho impacto sonoro. Então vou te contar que Blended-Learning, também conhecido como B-Learning e Ensino Híbrido (em português), nada mais é que misturar atividades presenciais com atividades a distância. E aposto que muitos educadores e instituições já deram os primeiros passos nessa direção e nem sabiam que estavam fazendo algo tão “chique”.
blended-learning-slider
Esta metodologia permite ao professor ampliar sua sala de aula, oportunizando uma aprendizagem colaborativa, tanto presencial quanto virtual. Não se trata de abrir mão dos espaços, mas unificá-los, deixando a sala de aula mais ampla. Eu vejo também como uma excelente estratégia para o professor abordar temas relacionados ao comportamento online.
Daí algumas pessoas começam a falar mais bonito ainda: Flipped Classroom, ou Sala de Aula Invertida. Não, não é inverter o lugar da lousa com as carteiras, nem começar a sentar no teto; é inverter a “lógica” da sala de aula. Mas como? Permitindo que os alunos tenham contato com o conteúdo antes da aula presencial, em casa. Ou seja, a aula começa com a tarefa de casa! Pode ser através de um vídeo, um game educativo ou outros recursos virtuais. Desta forma, o aluno já adquire um conhecimento prévio sobre o conteúdo/assunto e utiliza a sala de aula física para tirar as dúvidas e fixar o que aprendeu, tendo suporte do professor, que passa a ser um mediador do conhecimento adquirido, e dos colegas. É uma metodologia que motiva atividades colaborativas, em grupo, a criação de projetos e promove o envolvimento dos alunos. Indico a leitura de um texto sobre os mitos em relação à sala de aula invertida.
O Ensino Híbrido e a Sala de Aula Invertida funcionam muito bem juntos, complementam-se. E para deixar a situação mais interessante contamos com alguns recursos online e gratuitos, como os REAs – Recursos Educacionais Abertos. São materiais de ensino que estão sob domínio público – “free” – na internet. Os REAs atuam na perspectiva de que o conteúdo precisa estar disponível e ser distribuído democraticamente para colaborar com o desenvolvimento das pessoas. E já existem muitos adeptos que produzem muitos REAs. Dá uma olhada no site, participe do grupo aberto no Facebook, produza e utilize REAs.
E chegamos às redes sociais virtuais. Embora ainda causem pânico entre os educadores – eu, particularmente, não sou adepta ao uso massivo na educação –, é melhor estarmos dentro delas do que deixar nossos alunos sozinhos lá, não acham? O professor pode transformar uma rede social em espaço para interação, troca de informação, de links para sites úteis, de conteúdo; para promover debates, estimular a opinião dos jovens; usar a criatividade e propor atividades interativas bacanas, que possam complementar o Ensino Híbrido, apoiar a Sala de Aula Invertida e difundir os REAs, transformando a rede virtual da sua turma em um repositório de objetos de aprendizagem.
Tudo o que foi falado aqui acontece dentro uma perspectiva chamada de “Aprendizagem Informal”, que é caracterizada pela não necessidade de estarmos em um local específico e físico para aprendermos. Podemos aprender da forma que quisermos e no nosso ritmo. Claro que este formato de aprendizagem ainda não é muito empregado nas escolas brasileiras, pois implica em dar ao aluno liberdade para escolher o que ele quer aprender, e ainda não estamos preparados para isso. Mas é uma tendência. Fiquemos de olho!
Contudo, antes de começar a exercer todas essas metodologias o educador precisa estar preparado. É necessário conhecer como funciona o ensino a distância – e até participar como aluno em um curso para conhecer bem -, explorar ambientes online, plataformas de aprendizagem, repositórios de recursos educativos digitais, saber o que é e como utilizar as redes sociais, saber pesquisar na internet, criar e administrar blogs, usar a nuvem, fazer backup, organizar arquivos online, ou seja, a formação começa “dentro de casa”, ou melhor, dentro de nós.
E, claro, o mais importante: conversar com os alunos a respeito de bullying, pedofilia, racismo e outras situações que acontecem com frequência no ambiente virtual. Acompanhar o aluno no virtual é orientá-lo em todos os sentidos, não apenas tecnológico.
Eu recomendo que conheçam o Edutopia, um projeto desenvolvido em San Rafael (California, EUA), idealizado pela George Lucas Educational Foundation (GLEF). É baseado em métodos atuais e inovadores, que englobam aprendizado emocional, b-Learning, aprendizado com jogos, integração com a tecnologia, e outros. Existem várias experiências bem-sucedidas de escolas que já atuam com a Edutopia, muitas delas emvídeos.
Para abordar a temática segurança online, conheçam os seguintes projetos e aproveitem o conteúdo disponível nos sites:
SaferNet: traz informações sobre o uso seguro da internet e tem um canal para denúncia de crimes na web.
Guia para Pais: um espaço onde os pais podem encontrar informações acerca das mais recentes tecnologias, acompanhar o comportamento online dos filhos e fazer um teste para verificar o quanto compreendem sobre as novas tecnologias.
Family Online Safety Institute: instituto que trabalha para manter o mundo online mais seguro para as crianças e suas famílias. Discute o uso de internet segura e como criar os filhos para frequentarem o ambiente online.
>A imagem ilustrativa foi criada a partir do site freepik.com e blog.lambdasolutions.net.
Este artigo foi publicado em minha coluna no NET Educação (17 de novembro de 2015).

