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sexta-feira, 27 de julho de 2012

CNPq lança sistema para impedir currículos falsos e fraudes



O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou a nova Plataforma Lattes com sistema mais seguro para impedir a criação de currículos fictícios e outros tipos de fraudes. O anúncio do novo sistema foi feito durante a 64ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A plataforma reúne currículos de estudantes e pesquisadores e dados de grupos e instituições de pesquisa do País.

De acordo com presidente do CNPq, Glaucius Oliva, a plataforma agora tem abas em que a comunidade científica poderá registrar informações sobre inovação, educação e popularização da ciência e tecnologia. A informação de patentes e registros ganhou módulo específico. "As informações disponibilizadas deixam de ser somente declaratórias e acrescentam o elemento de confiabilidade aos dados", afirmou.
Entre as inovações, está a integração direta da plataforma com o banco de dados internacional do Instituto para Informação Científica (ISI). O sistema fará uma verificação automática dos artigos publicados no periódico indexado pelo instituto, impedindo a citação de material que ainda não foi publicado. Na aba sobre patentes, o pesquisador poderá incluir o número de patentes registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Desta forma, ao lado da patente indicada, aparecerá o símbolo de certificação do instituto.
Segundo o presidente do CNPq, com a introdução das novas funcões, os critérios de avaliação de projetos da instituição passam a considerar o mérito científico do projeto, a relevância, originalidade e repercussão da produção científica, a formação de recursos humanos, a contribuição científica, tecnológica e de inovação (incluindo patentes), a inserção internacional da pesquisa, a contribuição em educação e popularização da ciência entre outros quesitos.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Projeto de universidade online oferece mais de 100 cursos gratuitos



Na imagem, um grupo de estudos da Coursera em San Francisco. Foto: Divulgação
O fenômeno de expansão da educação online ultrapassou novas fronteiras com a chegada, no início deste ano, da Coursera, uma empresa americana que faz parceria com as melhores universidades do mundo e oferece cursos online de graça. Inicialmente, a organização firmou parcerias com 13 universidades americanas e três estrangeiras, entre elas as cobiçadas universidades de Princeton e Stanford, oferecendo cerca de 43 cursos nas mais diversas áreas, incluindo tecnologia, ciências humanas, saúde e astronomia.


O lançamento oficial da organização foi em abril. Poucas semanas depois, a Coursera já contava com cerca de 700 mil alunos participando dos chamados "cursos massivos abertos online" (MOOC, sigla em inglês). Nesta semana, a Coursera anunciou que, nos próximos meses, o número de cursos disponíveis passará de 100 e, entre as novas universidades parceiras, estão o Instituto de Tecnologia da Califórnia, as Universidades de Duke, de Johns Hopkins e outras renomadas instituições de ensino nos Estados Unidos, Escócia, França e Canadá.
"Adoraria ver um futuro em que todos os estudantes do mundo tivessem acesso às melhores escolas e aos melhores professores do mundo", disse à BBC Brasil, Andrew Ng, co-fundador da Coursera e professor de ciência da computação na prestigiada Universidade de Stanford, na Califórnia.
A Coursera quer oferecer cursos grátis a todas as pessoas do mundo. Mas as universidades têm a opção de, eventualmente, cobrar pela emissão de um diploma opcional para os estudantes ou pela realização de provas. Segundo Ng, a Coursera poderá oferecer a empresas serviços de localização de profissionais altamente habilitados e usar isso como fonte de lucro.
"Quero que uma universidade como a (CalTech) Instituto de Tecnologia da Califórnia possa alcançar não apenas milhares de alunos, mas milhões alunos, espalhados pelo mundo inteiro", disse o co-fundador da Coursera à BBC Brasil.
De acordo com Ng, 35% dos alunos online da Coursera são dos EUA. Depois dos EUA, os países mais presentes nas salas de aula virtuais são Grã-Bretanha, Rússia e Índia. O Brasil fica em quinto lugar, com cerca de 3% dos estudantes.
Mais atenção
Várias universidades americanas já vinham oferecendo cursos online pagos. Entre os muitos brasileiros que tiram proveito da formação superior pela internet, está Aparecida Santos, que mora há nove anos no Estado de Nova Jersey.
A decoradora de festas infantis tem uma carga de trabalho puxada, chegando a trabalhar 10 horas por dia. Para ela, o curso de certificado em tradução online pela Universidade de Nova York (NYU) não podia ser mais conveniente.
"Acho que os cursos online oferecem grandes vantagens que os cursos tradicionais não têm. Posso fazer as aulas no meu próprio ritmo e em casa. Acho até que o aluno virtual acaba prestando mais atenção às aulas do que seria o caso em uma sala de aula convencional", diz Aparecida, que é formada em Letras pela Universidade Federal do Paraná.
Outra pessoa que tira proveito do acesso global a universidades de renome é a baiana Maria Helena Brenner Kelly, que mora em uma pequena ilha no litoral da Bahia.
"Faço o curso de certificação em tradução da NYU. Sem educação online, eu jamais poderia ter acesso a um ensino formal na minha área", afirma ela.
Os gastos com os cursos online da NYU são bem menores se comparados às aulas tradicionais. A universidade cobra cerca de US$ 715 (R$ 1.447) por crédito (disciplina), menos da metade do valor pago pelos alunos que frequentam o campus. Cursos livres, como o de tradução, cobram US$ 695 (R$ 1.406) por módulo. Além disso, os alunos virtuais não precisam gastar tempo nem dinheiro com transporte.
BBC Brasil
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Com informações do Blog do Professor Ivanilson

