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segunda-feira, 21 de maio de 2012

O milagre da educação, por Gilberto Dimenstein



Adoro mostrar aqui como as novas tecnologias ajudam as pessoas, especialmente sem recursos, a ficar mais educadas –aliás, é o lado, para mim, mais fascinante da internet. Está surgindo no Brasil mais um exemplo do uso educativo da rede, dessa vez para ajudar os jovens a entrar na faculdade através do Enem. Totalmente gratuito.
Um grupo de educadores está lançando um site intitulado “Mande bem no Enem” em que, além dos vídeos (veja aqui ), o aluno tem como interagir e avaliar sua evolução.

Estamos diante de uma excepcional oportunidade de acelerar a educação se esse tipo de mecanismo for disseminado. Já existem traduzidas para o português ótimas aulas na internet desenvolvidas por professores americanos (acesse aqui ).
Começam a ser traduzidos também cursos de universidades como Yale, Harvard, MIT e Stanford (confira aqui ).
Quanto mais esses recursos forem disseminados, mais anos vamos ganhar em nossa educação, onde faltam professores de qualidade, especialmente na rede pública.
Para mim, esse é o milagre tecnológico da educação.
*
Uma dica para quem tem filho pequeno: há um site, criado pelo designer de internet Michel Lent, que dá dicas sobre os melhores aplicativos para crianças. É uma seleção feita, em inglês, com a ajuda de especialistas de várias partes do mundo (mais aqui ).

Aprendiz


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Acesso à internet banda larga quase dobrou desde o início de 2011, diz presidenta


A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (21) que o acesso à internet banda larga no país quase dobrou desde o início do ano passado, totalizando mais de 72 milhões de ligações. Segundo ela, cerca de 6 milhões de famílias que não tinham acesso à internet em casa passaram a contar com o serviço por meio do Plano Nacional de Banda Larga.
No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma destacou que o governo planeja investir, por meio da Telebras, na ampliação das redes que garantam o acesso à internet a todas as regiões do Brasil.
“Ao mesmo tempo, temos cobrado das empresas privadas que aumentem o investimento para permitir que, a cada dia, o acesso à internet seja mais rápido e vendido a um preço justo – aquele que a população possa pagar e que, também, remunere o investidor.”
De acordo com Dilma, 95% das escolas públicas de ensino fundamental no Brasil já contam com conexão de internet banda larga, atingindo um total de 32 milhões de estudantes e 1,5 milhão de professores. Para a presidenta, levar o serviço para dentro das escolas de rede pública é garantir igualdade de condições de desenvolvimento e de aprendizado.
Sobre o acesso à internet banda larga nas universidades, hospitais universitários e escolas técnicas, a previsão do governo é que a Rede Nacional de Educação e Pesquisa permita a inclusão de 735 campi brasileiros até 2014.
“O Brasil já é o terceiro maior mercado de computadores do mundo, o que significa que mais pessoas estão buscando entrar no mundo do conhecimento e da informação por meio da internet. Graças a uma série de medidas do governo federal, como corte de impostos, os computadores e os notebooks e até mesmo alguns modelos de tablets estão cada vez mais baratos”, disse.

Por Agência Brasil
Com informações do Blog do Professor Ivanilson

terça-feira, 15 de maio de 2012

'Ensino a distância é parceiro da educação'