Por Talita Moretto

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Ecofuturo lança eBook gratuito sobre prática de educação ambiental

Instituto Ecofuturo, que busca produzir e disseminar conteúdo para a construção de uma cultura de sustentabilidade, lançou hoje (18/11) o eBook “Atividades em Áreas Naturais”, da ambientalista Rita Mendonça. O livro aborda uma série de possibilidades vivenciais para que a relação do contato direto, sensível e livre com a natureza seja parte do nosso processo de desenvolvimento.
A publicação é destinada a educadores em geral, o que inclui qualquer adulto que ensina por suas atitudes, e oferece um farto material de reflexões sobre os motivos que nos levam a cuidar e conservar a natureza, além de atividades vivenciais, que estimulam o desenvolvimento da sensibilidade e a construção de uma relação de reciprocidade com ela.
Rita Mendonça é bióloga e socióloga, e sócia-diretora do Instituto Romã. Ministra cursos, vivências e palestras para aproximar as pessoas do ambiente natural. Ela acredita que a criança é a natureza se tornando humana e, por isso, precisa conviver com ela para seu desenvolvimento sadio e integral. É autora dos livros “Como Cuidar da Natureza” e “Conservar e Criar”.
O eBook já está disponível para download gratuito no portal de conteúdos do Ecofututo.
ebook-ecofuturo-slider
Amanhã, dia 19, haverá um Hangout com a autora a partir das 18 horas. O link de acesso será disponibilizado às 17:30 na Fan Page do Instituto Ecofuturo (facebook.com/InstitutoEcofuturo) e no Twitter (@Eco_Futuro).
Por Sala Aberta 

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Aposentadoria aos 75 anos para professores: projeto amplia idade da compulsória


Atualmente, a lei permite que servidores públicos, entre os quais os professores da rede pública, continuem trabalhando até os 70 anos, se desejarem, sendo então obrigados a se aposentar. O PLS 716/2015, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) quer ampliar essa possibilidade, permitindo que os profissionais do magistério possam, se quiserem, continuar trabalhando até os 75 anos de idade, quando se aposentariam com proventos integrais.
O projeto visa regulamentar o  o inciso II do parágrafo 1º do art. 40 da Constituição Federal (a Emenda 88), que fixa a aposentadoria compulsória aos 75 anos para ministros de tribunais superiores (como o STF e o STJ, por exemplo) e prevê a edição de uma lei complementar justamente para regulamentar a regra para os demais servidores.
Segundo Cristovam, o objetivo é permitir aos professores continuar “empregando a sabedoria acumulada em anos de experiência na formação das novas gerações de cidadãos brasileiros.
O projeto não altera as regras para aqueles que quiserem se aposentar mais Um professor pode se aposentar com proventos integrais quando atingir 90 pontos na soma IDADE + TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO, sendo que o tempo mínimo de contribuição no seu caso é de 30 anos. Ou seja, pode se aposentar por volta dos 60 anos. No caso da professora, ela pode se aposentar a partir do momento em que alcançar a soma 80, com tempo de contribuição mínimo de 25 anos - ou seja, por volta dos 55 anos de idade. 
Você pode votar no projeto aqui.
http://senadofederal.tumblr.com/