sábado, 14 de julho de 2012

Educador defende uso de videogame como ferramenta de ensino



Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG revelou que jovens que têm o hábito de jogar videogame se saem melhor em testes de atenção. Foto: AFP
Depois da invasão dos computadores, tablets e celulares às salas de aula, agora o debate chegou ao uso dos videogames como material didático. Para Gustavo Nogueira de Paula, mestre em linguística aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os games propõem mais interação da criança e do adolescente com o conteúdo exposto em aula. "Ele consegue ver causa e consequência através da ação do jogador. E não apenas tem mais atenção, mas compreende de forma mais participativa", afirma o educador, cuja dissertação defende o uso dos jogos como ferramenta de ensino.
Recente pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que jovens que têm o hábito de jogar videogame se saem melhor em testes de atenção.
Além disso, os voluntários que não haviam tido contato com os jogos antes melhoraram de desempenho quando testados após a interação com o dispositivo. Isso pode ser o começo de um caminho para o entendimento de como funciona a cabeça de um usuário desses consoles eletrônicos.
De Paula cita como exemplo de escola que investiu nos games - não só os eletrônicos - para a educação a Quest to Learn, em Nova York. "Não é uma escola diferenciada para alunos especiais, é uma escola regular, mas tem currículo inteiro baseado em jogos", conta. Para o educador, essa é uma tendência que em breve deve chegar no Brasil, onde iniciativas individuais já começam a aparecer gradualmente. São dois os grandes obstáculos, na opinião dele, para que esse tipo de estratégia seja mais efetivamente adotada no País: a falta de investimento e o preconceito. A capacitação de professores, além da compra de equipamentos, é uma das soluções propostas pelo educador.
Marilene Proença, pesquisadora do departamento de psicologia educacional da Universidade de São Paulo (USP), identifica as vantagens de se usar esse tipo de ferramenta para motivar os jovens a desenvolver o raciocínio e a capacidade de resolver problemas, mas atenta à questão do papel social da escola. "Esse jogo tem que ser usado dentro do contexto da construção do conhecimento", adverte. Para ela, não se pode fugir das três funções básicas da escola: transmissão de conhecimento, construção de valores e formação da cidadania.
De Paula garante que há maneiras de garantir que esse artifício seja bem aproveitado em sala de aula. "Se bem fundamentado, se bem orientado, o aluno vai ter noção de que ele tá jogando na escola para aprender. O professor vai fazer o aluno ter um olhar mais crítico sobre o jogo", afirma. Ele compara o possível uso dos videogames no currículo à apropriação de produtos culturais como músicas, cinema e quadrinhos em sala de aula.
Quais jogos usar?
Há diversos jogos desenvolvidos especialmente para a pedagogia, mas De Paula propõe que se usem jogos comerciais, especialmente os news games - baseados em acontecimentos do cotidiano. Para sua dissertação de mestrado sobre o assunto, o professor usou o título 12 de setembro, que relembra os fatos acontecidos no ataque às Torres Gêmeas, em 2001. Segundo ele, uma das grandes vantagens apresentadas pelo jogo foi a provocação de debates sobre o tema em sala de aula, já que os alunos ouvem o noticiário, veem os pais comentando e precisam estar a par dos acontecimentos para provas de vestibular, mas muitas vezes têm dificuldade de entender o contexto em que se inserem.
"Eu acho que, em geral, praticamente todo conteúdo pode ser ensinado em sala de aula com videogame. Para alguns, já existem jogos, mas outros conteúdos curriculares precisariam de novos títulos, como a história do Brasil", explica o professor. Ele acredita que a maioria dos jogos desenvolvidos especialmente para a educação não acompanham a forma de pensar do jovem, o que não os tornaria interessantes para essa geração, acostumada a estímulos multimídia desde muito cedo.
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A importância do incentivo ao raciocínio lógico e ao gosto pela investigação científica



Dedicação - Hipérion (o robô do meio) foi destaque na olimpíada de robótica: “Na véspera, não saíamos do laboratório nem para comer”, diz Renato (à esq.), que, com Bruna e Raul Tapia, passou um ano perseguindo um exemplar perfeito
Os estudantes ao lado levaram um ano para transformar uma montanha de blocos, fios e engrenagens em Hipérion, um robô de 22 centímetros que consegue discernir e agarrar objetos trazendo-os disciplinadamente de volta à base de onde partiu. São pequenos detalhes, invisíveis à maioria, que fazem desse um espécime, digamos, de alta estirpe no mundo da robótica.
Hipérion (nome de uma das luas de Saturno) percorre uma linha reta sem vacilar, detecta seu alvo de forma certeira, demonstra firmeza nas mãos mecânicas. Por esses atributos, a turma que o criou conseguiu levá-lo para a recém-encerrada olimpíada internacional de robótica, a RoboCupJunior, disputada na Cidade do México por quarenta países e 4 000 alunos.
O exemplar brasileiro acabou não indo à etapa final pelo tempo que gastou para concluir o circuito da prova, vencida pelos chineses, mas chamou atenção por seus dotes. "A poucos dias da competição, já não conseguíamos mais deixar o laboratório nem para comer, em busca de mais e mais precisão nos movimentos de nosso robô", conta Renato Ferreira, 17 anos, do Colégio Objetivo. Ele não tem dúvida: vai prestar vestibular para engenharia da computação, opção da maioria desses meninos e meninas vidrados em robótica, que passou a ser ensinada em escolas públicas e particulares de todo o país. A maior parte das que estão no topo do ranking do Enem tem o curso, em geral como aula extra, e as que ainda não têm planejam organizar um.
Estudantes americanos e asiáticos já tomam contato com os princípios da robótica na sala de aula desde os anos 80. Divertem-se enquanto vão absorvendo os conceitos de matemática e física. É mais produtivo a partir dos 10 anos, quando as crianças já leem e escrevem e, assim, conseguem iniciar-se no terreno da programação de sistemas. São elas que definem os movimentos dos robôs aos quais dão vida num teclado de computador com símbolos bem simples. Essas informações são guardadas em uma placa que fica junto às estruturas feitas com os pequenos blocos colocados de pé pelos próprios alunos. Com o tempo, os robôs ganham tamanho e complexidade, levantando questões teóricas cuja solução exige, por exemplo, noções de ótica: como chegar à melhor posição possível para que o sensor capte a maior quantidade de luz e faça o robô deslizar?
Os alunos também se debruçam sobre desafios da cinemática, como encontrar o modelo ideal de pneu para vencer os atritos de diferentes superfícies. Sem que percebam, os estudantes se familiarizam com a base do método científico, criando hipóteses diante dos problemas que vão surgindo e testando-as. "Eles descobrem a verdadeira utilidade dos cálculos que veem na lousa e entendem melhor a origem e a consequência de seus erros", observa o doutor em engenharia mecânica João Vilhete, coordenador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Unicamp.
O primeiro a sair em defesa do uso da programação de sistemas como ferramenta na educação de crianças e jovens foi o doutor em matemática Seymour Papert. Ele fez do Media Lab, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, referência na área. Na década de 70, Papert era tão fascinado pela ideia de usar o computador em prol do ensino que foi ao extremo no que pregava: dizia que, ao programarem a máquina de acordo com o seu ritmo e curiosidade, os alunos poderiam aprender por si mesmos em um infindável processo do qual o professor seria um mero coadjuvante. Sua teoria não vingou pelo radicalismo, mas dela originou-se toda a pesquisa mais séria sobre tecnologia aplicada à sala de aula, incluindo aí os estudos sobre robótica.
A experiência deixa claro em que cenários a lição surte mais efeito. "Já sabemos que as aulas de robótica dão mais resultado naqueles casos em que se integram ao currículo tradicional da física e da matemática. Do contrário, não produzem grandes efeitos", explica a VEJA o cientista da computação David Cavallo, discípulo de Seymour Papert, hoje à frente do laboratório no MIT.
O incentivo ao raciocínio lógico e à investigação científica desde muito cedo é certamente bem-vindo ao Brasil, país onde tão poucos ainda se formam na área de exatas — caso de apenas 10% dos graduados. Para se ter uma ideia da dimensão do nó brasileiro, o contingente dos que enveredam por esse campo do conhecimento na Coreia do Sul, por exemplo, chega a ser o triplo. Contar com gente tão aficionada de números e bytes como o trio de estudantes que ilustra estas páginas, portanto, é mais do que necessário. Mascote da turma, Bruna Fusco, 14 anos, há quatro foi atraída pelos encantos da robótica, que virou uma diversão imbatível.
Ela acaba de voltar da RoboCup com o ânimo renovado para internar-se mais uma vez no laboratório de sua escola e tentar criar outros exemplares como o Hipérion. No México, onde competiu ao lado dos melhores do mundo, aproveitou as horas de folga para circular pelos estandes das equipes profissionais. Espantou-se com a evolução dos robôs que já são capazes de captar várias informações ao mesmo tempo sobre o ambiente em que estão e tomar decisões inteligentes com base nelas. Diz a menina, para quem a ciência parece um caminho quase que natural: "Eu me senti em casa nessa Disneylândia da robótica".