Alan Garber, responsável pela área acadêmica de Harvard, sobre o edX: "É um projeto ambicioso."
A internet costumava terreno de experimentações para as grandes universidades. Agora, ela é a peça central para o futuro de prestigiadas instituições. Na semana passada, a Universidade Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT) anunciaram o edX, uma plataforma online de educação a distância que vai disponibilizar cursos e conteúdos na web a custo zero. “Nenhuma grande universidade hoje se furta a explorar as potencialidades da internet”, diz Alan Garber, responsável pela área acadêmica de Harvard e pela parceria com o MIT.
“Estar ausente nessa seara não é mais uma opção. A pergunta que as instituições se fazem agora é quando e como abraçar a internet.” Este é não é o primeiro investimento de Harvard em educação online mas certamente é o mais ambicioso. Com a nova ferramenta, a universidade pretende conhecer melhor o processo de aprendizado dos estudantes e aplicar as descobertas em esforços para melhor a qualidade de suas aulas. "Com a chegada da internet existe uma revolução", diz Garber. Para os que temem que a os avanços da internet minem as relações interpessoais proporcionadas pela convivência diária no campus, o acadêmico respode: o ensino a distância é um aliado da educação. Confira a entrevista que Alan Garber concedeu ao site de VEJA:
Quando começaram as discussões para a criação do edX? Há bastante tempo discutíamos em Harvard o tema da educação à distância. A parceria com o MIT em especial surgiu há cerca de cinco meses. Percebemos naquele momento que as duas instituições tinham muito em comum e as coisas acabaram acontecendo muito rápido.
O que motivou essa parceria? Queremos oferecer educação de qualidade para todo o mundo, melhorar o aprendizado em nosso próprio campus e realizar pesquisas aprofundadas a respeito de como as pessoas aprendem para, posteriormente, utilizarmos esses dados para aperfeiçoar a maneira como ensinamos. O edX foi criado para satisfazer esses nossos três objetivos.
A que o senhor se refere quando diz que pretende conhecer com profundidade a maneira como as pessoas aprendem? Tradicionalmente quando pensamos em medir como as pessoas aprendem, pensamos em testes padronizados que aferem o conhecimento e a partir daí são analisadas possibilidades que podem melhorar o aprendizado. Com a chegada da internet existe uma revolução. Agora sabemos com precisão o tempo que cada estudante gasta resolvendo um exercício ou quantas vezes ele precisa assistir a um vídeo até que apreenda todo o conteúdo. Sabemos onde ele clica, quando ele pausa, acelera ou simplesmente desiste de resolver algum problema. Isso tudo nos dá a dimensão exata da evolução de cada um dos estudantes e de seu processo de aprendizagem. Ainda está em discussão que tipo de dados vamos coletar e como eles serão utilizados. De qualquer forma, trata-se de um projeto bastante ambicioso.
O edX é a primeira incursão de Harvard no ensino online? Não. Já temos em funcionamento a Harvard Extension School, que oferece vídeos, cursos e certificados profissionais. Mas com o edX é a primeira vez que trabalhamos em parceria com outra instituição nessa campo. 
Diante dos avanços da tecnologia, uma grande universidade pode se furtar a fazer usos de ferramentas online hoje em dia? Não. Estar ausente nessa seara não é mais uma opção. Esse é um ponto pacífico pelo menos aqui nos Estados Unidos. As universidades não se perguntam mais se vão ou não vão fazer uso de plataformas online. A pergunta que elas se fazem agora é quando e como abraçar a internet. Elas estão convencidas de que essa ferramenta vai ajudá-las em sua missão. Algumas já fizeram investimentos milionários nessa área há alguns anos e outras estão esperando. Nós, Harvard e MIT, acreditamos que o momento certo é agora.
Harvard é uma das mais prestigiadas e rigorosas universidade do mundo. Os padrões de qualidade serão os mesmo na internet que no campus da instituição? Tenho a certeza de que nosso padrão será o mesmo, mas as formas de avaliar o sucesso dos alunos e da metodologia empregada serão diferentes pelo simples fato de que os cursos serão diferentes. O conteúdo disponível na internet não é o mesmo que estará na sala de aula.
Existe um público específico que atende aos cursos online ou eles são feitos para todo mundo? Essa é uma questão a ser respondida com o tempo. Ainda não é possível dizer com precisão que tipo de aluno aprende melhor na internet. O que sabemos até o momento devido às nossas experiências anteriores é que esse tipo de ensino atinge um número grande de pessoas uma vez que é possível ter flexibilidade e as barreiras geográficas são minimizadas na web. Mas também é verdade que algumas pessoas se adequam melhor ao sistema online que outras. Com o passar do tempo, saberemos mais sobre isso e como identificar cada um dos grupos.
É possível ensinar disciplinas mais densas e complexas como filosofia na internet? Esse também é um tema que vamos descobrir ao longo da experiência. Vamos oferecer cursos de ciências humanas também e analisar como eles funcionam na prática. Eu tendo a acreditar que é possível sim, mas é necessária uma abordagem diferente da de um curso de negócios ou de computação. 
Algumas pessoas se perguntam se os cursos online vão matar o contato pessoal, tão importante durante a formação dos universitários. Qual a reposta do senhor a esse temor? Não vejo que em um futuro próximo os cursos online vão acabar com o relacionamento interpessoal. Ao contrário: acredito que eles estarão caminhando juntos, em prol da educação. Com a internet, por exemplo, podemos repensar a maneira como usamos o tempo dentro da sala de aula. Isso dá liberdade para que professores e alunos experimentem novas formas de aprender. Isso porque os mestres esperam que os estudantes tenham contato com a matéria em casa e vão às aulas para discutir ou levantar questionamentos mais profundos e não para ter uma aula expositiva, como ainda acontece na maioria dos casos. Além disso, existem milhares de pessoas ao redor do mundo que gostariam de estar em Harvard mas, por diversos motivos, não podem chegar até nós. Uma plataforma online é a chance de ter ensino de excelência em qualquer canto do planeta. 