sábado, 7 de novembro de 2015

Saiba como será o ato do dia 11/11 no Congresso Nacional

No dia 11 de novembro, cerca de 1500 educadores de todo o Brasil, representando os sindicatos filiados à CNTE, participam de Ato no Congresso Nacional, em Brasília, em defesa da educação pública de qualidade. A diretoria executiva da CNTE, em reunião no dia 28 de outubro, definiu a organização do Ato de Ocupação. Segundo a secretária geral da CNTe, Marta Vanelli, uma tenda será instalada no gramado em frente ao Congresso Nacional para recepcionar os manifestantes com café e lanche às 9h, e distribuição de uma camiseta do movimento: "Das 10h às 13h os manifestantes serão divididos em grupos para entrar no Senado e na Câmara e visitar gabinetes dos parlamentares. Os educadores entregarão o material com a posição política da CNTE sobre a pauta da manifestação, que inclui: a manutenção do critério de reajuste do piso do magistério de acordo com a Lei 11.738; a instituição do piso salarial e das diretrizes nacionais de carreira para todos os profissionais da educação – entrega dos anteprojetos de lei da CNTE ao Poder Executivo; contra a Lei da Mordaça – PL 867/2015; contra a Terceirização – PL 4.330/04 e PLC 30/15; pela aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional – PL 8.039/10; pela aprovação do PL 2.142/2011, que autoriza os IFES a ofertarem cursos do Profuncionário e similares; e contra o PL 6.726/13 e o PLS 131/15, que reduzem os recursos dos royalties do petróleo e do Fundo Social para a educação e a saúde.Tudo de forma pacífica."
Das 13h às 14h haverá lanche para todos os participantes na barraca, que também contará com água e banheiro, e, às 14h, começa passeata em direção ao MEC para entrega oficial da proposta os educadores para piso e carreira ao Executivo, encerrando o ato. "Esperamos que o Poder Executivo transforme nossa proposta em Projeto de Lei e mande para o Congresso Nacional, porque isso precisa ser aprovado até junho do ano que vem, segundo prazo do PNE", lembrou Marta Vanelli.
Veja aqui as propostas de projetos de lei para o Piso Salarial Profissional Nacional e as Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira dos Profissionais da Educação Pública Escolar, aprovadas pelos educadores durante a 2ª Plenária Intercongressual da CNTE, no mês de agosto, em Brasília. Os textos foram discutidos com cerca de 500 representantes de sindicatos de educação de todo o País. 

Por CNTE

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Programa Paralapracá Brasil abre inscrições para municípios


Programa Paralapracá Brasil abre inscrições para municípios_
A tecnologia social do Paralapracá, até então disponível apenas para os municípios do Nordeste selecionados pelo edital do IC&A, agora está acessível para qualquer município ou conjunto de municípios brasileiros que desejem investir em uma proposta de educação infantil de qualidade.

Enquanto projeto, o Paralapracá já formou mais de 4000 profissionais; promoveu a valorização da figura do coordenador pedagógico, com foco no seu papel como formador, constituindo-se como uma liderança nos processos formativos relacionados à Educação Infantil em seus municípios; disponibilizou materiais de qualidade para profissionais e crianças, incidindo nas políticas relativas à melhoria das condições físicas; e demonstrou a possibilidade de colocar as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil em ação, com a efetivação de práticas e princípios que devem compor o currículo deste segmento. Com isso, seu principal impacto foi a melhoria da qualidade do atendimento para mais de 53 mil crianças.
O Paralapracá atuou ao longo de seis anos em 10 municípios da região Nordeste, tendo como foco duas linhas de ação complementares: a formação continuada de profissionais da educação e o acesso a materiais de qualidade.
Programa Paralapracá Brasil
Em 2015 o Paralapracá passou a integrar o Guia de Tecnologias Educacionais do Ministério da Educação (MEC), conferindo notório saber à Avante – Educação e Mobilização Social na formação continuada de profissionais de educação infantil. A instituição desenvolveu a tecnologia por meio de parceria técnica com o Instituto C&A (2010 – 2015), que, esse ano, a transferiu para a Avante.  O projeto, então, ganhou um novo formato e com o apoio da educação a distância, desenvolvida a partir de 2013, chegará a todo o país.
Hoje, qualquer município pode participar do Paralapracá. Com o intuito de atender a diferentes demandas das redes municipais de educação, o Programa Paralaparacá Brasil oferece dois formatos para adesão: o Programa Paralaparacá Município único: para município com atendimento exclusivo; e o Programa Paralaparacá Polo de Municípios: formato ofertado para um conjunto de 5 (cinco)  até 10 (dez) municípios próximos geograficamente.
O Programa é oferecido em duas modalidades: presencial e a distância, por meio de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e de outros recursos tecnológicos, com período que vai =de 01 a 03 anos.
EAD
Em 2013 o Paralapracá entrou para o mundo da educação a distância. O advento da tecnologia entre as ações do projeto tanto intensificou as formações e as articulações entre os municípios, desencadeou um processo de inclusão digital entre os formadores da Educação Infantil das redes municipais, como possibilitou uma maior abrangência do projeto. A experiência em EaD do Paralapracá – “Ead Paralapracá: Educação a distância, sem distância”, foi apresentada como “case” no 21° Congresso Internacional de Educação a Distância, que acontece em Bento Gonçalves (RS), no dia 27 de outubro, organizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED).
Saiba mais detalhes aqui.
Portal Avante