Veja

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Como foi a implantação do Projeto "Um Computador Por Aluno" no Paraguai


O jornal Estadão publicou uma matéria falando sobre o funcionamento do Programa Um Computador Por Aluno no Paraguai. Leia a matéria na integra.


"O perigosíssimo analfabetismo digital

Por estas inexplicáveis coincidências da vida, semana passada, enquanto eu estava em Montevidéu dando uma conferencia para ex-alunos e futuros alunos Uruguaios do IE, conheci uma ex-aluna do Executive MBA que trabalhava num dos maiores projetos educacionais do país: o Plan Ceibal.
No dia seguinte, fui conhecer a sede do projeto e o diretor geral, Gonzalo Pérez Piaggio, com quem tive o prazer de me reunir e fazer umas perguntinhas.
Criado em 2007 diretamente pela presidência da república do Uruguai (ou seja, não depende de nenhum ministério ou ente público estabelecido), o projeto nasceu diretamente da ideia “One Laptop Per Child” concebida pelo famoso e polêmico Nicholas Negroponte do MIT (versão Wikipedia).
O projeto está comemorando 5 anos este ano, com alguns números bem impressionantes (apesar de algumas críticas, em minha opinião, menores): 100% das crianças possuem um laptop no Uruguai, o País se tornou o mais conectado da América Latina (91% da população) e praticamente eliminou o analfabetismo digital do país (todos os jovens com menos de 16 anos sabem operar um computador e têm noções de programação!). Mais de 500 mil pessoas já receberam os pequenos computadores. Tirei uma foto para vocês verem as máquinas:



Aproveitei para fazer algumas perguntinhas para o Gonzalo:
1) Como funciona a distribuição dos computadores? 
Durante os 9 anos da educação primária uruguaia os alunos recebem 2 computadores, que têm a vida útil de aproximadamente 5 anos. De 6 a 11 anos de idade, eles recebem o computador verde (mais simples), e dos 11 aos 16 o computador azul (mais potente). Os professores recebem uma versão ainda mais completa chamada Magalhães.
2) Quais foram os principais obstáculos na época?
Convencer a população de que estas máquinas não competiriam com os laptops comerciais vendidos por empresas tipo Dell, Lenovo, HP, etc, distorcendo o mercado de informática no país. Instalar ADSL e wifi em mais de 2.500 escolas em todo o país foi outro grande desafio (principalmente no campo).
3) E agora, qual o principal desafio?
Iniciar o processo de personalização da educação pública uruguaia, “desestruturando” a tradicional educação (industrializada e mecanizada) do País, que ensina as mesmas coisas, e num mesmo ritmo a todos os alunos do sistema, independentemente de suas habilidades ou afinidades com as matérias (a inspiração está claramente e abertamente baseada em Sir Ken Robinson, em outro post voltaremos a ele).
Tudo bem que o Uruguai seja um País pequeno (os críticos sempre dizem isso), mas não há dúvida de que estão educando seus jovens na direção correta. Outro ponto, talvez o mais importante, é que, sendo um dos países menos corruptos das Américas, o Uruguai consegue fazer com que os 50 milhões de dólares anuais do projeto sejam usados totalmente para o mesmo.
(...)
Contatos do autor do artigo:
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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Qualificação dos professores tem impacto direto no desempenho dos alunos




profSegundo análise realizada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, pelo Instituto Ayrton Senna e peloMovimento Todos pela Educação de 400 estudos sobre melhoria do aprendizado, o investimento na qualificação do corpo docente afeta diretamente o desempenho dos alunos, acelerando e ampliando o aprendizado em até 70%. “A educação acontece quando um bom professor se encontra com um aluno motivado por horas.
Quanto mais eles se encontrarem, maior será o aprendizado. Um dos problemas da profissão é que os próprios professores se convenceram de que são todos iguais, e que as diferenças não devem ser ressaltadas, documentadas ou premiadas “, disse o secretário de Ações Estratégicas do governo federal, Ricardo Paes de Barros, durante audiência pública promovida pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara e pela Frente Parlamentar Mista da Educação.
Para o presidente da frente parlamentar, deputado Alex Canziani (PTB-PR), falta ao Brasil uma avaliação que diagnostique a qualidade dos docentes atuantes e certifique os bons professores. “Além de estarmos estimulando aqueles que não são considerados os melhores professores, poderemos pôr em prática a meritocracia. É justo pagarmos, darmos condições ou estimularmos mais aqueles que são mais efetivos na sua atividade”, explicou.
Paes de Barros mencionou o caso do Chile que aporta 4% do Produto Interno Bruto – PIB em educação e está mais bem colocado nos testes internacionais que o Brasil, que investe 5% do seu PIB. No entanto, quando acrescido o gasto privado, o país andino contabiliza mais de 7% de investimento em educação. Vale lembrar que, na última década, o Brasil ficou entre os cinco países que mais avançaram na pontuação dos testes internacionais de avaliação do ensino.
Nesse ponto, Paes de Barros acredita que uma solução para o Brasil seria a contribuição de alunos com boas condições financeiras que quisessem estudar nas universidades públicas. “Esse é um gasto com educação que a gente poderia induzir as famílias a ter – isso é o que acontece no Chile. Se você é de classe média alta, rico e colocou seu filho na universidade pública, mais do que bem-vindo. Só que terá de pagar, pois não precisa que eu pague por você”, declarou.
Saiba mais!
Produto Interno Bruto – PIB: soma dos valores monetários conquistados a partir de todos os serviços e bens produzidos num período, por uma determinada região.