Por Veja


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

sábado, 5 de maio de 2012

Campanha de vacinação contra gripe começa neste sábado



Brasileiros contam com postos espalhados por todo o país


Começa neste sábado, 5 de maio, a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe em todo o país. O objetivo é imunizar a população contra a gripe A H1N1, que se tornou pandemia em 2009, além de dois outros tipos do vírus influenza: A (H3N2) e B.
A meta é proteger 24,1 milhões de pessoas, entre idosos, crianças de seis meses a dois anos, gestantes, indígenas e profissionais da saúde. Para isso, o Ministério da Saúde contará com mais de 65 mil postos de vacinação espalhados, entre fixos e móveis, além de 27 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais. No total, serão 240 mil profissionais da área da saúde envolvidos na campanha.
Crianças vacinadas pela primeira vez deverão tomar duas doses com intervalo de 30 dias. Aqueles que já receberam uma ou duas doses no ano passado, deverão tomar apenas uma agora, em 2012. As demais tomarão dose única.
A ação, que acontece até 25 de maio em todo o Brasil, reforça que, ao contrário do que muitos divulgam, a vacina não provoca gripe em quem tomar a dose, pois é feita de fragmentos de vírus incapazes de causar infecções. Interessados em participar da campanha devem procurar o posto de saúde mais próximo e buscar informações sobre agendamento e horário de atendimento.
Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe

Onde: postos de saúde de todo o Brasil
Quando: de 5 de maio a 25 de maio

Acabe com todas as dúvidas sobre a gripe

Você já aprendeu a diferenciar os sintomas da gripe daqueles apresentados pelo resfriado. Já desvendou qual é o verdadeiro papel da vitamina C no fortalecimento do sistema imunológico e já sabe que a vacinação contra o vírus Influenza é a melhor maneira de se prevenir contra a gripe. Mesmo assim, ainda restaram algumas perguntas sobre a infecção? Confira, a seguir, 10 dúvidas curiosas sobre a inimiga que costuma te derrubar no inverno respondidas pelo infectologista Marco Aurélio Sáfadi, pediatra e professor da Santa Casa de São Paulo.
1. Idosos e crianças são mais propensos a sofrer com a gripe?
Sim. Nos extremos da vida, o sistema imune dos indivíduos não responde com tanta eficácia, seja por imaturidade, no caso das crianças, seja pelo passar dos anos, no caso dos idosos.

2. Quais fatores externos influenciam no surgimento da gripe? Fatores climáticos, como tempo seco e mais frio, contribuem para o aparecimento da gripe. Isso porque o vírus Influenza encontra mais facilidades de transmissão nas estações mais frias.


3. Dá para ter contato com uma pessoa gripada e prevenir-se de alguma forma contra o vírus?
Sim. O medicamento antiviral, específico contra o vírus Influenza, cujo princípio ativo é o fosfato de oseltamivir, pode entrar em cena quando você teve um contato próximo com alguém gripado. O medicamento consegue reduzir o tempo da doença, a severidade dos sintomas e as chances de complicações da gripe, caso ela se instale.

4. Uma alimentação balanceada pode ajudar na prevenção da gripe? Por quê?
Um cardápio equilibrado, com a participação de todos os nutrientes essenciais para o organismo, é importante para a manutenção da saúde de uma forma geral. No entanto, não há estudos que comprovem a atuação de determinados alimentos contra a gripe.

5. Depois de se curar de uma gripe, o sistema imunológico é capaz de se proteger contra uma próxima em pouco tempo?
Sim. Porém, depois de se recuperar de uma gripe, o ambiente fica mais propício para infecções secundárias, como a pneumonia. Isso acontece porque é uma fase em que o organismo está mais debilitado e ainda sofre com alterações causadas pelo vírus da gripe como, por exemplo, o acúmulo de secreção no pulmão. Para evitar as complicações da gripe, o tratamento adequado deve entrar em cena, com repouso, hidratação e uso de medicamentos sintomáticos e do fosfato de oseltamivir. Vale lembrar que a consulta a um especialista é fundamental.