Projeto forma professores para trabalhar História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas

Conhecemos o projeto CyberQuilombo no site ÉNOIS, em um texto divulgado pela Maryane Silva, e resolvemos compartilhar esta iniciativa bacana com os leitores do Sala Aberta.
O CyberQuilombo é um Curso de Formação Online de Oficineiros LabE (LabExperimental), que remixa africanidades com cultura digital. No YouTube já estão disponíveis vídeos bem sobre africanidades, cultura digital e diversidade. A ideia é criar uma biblioteca de vídeo-oficinas para que possam ser usadas por professores do ensino básico.
Poucos sabem, mas o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira é obrigatório para as escolas do nível fundamental e médio no Brasil. Está na Lei nº 10.639, de 2003. O  CyberQuilombo foi criado para ajudar as escolas e os educadores nesta tarefa e fazer com que a lei seja cumprida.
INSCRIÇÕES
As inscrições para participar do Cyberquilombo SP – 7º Edital de Formação de Oficineiros LabE terminam dia 11 de novembro de 2015, mas esta edição é apenas para quem está em São Paulo. Contudo, se você mora em outra estado também pode fazer sua inscrição. A equipe entrará em contato com você quando realizar a próxima edição aberta para todo o Brasil. O curso é gratuito!
Público-alvo: pessoas interessadas em desenvolver habilidades de arte-educação, educomunicação e processos colaborativos no tema “Africanidades”, em conjunto com adolescentes, jovens e adultos em escolas e centros culturais.
Serão selecionados 10 inscritos, que desenvolverão o projeto com treinamento e acompanhamento da equipe do LabE.
Mais informações aqui.
Por Portal Sala Aberta

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Inep abre consulta pública aos indicadores de monitoramento do PNE

Prazo vai até 11 de dezembro; participação é por formulário disponível na internet


Mariana Mandelli, do Todos Pela Educação*
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) abriu uma consulta pública ao documento “Plano Nacional de Educação – Linha de Base”, que contém a proposta do Inep para o monitoramento dos indicadores do Plano Nacional de Educação (PNE). O prazo da consulta vai até o dia 11 de dezembro e o acesso é feito neste endereço: consultapublicaindicadorespne.mec.gov.br. 
O objetivo do governo é coletar contribuições para aprimorar o monitoramento dos dados do PNE. Sugestões e críticas podem ser enviadas por pessoas físicas ou jurídicas, órgãos, entidades e instituições públicas ou privadas. Além de opinar sobre a metodologia proposta pelo Inep, é possível, por exemplo, sugerir a criação de outros índices que acompanhem a evolução das metas do plano.

“Por definição, consultas públicas são processos democráticos para construção conjunta de políticas públicas entre governo e sociedade. É um processo que visa estimular a participação, a cooperação e, especialmente, o controle social acerca do processo do acompanhamento da evolução no cumprimento das metas”, explica Maria Luiza Falcão Silva, diretora de estudos educacionais do Inep. "Além de receber contribuições individuais e institucionais, esperamos, com a consulta pública, conferir transparência técnica e política ao trabalho."