Com informações de Agência Câmara de Notícias e do Blog do Professor Ivanilson

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Apenas 4% das escolas públicas têm computadores nas salas de aula



A mais recente edição da pesquisa TIC Educação, divulgada nesta terça-feira, 19, pelo Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI.br), mostrou que o uso de tecnologias da informação e da comunicação (TIC) nas salas de aula brasileiras é ainda incipiente. O estudo analisou 650 estabelecimentos educacionais em 2011, sendo 497 escolas públicas e 153 particulares.
Apesar de o número de escolas públicas com computador conectado à internet ter crescido de 92% para 100% entre 2010 e 2011, o número de salas de aula com o equipamento permaneceu em 4%.
O laboratório de informática ainda é o local de uso mais frequente apontado pela maioria: 76%, de acordo com os dados. Ainda assim, a proporção de professores que usa TIC dentro da sala de aula praticamente dobrou nos últimos dois anos, passando de 7% para 13%. O avanço deve-se, provavelmente, ao aumento do número de professores que adquiriram notebook com recursos próprios: em 2010, eles eram 65%, em 2011, 76%. Segundo os dados, 50% dos docentes levam o seu próprio computador portátil para a escola - em 2010, esse índice era de 41%.
Os resultados da pesquisa apontam que as atividades mais comuns em sala de aula são aquelas em que os docentes menos usam recursos tecnológicos. Aulas expositivas e a interpretação de textos, por exemplo, têm baixos porcentuais de uso das TICs: 24% e 16%, respectivamente. O maior índice de usabilidade de TIC nas escolas públicas se dá exatamente no ensino do uso do computador e da Internet - 65% dos docente recorre à ferramenta nestes casos.
Se por um lado os professores ainda não incorporaram plenamente as tecnologias, não se pode dizer o mesmo dos alunos. Os dados apontam que 82% deles fazem suas pesquisas para a escola com uso de computador e Internet. Esse uso, normalmente se dá fora do ambiente escolar. Ainda que 100% das escolas municipais e estaduais possuam pelo menos um computador, o número de equipamentos por aluno revela uma importante limitação para o seu uso efetivo, segundo professores e coordenadores consultados pelo estudo. Outra barreira apontada diz respeito à baixa velocidade de conexão. Ainda que 93% das escolas tenham acesso à Internet, 32% delas têm velocidades entre 1 a 2MB.
Escolas particulares
Entre os professores das escolas particulares observa-se comportamento similar considerando as atividades desenvolvidas com os alunos quando comparado com as escolas públicas. As atividades mais comuns são exercícios para prática, aula expositiva e interpretação de texto. Além disso, quanto maior a frequência de realização da atividade,  menor a proporção de professores que usam computador e Internet para desenvolvê-las.
Ainda assim, o uso de computador e Internet é maior entre professores das particulares, possivelmente pela melhor infraestrutura que lhes é proporcionada. Os dados indicam ainda que 21% das escolas particulares possuem computadores instalados em sala de aula, proporção cinco vezes maior que os 4% das escolas públicas. A disposição dos equipamentos, no entanto, é semelhante: a maioria deles está instalado em laboratórios - 78% para as particulares contra 86% das públicas. A diferença revela um possível movimento que acontece nas escolas particulares,  onde se busca, com maior intensidade, trazer a infraestrutura para a sala de aula.

Por Estadão


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Metade dos professores leva o próprio notebook para a sala de aula



Juliano Cappi, coordenador geral de pesquisas do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação (Cetic.br) e da Comunicação do Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI.br) (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)
Os professores da rede pública estão investindo cada vez mais tempo e dinheiro na própria formação em tecnologia para incorporar o uso de computadores e internet na sala de aula, segundo a edição de 2011 da pesquisa TIC Educação, divulgada na manhã desta terça-feira (19) pelo Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI.br) em São Paulo. Os dados mostram que o número de professores que comparam um notebook (computador portátil) com recursos pessoais próprios aumentou de 65% para 76% entre 2010 e 2011.
Também cresceu de 41% para 50% a quantidade de docentes que levam seu próprio notebook para a escola. A pesquisa foi feita com 1.821 professores de língua portuguesa e matemática de escolas públicas e particulares, e ouviu ainda 6.385 alunos do 5º e 9º ano do fundamental e 2º ano do ensino médio, 605 coordenadores pedagógicos e 641 diretores.

No grupo de professores, 94% dos entrevistados afirmaram ter computador em casa, e 88% disseram que ele tem acesso à internet. De acordo com o CGI.br, esse número é mais expressivo que os dados sobre a população: a média de acesso à internet em domicílios brasileiros é de 38%.
Segundo a pesquisa, ainda falta às redes públicas estadual e municipal -- colégios federais e escolas rurais foram excluídos da amostra -- investir na introdução de computadores na sala de aula. Apesar de o número de escolas com computador conectado à internet ter crescido de 92% para 100% entre 2010 e 2011, o número de salas de aula com o equipamento continuou em apenas 4%. Porém, a quantidade de professores que afirma ter a sala de aula como local de uso mais frequente de computador nas atividades escolares quase dobrou: foram 13%, em comparação a 7% no ano anterior. O laboratório de informática ainda é o local de uso mais frequente apontado pela maioria: 76%, de acordo com os dados.
Escolas particulares
Neste ano, a pesquisa TIC na Educação incorporou ao estudo as escolas particulares. Segundo os dados, 32% dos professores entrevistados trabalham na rede particular de ensino. Ambas as redes, porém, usam pouco o computador e a internet durante as atividades mais tradicionais da educação, como aulas expositivas, interpretação de textos e exercícios para praticar o conteúdo ensinado.
"O padrão é o mesmo, mas nas particulares o uso das TICs avançou mais", avaliou o coordenador geral de pesquisas do Centro de Pesquisas em Tecnologias da Informação e da Comunicação do CGI.br, Juliano Cappi. O avanço principal apontado pelos dados é no investimento de computadores dentro da sala de aula. Enquanto na rede pública o número permaneceu estável em 4%, em 2011, 21% das escolas particulares entrevistas na amostra da pesquisa mostraram a tendência de levar a tecnologia para perto dos alunos.
USO DE COMPUTADOR E INTERNET NAS ESCOLAS*
Presença de computador nas escolasPúblicaParticular
Na sala de aula4%21%
No laboratório de informática86%78%
Na biblioteca / sala de estudos43%62%
Fonte: Pesquisa TIC na Educação 2011 - Cetic.br/CGI.br
A sala de aula do colégio particular é o segundo local mais frequente de uso do computador: ela foi a resposta de 34% dos professores e perdeu apenas para o laboratório de informática, usado por 48% deles. "As escolas particulares parecem ter tomado consciência disso. O uso das TICs deve acontecer na sala de aula, justamente onde ocorre o contato com os alunos."
Cappi destacou que, embora sejam minoria, os professores que afirmaram usar tecnologia com frequência durante as atividades em sala de aula são até mais assíduos que os professores que usam o laboratório de informática em praticamente todas as atividades. "O professor que usa computador e internet na sala de aula usa mais as tecnologias nas atividades", afirmou Cappi.
Elas incluem desde as tarefas mais comuns da escola, até as realizadas aproximadamente uma vez por mês, como projetos temáticos e que contribuam com a comunidade.
Cappi explicou que é difícil mudar a cultura do professor para que ele passe a incorporar as novas tecnologias no dia a dia escolar. "Os professores [ouvidos pela pesquisa] têm em média 15 anos de experiência, eles construíram um conhecimento na carreria, um estilo do que é dar aula. Precisamos quebrar essa barreira", disse o coordenador.
A pesquisa dividiu o universo de professores entrevistados em três faixas etárias: até 30 anos, de 31 a 45 anos e 46 anos ou mais. É na última faixa que se encontram os docentes com mais dificuldades em lidar com computadores e internet: 31% deles, por exemplo, afirmaram nunca ter baixado ou instalado um programa da internet, metade nunca usou o computador para fazer uma ligação telefônica e 4% dos professores mais velhos revelaram que não aprenderam a usar o computador e a internet, sendo que 38% deles disseram ter aprendido sozinhos. Um quarto desse grupo disse ter muita dificuldade em lidar com conteúdos multimídia.
Já entre os professores mais jovens, metade aprendeu os conceitos de informática sozinho, 55% usam programas multimídia sem nenhuma dificuldade e 81% deles já criaram ou atualizaram sozinhos blogs ou páginas de internet e 27% já acessam a internet pelo celular.
Na sala de aula, os professores com mais idade dedicam mais tempo que as demais faixas etárias oferecendo jogos educativos para os alunos do que produzindo conteúdos e projetos com eles. Fora dela, eles também são menos assíduos que os docentes mais jovens na interação virtual com outros professores e na busca online de materiais de apoio. As três faixas etárias, porém, foram quase unânimes (98%, 94% e 91%, respectivamente) em afirmar que o computador e a internet lhes derão acesso a materiais mais diversificados e de maior qualidade.
De acordo com o comitê, são vários os possíveis motivos para a mudança de abordagem entre professores de idades diferentes.
Além do aspecto geracional e de os professores mais jovens serem usuários de tecnologias desde que eram mais novos, o fato de que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) foram acrescentadas pelo Ministério da Educação ao currículo básico dos cursos superiores de pedagogia no Brasil, o que tende a aumentar, progressivamente, o número de professores que dominam técnicas de aplicação das TICs na sala de aula.

Por G1


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

terça-feira, 19 de junho de 2012

Plataformas online são tendência no ensino em países estrangeiros



É possível que, no futuro, escolas e universidades sejam deslocadas para uma grande sala de aula na web? O investimento de prestigiadas universidades americanas no sistema de ensino a distância aponta que o método está ganhando cada vez mais espaço no meio acadêmico. Recentemente, gigantes do ensino superior nos Estados Unidos têm aprimorado iniciativas que remontam a projetos como a Khan Academy, site criado em 2006 que disponibiliza videoaulas educativas gratuitamente.

Hoje, mesmo quem não está matriculado em grandes centros universitários tem acesso ao conteúdo das aulas presenciais e pode participar de fóruns online, interagindo com outros estudantes e com professores, a custo zero. A proposta interativa é a base de novas plataformas como o edX, uma parceria entre a Universidade de Harvard, o Massachussetts Institute of Technology (MIT) e o Coursera, do qual participam cinco universidades americanas.
Oferecendo cursos de centros como Princeton e a Universidade da Califórnia em Berkeley, o Coursera teve início no segundo semestre de 2011, quando o departamento de Ciências da Computação da Universidade de Stanford lançou sua plataforma de ensino online. O oferecimento gratuito de apenas dois cursos da instituição levou cerca de 200 mil estudantes do mundo todo a se inscreverem. Segundo Daphne Koller e Andrew Ng, fundadores do Coursera, foi possível perceber no grupo o desejo por experiências educacionais acessíveis e de qualidade e que pudessem capacitar as pessoas a melhorar suas vidas e a de suas comunidades.
A partir de então, o interesse dos estudantes decolou, e foram adicionados novos cursos, que vão desde algoritmos até mitologia grega e romana, oferecidos também por outras instituições conceituadas. Segundo os fundadores, a proposta do Coursera foi muito bem recebida por grandes universidades. O projeto conta com um investimento de US$ 16 milhões (aproximadamente R$ 32 milhões) de empresas do Vale do Silício.
Os cursos oferecidos no site consistem em videoaulas de dez a 15 minutos, disponibilizadas aos poucos (o calendário com as datas de lançamento das aulas está disponível na página de cada curso). As lições são complementadas por meio de testes e exercícios formulados com base em princípios pedagógicos que visam a garantir máxima apreensão e retenção do conteúdo - como o método de domínio da aprendizagem (mastery learning), que permite a cada estudante aprender em seu próprio ritmo. Há, ainda, fóruns interativos onde os estudantes podem trocar ideias com outros alunos e receber feedback dos professores, monitorando seu progresso. O elemento social-interativo é o que diferencia o Coursera de iniciativas como a Khan Academy e os consórcios Open Course Ware - esta última adotada no Brasil por instituições como a Unicamp. Nesse tipo de plataforma, o conteúdo acadêmico disponibilizado gratuitamente em vídeo não é complementado com a assistência dos professores.
Conteúdo, não formação
Os termos do site esclarecem que a intenção do Coursera não é a de substituir o ensino formal: os cursos oferecidos não rendem créditos universitários aos estudantes, e apenas alguns podem emitir certificados de participação, conforme o desempenho do aluno.
Porém, resta o debate sobre como essa nova abordagem irá repercutir no sistema de educação a distância em todo o mundo - somente no Brasil, 15% dos universitários estão matriculados em programas de ensino a distância, e as projeções do Ministério da Educação (MEC) é que o sistema atenda a mais de 600 mil alunos até 2014. "O Coursera tem grande potencial. Certamente o oferecimento de conteúdos educacionais online é uma tendência irreversível que trará impactos na educação formal", diz o professor Romero Tori, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro Universitário Senac e autor do livro Educação sem Distância - As Tecnologias Interativas na Redução de Distâncias em Ensino e Aprendizagem (ed. Senac).
Segundo ele, os pontos fortes desse tipo de iniciativa são a democratização no acesso ao conhecimento - que oferece oportunidades a pessoas de qualquer lugar ou faixa social que desejem aprender de forma autodidata - e a possibilidade dos professores de escolas formais utilizarem o material online como apoio aos cursos presenciais.
Contudo, Tori não crê que o modelo lançado pelo Coursera aponte para um futuro feito de escolas e universidades virtuais e afirma que a substituição dos cursos formais pelas aulas a distância é uma ideia reducionista. "Esses materiais online distribuídos de forma massificada oferecem conteúdos, não formação. Há muito tempo sabemos que os modelos 'conteudistas' e baseados em estímulo-resposta - que são justamente os modelos do Coursera, Khan Academy e outros - são ultrapassados. Não que conteúdos não sejam importantes: o erro está em se parar por aí. A boa educação vai além, com atividades que envolvem construção de conhecimento, aprendizagem por projetos, trabalhos em equipe, sempre supervisionados de perto por professores."
Tori acredita que projetos como o Coursera podem auxiliar na redução da demanda por conteúdo em sala de aula, liberando tempo das aulas presenciais para atividades de construção do conhecimento, além de "desmascarar" profissionais cujo método de ensino é baseado na simples transmissão de conteúdo.
Para José Armando Valente, professor do departamento de Multimeios do Instituto de Artes da Unicamp, as próprias limitações existentes no ensino formal do País dificultam que as vantagens oferecidas por esse sistema, como as atividades de criação coletiva do conhecimento, sejam verificadas na prática. "Hoje, nas salas de aula, não existem tantas possibilidades como nos cursos a distância. Você expõe o conteúdo e o aluno não tem chances de aplicar tudo aquilo que ele está vendo", diz o professor.
Citando o exemplo das aulas de cirurgia médica, o professor ressalta que o sistema não é totalmente adequado a disciplinas de caráter majoritariamente prático, mas diz que, em grande parte das matérias oferecidas atualmente nos cursos a distância, além do conteúdo, há a oportunidade de se desenvolver atividades mais vantajosas do ponto de vista prático por meio das ferramentas interativas do sistema. "É uma grande oportunidade para as pessoas exercitarem o conhecimento", afirma.
Koller e Ng também acreditam que as possibilidades oferecidas pelo virtual podem dar origem a uma nova experiência potencialmente tão rica quanto as aulas tradicionais. Os cursos online, que até agora se baseavam principalmente em vídeos complementares às lições presenciais, têm grande potencial para criar novas experiências de aprendizagem que vão além das aulas tradicionais, defendem os fundadores do Coursera. Eles ressaltam que, em vez de simplesmente assistirem a uma aula, cada vez mais os estudantes podem acessar recursos online que inspiram novos modos de pensar, praticar e interagir com o material e as pessoas, contribuem para melhores resultados no aprendizado.
O projeto ainda está aperfeiçoando os métodos de ensino e atendimento ao aluno, mas as expectativas são de que dezenas de milhões de estudantes assistam às aulas nos próximos cinco anos, fazendo das plataformas online uma ferramenta de estudo não só dos estudantes americanos, mas do mundo inteiro.
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Para conferencista, tecnologia deve ser adaptada à educação