Segundo Maria Luiza, o processo pode ajudar a dar ainda mais popularidade para o PNE. "Com as informações disponíveis na Linha de Base, as pessoas poderão dimensionar e contextualizar melhor os grandes desafios apresentados pelas metas do plano"
O PNE foi aprovado em junho de 2014 e vigora até junho de 2024. A lei prevê que o Inep publique, de dois em dois anos, dados de acompanhamento dos indicadores. Para elaborar a linha de base, o Inep utilizou, além de dados do próprio instituto, informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Maria Luiza ainda destaca as dificuldades em se construir alguns indicadores. "Infelizmente, há metas para as quais ainda não temos indicadores, pela ausência de dados ou mesmo pela ausência de definições conceituais consensuais. Temos que avançar. Essas lacunas devem ser preenchidas a partir de novas pesquisas e de coletas de novas informações pelo governo, pela academia e pelas entidades da sociedade civil organizada", opina.

Em junho de 2016 sairá um novo documento, afirma a diretora. "O Inep está se preparando para atualizar os indicadores publicados na Linha de Base e para ampliar o seu escopo. Esperamos que novas consultas públicas possam ser realizadas sempre que se faça necessário discutir e aprimorar os instrumentos de monitoramento e avaliação do PNE."
 
Sobre o Observatório do PNE
Além do acompanhamento feito pelo Inep, o Observatório do PNE (www.opne.org.br) também monitora o cumprimento do PNE. A plataforma é uma iniciativa de 21 organizações ligadas à Educação, sob a coordenação do Todos Pela Educação.
Para participar da consulta pública do Inep, clique aqui. 
Para acessar diretamente o documento Plano Nacional de Educação – Linha de Base, cliqueaqui. 
Para acessar a portaria que regulamenta a consulta pública, clique aqui.

http://www.todospelaeducacao.org.br/

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Formação de professores é principal desafio do Plano de Educação, diz Inep

Apenas 44% dos docentes da Educação Infantil têm formação adequada; no Ensino Médio, percentual é de 59%

O diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Alexandre Santos, afirmou que um dos principais desafios do Plano Nacional de Educação (PNE) é o cumprimento da meta 15, que trata da formação dos professores. As dificuldades de financiar as ambiciosas metas do PNE foram debatidas nesta terça-feira (27), em seminário da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
Os dados do Inep não são animadores. Apenas 44% dos professores da educação infantil têm formação adequada. No ensino médio, esse número é de 59%.
Alexandre Santos afirmou que menos de 70% dos professores da educação básica tiveram acesso a cursos de formação continuada em 2013. “Existem mais de 2 milhões de professores que já estão em sala de aula e precisam de atualização. E se imaginar que 30% deles não tiveram nenhum acesso a educação continuada, você tem um indicador da magnitude do desafio que a gente tem.”
O PNE foi sancionado há mais de um ano e tem nove anos para ser implementado. O plano estabelece diretrizes, metas e estratégias de concretização na educação em todos os níveis, como melhorias em infraestrutura, ampliação de matrículas e universalização de ensino.
Os municípios e estados devem ter seus planos de educação aprovados em consonância com o plano. Entre os desafios, está o de investir 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor.
Piso nacional
A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) lembrou que a Lei do Piso Nacional (Lei 11.738/08) estabelece que a União deve complementar os recursos para financiar a educação. "Hoje os recursos são concentrados na União. E a legislação já previa, e eu tenho projetos específicos e outros deputados também, de regulamentação dessa contribuição da União", disse.
Atualmente, enquanto a União centraliza 57% dos impostos, aplica 20% do total de recursos que são destinados ao setor. Já os estados e municípios arrecadam, juntos, 43% do bolo tributário e são responsáveis por 80% dos investimentos em educação no País.
A maioria dos municípios, no entanto, está no limite do financiamento da Lei de Responsabilidade Fiscal, e os custos são crescentes e as receitas estão caindo.
O piso salarial dos professores é de R$ 1.917,98, valor inferior ao cálculo por aluno estimado nas receitas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que daria R$ 2.576,36 – uma fórmula de cálculo recomendada pelo Ministério da Educação.
Planos de carreira
O secretário de Comunicação da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Rodolfo da Luz, ressaltou a meta 18 do PNE, que prevê planos de carreira para professores. O plano de carreira tem que estar atrelado ao piso nacional, mas a Lei do Piso, apesar de determinar a atualização anual, não estabelece com clareza a fórmula a ser usada.
O diretor de Valorização dos Profissionais de Educação da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação, Sérgio Roberto, afirmou que, a partir do mês que vem, vai apresentar um sistema de auxílio na elaboração dos planos de carreira e remuneração, montar equipe para assessorar estados e municípios e estabelecer um processo de formação de gestores nos estados e municípios para elaboração de plano de carreira e remuneração.
"Como consequência, a lógica é que a gente consiga contribuir para o cumprimento da meta 18, de que os entes federativos tenham até julho do ano que vem planos de carreira para os profissionais da educação e escolar básica", disse Sérgio Roberto.
Censo escolar
Segundo o Censo da Educação Básica, quase 3 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos estão fora da escola. De cada 10 jovens de 15 a 17 anos, apenas 6 estão no ensino médio. São 1,6 milhão de jovens de 15 a 17 anos que ocupam vagas em outras classes inadequadas a sua faixa etária.
Além disso, 700 mil crianças de 4 a 5 anos estão fora da escola, 13% do total.
O seminário desta terça-feira foi realizado pela Comissão de Educação em parceria com a Subcomissão Permanente de Formação e Carreira dos Profissionais de Educação. O debate foi sugerido pelas deputadas Professora Dorinha Seabra Rezende e Maria do Rosário (PT-RS).