Em seu segundo dia de debate, o Seminário Latino-Americano de Disseminação de Conteúdos Digitais contou com relatos de representantes dos países participantes acerca das políticas para a implantação desses conteúdos nas escolas do continente. Foram destacados os avanços e dificuldades encontradas pelos participantes com relação a esse tema.
O vice-presidente da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura), Fernando Almeida, conferencista convidado desta quinta-feira, 14, lembrou que a tecnologia não nasceu como um instrumento de ensino. Segundo ele, é necessário que os principais atores ligados ao processo de aprendizagem permitam que a escola se aproprie da tecnologia para uso na educação. 
“Quem pilota essa mudança é o educador que está em sala de aula”, destaca.

O professor Almeida ressaltou em sua apresentação pela manhã que o modelo de ensino e de escola pública dos países participantes é algo recente, e a tecnologia é um eixo importante nesse processo de estruturação do novo modelo escolar. Ele também observou que as experiências compartilhadas no evento são fruto de trabalhos desenvolvidos há décadas e que ainda se encontram em implantação. “É um longo trabalho de gestação de experiências. São projetos interessantes que hoje representam uma grande riqueza na América Latina”, afirmou.

Almeida destacou o papel da universidade nessa apropriação das tecnologias digitais pelas escolas. Ele também lembrou a necessidade de uma aproximação entre universidades e escolas, por meio da realização de pesquisas sobre o uso da tecnologia no ambiente escolar e da formação de professores para o uso pedagógico das mídias. “As universidades brasileiras são bandeiras fundamentais para a apropriação dessas tecnologias”, disse.

O Seminário Latino-Americano de Disseminação de Conteúdos Digitais, que discute a presença e implantação das tecnologias digitais nas escolas do continente, termina nesta sexta-feira, 15.  

Assessoria de Comunicação Social

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Smartphones e tablets ajudam a alfabetizar jovens e adultos



Usados para a comunicação e a troca de informações por pessoas de todas as idades, aparelhos como smartphones e tablets também podem ser ferramentas educativas. Os aparelhos são úteis em atividades de alfabetização, no ensino de matemática ou de uma língua estrangeira.
Cofundador da Anhanguera Educacional, o matemático José Luis Poli constatou, em visitas a escolas voltadas para o público jovem e adulto, que muitos alunos de faixa etária avançada, embora analfabetos, possuíam celulares e dominavam bem os mecanismos do aparelho. A observação deu início a elaboração do que hoje é chamado de Palma (Programa de Alfabetização na Língua Materna).

Em 2009, o professor de matemática se desvinculou da Anhanguera para se dedicar ao projeto que prevê aos participantes a alfabetização, o ensino básico de matemática e de ciência - que envolve lições de higiene, saúde e qualidade de vida -, por meio do smartphone. Em abril do ano passado, 160 alunos começaram a testar o software desenvolvido para os celulares, que usa a combinação de sons, letras, números e imagens como método de ensino.
O projeto piloto está sendo implantado em colégios públicos de São Paulo, localizados em cidades como Araras, Campinas e Franca. Os participantes do Palma são na sua maioria trabalhadores, na faixa etária entre os 20 e 30 anos e do sexo feminino. "São pessoas com uma dura jornada de trabalho que têm pouco tempo disponível para o estudo. O objetivo de promover educação por um smartphone é também na facilidade que ele oferece aos alunos em realizarem exercícios em suas horas vagas como nas refeições ou deslocamentos durante o dia", explica o mentor do programa.
Os alunos recebem gratuitamente os smartphones, por onde acessam o programa diariamente. O desempenho deles é medido ao final de cada atividade, através de um sistema de monitoramento instantâneo, via mensagem SMS. Com isso, o professor tem o mapa individualizado de sua aprendizagem. O educador recebe um treinamento sobre como funciona a metodologia do Palma antes de iniciar seus trabalhos. Durante as aulas, eles deixam, no primeiro momento, os participantes interagirem individualmente com o sistema do celular, para depois passar as lições programadas para o dia.
"Acredito no potencial das tecnologias como um instrumento de educação por oferecerem grandes facilidades de aprendizado, serem capazes de motivar o estudante, uma vez que o aluno se identifica com o aparelho e, portanto, deixarem as aulas dos professores mais atrativas", defende Poli.
O professor de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e de Alfabetização da USP Claudemir Belintane também acredita que os recursos desses meios podem contribuir para a formação de um aluno, mas ressalta a necessidade de cuidados especiais. "Abraçar as tecnologias sem cuidados pode significar a desestruturação de uma escola, de um curso ou de um programa", alerta.
A introdução de aparelhos tecnológicos nas salas de aula é um fenômeno estudado por Belintane há cerca de 15 anos. Seus estudos são aplicados a alunos do ensino fundamental e passados a estudantes de graduação. Em pesquisa recente, constatou que os tablets podem servir como uma ferramenta facilitadora a crianças com dificuldades de aprendizagem na escrita. Conforme a análise, o touchscreen, que permite arrastar objetos, estende o potencial de expressão e memória, exercícios que ajudam nesse aprendizado.
Estudos como esse fazem o professor da USP defender o uso de tecnologias nas instituições de ensino, desde que elas sejam aplicadas de forma a expandir as capacidades preexistentes dos estudantes e não como uma fórmula mágica do conhecimento. "É preciso lembrar que um recurso potente como o computador não substitui e nem diminui a necessidade de esforços na aprendizagem. Para aprender, é necessário primeiro de esforço e dedicação", conclui.
Língua estrangeira é ensinada no celular
A Ezlearn, empresa de tecnologia educacional fundada em 2009, iniciou há cerca de dois meses um curso de inglês e espanhol pelo celular. O conteúdo é passado por SMS, e o tempo do treinamento é de quatro meses. Durante esse período, o aluno responde a perguntas, também por SMS, para avaliar o seu desempenho e possibilitar a adequação do curso conforme o seu nível de aprendizado.
A ideia do projeto surgiu da constatação da crescente aquisição de dispositivos móveis, sendo que um dos públicos que mais consome esses aparelhos no Brasil é a classe C. Com o custo de R$ 0,99 por semana, a capacitação foi desenvolvida justamente para essa parcela da população brasileira. "Há uma demanda muito grande da classe média em se profissionalizar ainda mais com a aproximação de eventos que ocorrerão no país como a Copa do Mundo e as Olimpíadas", afirma a presidente da Ezlearn, Ana Gabriela Pessoa.
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Pesquisa indica benefícios da internet para linguagem escrita



A adoção de um sistema online para o aprendizado infantil permite aos alunos melhorarem suas habilidades para a escrita de maneira notável, segundo o resultado de um estudo realizado na Suíça nos últimos três anos divulgado nesta terça-feira.
A principal conclusão é que as crianças que tiveram acesso ao sistema - no qual podiam ler, escrever e conversar livremente - aprenderam a escrever seus textos de maneira mais interessante para o leitor, e inclusive com melhor ortografia.

O estudo foi dirigido pelo professor Hans-Jakob Schneider, da Escola de Estudos Sociais do noroeste da Suíça. A equipe de docentes trabalhou com 724 crianças entre sete e dez anos (num total de 44 turmas) de três diferentes cantões do país (Argóvia, Zurique e Basileia), divididas em dois grupos.
Os alunos do primeiro grupo tiveram de se inscrever no sistema online, enquanto os do segundo grupo não tinham acesso algum e escreviam seus textos no papel. O que se observou é que a experiência no sistema online permitiu às crianças melhorar sua linguagem narrativa, habilidade que desenvolveram muito melhor que as do segundo grupo após os três anos que durou a experiência, financiada pelo Fundo Nacional Suíço (FNS), organismo público que promove a pesquisa científica.
Os professores detectaram que as diferenças eram particularmente significativas nas "marcas linguísticas visíveis" do texto, pois as crianças que trabalharam com a plataforma online usavam mais conjunções temporais, como "primeiramente" e "em seguida".
Além disso, faziam uso de frases ou palavras que reavivavam a atenção do leitor, como "de repente", enquanto seus adjetivos e verbos tinham mais a ver com as emoções. Em suma, seus textos eram mais atrativos que os do grupo que escrevia em papel.
A pesquisa determinou que a razão disso era que, no grupo que usou internet, os alunos tentavam envolver mais o leitor, queriam que o texto fosse atraente e podiam deduzir - ao observar os textos que eram mais lidos no sistema - o que mais podia chamar a atenção do leitor. Diferente do que se poderia pensar, a ortografia deste grupo não ficou pior, mas pelo contrário, o que é louvável sobretudo quando se leva em conta que os professores não corrigiam o que escreviam no sistema.
EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Com Informações do Blog do Professor Ivanilson

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Microsoft lança rede social só para professores



A Microsoft desenvolveu uma rede social para conectar professores de todo o mundo. A PIL (sigla em inglês para Parceiros na Aprendizagem), que surgiu como projeto da empresa em 2003, hoje conta com mais de quatro milhões de usuários em 119 países.
Segundo o diretor de educação da Microsoft, Emílio Munaro, a meta é dobrar o número de perfis na rede até 2014. "A PIL é um espaço colaborativo, onde professores podem trocar ideias e compartilhar experiências", diz. "O objetivo é falar de educação como um todo, do comportamento de alunos em sala de aula a questões sobre tecnologia no ensino."

De acordo com uma pesquisa realizada pela Microsoft, o Brasil está entre os 15 países que mais participam da rede. Para o professor Jorge Cesar Coelho, cadastrado no site há um ano, essa grande participação se justifica pela facilidade de uso das ferramentas da PIL.
"Eu conheço outras redes que oferecem conteúdo educacional, mas geralmente é muito fraco. Elas têm apresentações de PowerPoint e só. Na PIL há mais recursos, que, embora sofisticados, são muito simples de usar", comenta o professor, que mantém um grupo de discussão com colegas de Índia, Estados Unidos, Arábia Saudita e Taiwan graças às ferramentas de tradução da rede.
Além de converter textos para 36 idiomas diferentes, a PIL apresenta vídeos tutoriais que ensinam como customizar videogames para fins didáticos ou como criar uma rádio digital para ouvir notícias da época de Pedro Álvares Cabral, por exemplo. "Hoje em dia é preciso estimular o aluno, criar jogos para ele passar de fase, usar a tecnologia de forma mais dinâmica", diz Coelho.
Embora seja destinada a professores, a PIL, assim como outras redes sociais, não está imune a perfis falsos. De acordo com o diretor de educação da Microsoft, existe uma equipe da empresa responsável por fiscalizar os conteúdos publicados na rede, mas não há como comprovar se determinada conta é mantida por um educador de verdade.
Entretanto, segundo o professor Coelho, é possível desconfiar dos perfis fakes. "Quando cadastramos nosso perfil no site, geralmente o atrelamos ao perfil de uma unidade escolar. Se uma pessoa não identifica o lugar onde trabalha, já é considerada suspeita", diz. "Existe uma espécie de autorregulação, mais ou menos como acontece na Wikipedia". 