Fonte: Agência Câmara

MEC quer mudar licenciatura e estuda residência

Ideia é tornar programas das graduações mais próximos da realidade da sala de aula
Após lançar a proposta de base curricular comum para o Ensino básico, o Ministério da Educação (MEC) já discute o documento que norteará os currículos de todos os cursos de licenciatura e de Pedagogia do País. Esse texto deve ir a consulta pública até o fim do ano que vem. A pasta também retoma a discussão sobre criar uma residência para os Professores, nos moldes do que existe na área médica.

Um dos principais objetivos é tornar os programas das graduações mais próximos da realidade de sala de aula. “Muitos cursos são mais voltados à formação científica do que à formação Docente”, disse ao Estado o secretário de Educação básica do MEC, Manuel Palácios.

Na proposta de currículo do Ensino básico, ainda em consulta pública, a opção do MEC foi de apresentar só objetivos de aprendizagem, e não como ensinar. No novo documento, haverá indicações sobre métodos.

“O diagnóstico é de que o espaço para questões didáticas é pequeno na formação de Professores”, explicou Palácios. “E mais importante do que selecionar um ou outro método, é que aqueles reconhecidos como válidos em cada área sejam objeto de discussão nos cursos.”

No próximo mês, uma comissão de especialistas deve divulgar um roteiro de trabalho para o debate. Ao longo de 2016, universidades e organizações do setor também poderão contribuir. O processo começa agora, mas deve ganhar força no segundo semestre do ano que vem, quando o currículo do Ensino básico estará pronto.

“O formato final deve atender às expectativas geradas pela base (curricular do Ensino básico)”, disse Palácios. A má qualidade na formação Docente é considerada entrave para a adoção prática do currículo único.

Bernadete Gatti, especialista em formação Docente, foi convidada para coordenar o grupo. Segundo ela, servirão de ponto de partida as diretrizes do Conselho Nacional de Educação, de julho, que elevam o conteúdo prático e a carga horária das licenciaturas. “Com isso, não dá mais para condensar, compactar (os cursos), como vem sendo feito”, afirma.

Para cada disciplina, o documento do MEC terá uma seção separada. Também haverá sugestões para as licenciaturas interdisciplinares. Ao fim do debate, o documento deve tornar-se uma resolução. Com a reforma, a expectativa é reduzir a evasão em carreiras como Matemática e Física, maiores que 60%.

Helena Freitas, da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais de Educação, defende participação mais ampla no processo. Outro problema é a baixa atratividade da carreira. “Investimos na formação de jovens que depois não vão para a Escola pública”, critica.

Residência. A criação de uma residência Docente também está na agenda do ministério. Proposta semelhante já tramita no Congresso desde 2012.

A ideia, segundo Palácios, é o governo federal dar bolsas para recém-formados trabalharem por um ou dois anos nas redes municipais e estaduais. Assim, o Professor chegaria “com experiência de Ensino mais expressiva”.

O modelo já é adotado por algumas universidades em parceria com as redes. “Esse candidato a Professor teria condições de trabalhar na Escola e, ao mesmo tempo, ter um suporte universitário”, diz. A reforma curricular das licenciaturas e o reforço de estratégias de formação à docência estão previstos no Plano Nacional de Educação. Já a antiga a ideia do MEC de instituir uma prova nacional Docente, que serviria para ingresso na carreira em todo o País, não está na pauta no momento, segundo o secretário.
Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)