Estadão


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

sábado, 9 de junho de 2012

Por causa das redes sociais, mercado e faculdades estão se renovando



Nas agências de publicidade, equipes de atendimento, planejamento, criação e mídia atuam juntos em campanhas (Foto: Reprodução)
Em meio a miniaturas e pistolas d'água, apenas duas pessoas trabalhavam à tarde no departamento de criação da agência de comunicação online TV1.com. Uma delas era a redatora publicitária Maria Ligia Monteiro de Araujo, de 30 anos. Ela logo explicou a ausência dos colegas: "Eles viraram a noite trabalhando".
Horários pouco ortodoxos para cumprir os prazos do cliente e ambientes de trabalho descontraídos são duas das principais características da publicidade, ramo responsável por desenhar as estratégias de comunicação de marcas, produtos e empresas com seus públicos.
Nos últimos anos, porém, a carreira tem tido que se adaptar às novas gerações de consumidores, cada vez mais exigentes e determinadas a cumprir um papel ativo em suas decisões de compra.
Para isso, tanto o mercado quanto a academia têm se apressado em renovar suas linguagens e aprofundar os novos conhecimentos da publicidade relacionados às mídias digitais, segundo Eric Messa, professor do curso de publicidade e propaganda da Faculdade de Comunicação e Marketing da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).
"Quem está trabalhando com isso hoje é quem teve que aprender na marra, mas esse conhecimento aos poucos está se sedimentando e se tornando um conteúdo que você consegue transmitir para alguém. Essas pessoas já têm um repertório, e estão se tornando professoras", afirmou. O cenário atual da carreira, segundo ele, é parecido ao da década de 1960. Quando surgiu o curso superior de publicidade, as agências já existiam, e eram lideradas por profissionais formados em engenharia, administração e outras carreiras, que precisaram aprender "na prática".
As redes sociais como Twitter e Facebook, impulsionadas pela adesão de cada vez mais consumidores, não apenas criaram novos ramos de atuação para profissionais de publicidade, como também transformaram o modo como a área lida com os veículos tradicionais. Um comercial de televisão, segundo Messa, não é mais feito hoje da mesma forma que há 20 anos, por exemplo.
Nas agências, os publicitários atuam nas áreas de atendimento, planejamento, mídia, criação e arte, atuando em equipe sob a orientação da gerência de projetos.
Ele destacou ainda a crescente demanda por profissionais de outras áreas, principalmente do jornalismo, para atuar no ramo de "branded content", como é conhecida a produção de conteúdo de entretenimento pelas marcas, e não apenas propaganda.
A área tem ganhado cada vez mais espaço por causa de necessidade de abordar consumidores que já não assistem aos comerciais de maneira passiva.
Um exemplo de "branded content" citado por Messa é o filme "Náufrago", protagonizado pelo ator Tom Hanks, em que uma empresa de correios e outra de materiais esportivos não apenas divulgaram suas marcas, mas se inseriram na história, atuando como personagens coadjuvantes.
Guia de carreiras: publicidade (Foto: Editoria de Arte/G1)
Curiosidade
Apesar das novidades, algumas características do perfil exigido de um publicitário permanecem inalteradas. Para Maria Ligia, a curiosidade é um requisito obrigatório em qualquer profissional da área. "Tem que assistir a muitos filmes, ler muitas revistas, muitos blogs, ver jornal, saber um pouco do que tem sido falado na novela... Não precisa gostar, só precisa estar por dentro, precisa saber sim de notícias, ter noção de economia, ligar o radarzinho e saber um pouquinho sobre tudo."
Esse é o truque, segundo ela, para que os profissionais de criação sejam bem sucedidos. "Isso é o que faz com que você nunca pare de ter ideias. Trabalhar com criatividade exige que você busque muitas fontes."
Além disso, segundo Messa, o vestibulando interessado em se formar publicitário deve ser "necessariamente alguém que goste da área de humanidades, desses assuntos que, dentro da faculdade, ele veria em aulas de antropologia, sociologia, filosofia, psicologia". Para o professor da Faap, o publicitário tem que estar preparado para "aplicar na prática fundamentos teóricos que vêm dessas áreas".
Embora atraente a pessoas interessadas em cultura e eventos, os profissionais alertam que nem tudo é glamour na carreira. Os salários, principalmente nas agências segmentadas, que oferecem um serviço específico (caso das agências de mídias sociais), começam baixos (veja tabela ao lado com a faixa salarial média), boa parte das empresas prefere contratar pessoas jurídicas em vez do regime CLT e nem todo cliente permite que a criatividade seja tão livre quanto o publicitário gostaria que fosse.
Vanessa de Oliveira Lima, consultora independente de recursos humanos no ramo da comunicação, explicou que, ao analisar uma vaga de emprego, o profissional deve olhar para o pacote de benefícios da empresa, e não só para o salário. "Tem que ver se há remuneração variável, como o PLR [participação em lucros e resultados], se a empresa oferece plano de carreira, possibilidades de desenvolvimento, parcerias com empresas e a possibilidade de fazer carreira internacional", disse.
Para a consultora, atualmente é melhor, financeiramente, que o recém-formado participe de programas de trainees, em vez de ser efetivado depois do estágio. Se for esse o caso, porém, ela afirmou que, hoje em dia, profissionais atuantes no departamento de comunicação das marcas anunciantes, principalmente nos ramos de telecomunicações, finanças e tecnologia, ganham mais que os publicitários de agências que prestam serviço a diversos clientes.
'Offline' e 'online'
A projeção que Maria Ligia e Eric Messa fazem para a profissão nos próximos anos é a exigência de profissionais cada vez mais capazes de lidar tanto com os meios digitais quanto com os analógicos.
"Acho que virá uma nova geração com conhecimento melhor formado nesse assunto porque ela teve embasamento acadêmico", explicou Messa.
Os próximos profissionais da publicidade já deverão, segundo Ligia, compreender e aceitar que não há divisão entre "offline" e "online". Essas expressões, para ela, já caíram em desuso.
"A partir do momento em que a gente faz um evento e ele é compartilhado na internet através de fotos, e as pessoas podem opinar tanto lá, presencialmente, quanto digitalmente, e isso no dia seguinte vira pauta de um jornal que é impresso, essa divisão não existe", afirmou Ligia. "Se você está escolhendo essa profissão hoje, é importante você estar preparado para atuar tanto no digital quanto fora dele."

Por G1

Com informações do Blog do Professor Ivanilson