6. Quem tem algum problema respiratório, como asma ou rinite, pega gripe mais facilmente?
Não. Tais pacientes estão expostos da mesma forma que pessoas que não apresentam os problemas. Mas, eles fazem parte do grupo de risco por serem mais vulneráveis às complicações severas da gripe. A vacinação é ainda mais recomendada nestes casos.

7. O estresse favorece casos de gripe?
Estudos nesta área ainda não são conclusivos sobre uma relação direta entre o estresse e o aparecimento da gripe.

8. Por que as dores no corpo aparecem na gripe?
A gripe não acarreta apenas manifestações locais, envolvendo somente o sistema respiratório. O vírus Influenza age de maneira sistêmica e a inflamação do tecido muscular faz parte dela.

9. Os remédios ajudam na cura ou só controle dos sintomas?
Depende do tipo de medicamento em questão. Os medicamentos sintomáticos, capazes de aliviar os sintomas da gripe, não exercem nenhuma influência sobre o vírus Influenza. Já o medicamento de princípio ativo fosfato de oseltamivir, é um antiviral voltado ao enfraquecimento do vírus. Quando usado nos primeiros dois dias em que os sintomas aparecem, o medicamento reduz o tempo da doença, diminui a gravidade dos sintomas e as chances de complicações da infecção. Ele inibe a enzima que dissemina o vírus pro restante do trato respiratório, diminuindo assim, suas conseqüências. Vale lembrar, porém, que o medicamento não mata o vírus.

10. Qual a freqüência média de contágio da gripe e dos resfriados?
A gripe costuma aparecer uma vez por ano. Já os resfriados são imprevisíveis, não apresentando uma média de episódios por ano.


Por Blog da Escola Miguel Matias

terça-feira, 1 de maio de 2012

Pedagogia não serve apenas para trabalho em escolas



Sala de aula (Foto: Reprodução/RPCTV)
O pedagogo deixou de ser apenas aquele profissional de educação que atua dentro das escolas. Apesar de haver um desprestígio da carreira, do salário não ser atrativo e de cair o número de candidatos que buscam cursos superiores nesta área, especialistas garantem que o mercado de trabalho está cada vez mais amplo.
Quem se forma em pedagogia está habilitado a atuar dentro das escolas. Esta atuação pode envolver a educação infantil, que corresponde a creches e pré-escola, o magistério nas séries iniciais do ensino fundamental, que seria do primeiro ao quinto ano, podendo ensinar matérias pedagógicas em cursos normais e na área de gestão do colégio, coordenação e orientação pedagógica.
Nos espaços não-escolares, os profissionais também saem habilitados a trabalhar em ONGs, museus, brinquedotecas, bibliotecas, mídias educativas, pesquisa, produção de material pedagógico, políticas educacionais e qualquer espaço que tenha algum tipo de educação envolvida.
A professora e coordenadora do curso de pedagogia da PUC Rio, Zena Eisenberg, destaca ainda outros campos de atuação. "A gama de oportunidades é muito vasta, mas a educação à distância é uma área que está crescendo e requisitando muito a presença de pedagogos. Muitos de nossos ex-alunos também conseguiram oportunidades fazendo consultorias, na elaboração de projetos e no setor de RH."
Zena Eisenberg explica que essa procura das empresas por pedagogos que possam fazer o treinamento do pessoal, é uma saída para quem quer trabalhar com educação sem se restringir à escola. "Vários alunos entram aqui e não tem interesse nenhum em trabalhar na escola. O salário do professor é muito baixo ainda, ele tem sido muito pouco valorizado. Paradoxalmente, cada vez mais as pessoas, as ONGs, as empresas, as TVs estão se dando conta da necessidade de uma pessoa que entenda de didática, de educação, de como transmitir conhecimento. E é o pedagogo quem sabe fazer isso. Como essa perspectiva salarial é melhor, os estudantes têm sido atraídos para esses outros espaços."


São necessários quatro anos de graduação para a formação em pedagogia. A formação completa e preparação pedagógica do profissional se dá através de quatro metodologias: ciências sociais, matémática, língua portuguesa e ciências naturais. A partir daí, os alunos passam quatro semestres completos dentro da escola, fazendo estágios para poder se habilitar a trabalhar com essas quatro áreas. O objetivo do curso é preparar a pessoa para que ela trabalhe de forma educativa, com os materiais e com as pessoas.
As habilidades e competências que um pedagogo tem que ter quando ele sai do curso estão relacionadas a lidar com o outro de uma forma educacional. "Se vai trabalhar com criança pequena ou com jovens e adultos, tem que saber quem é essa criança, como ela aprende, ter metodologias a mão, entender porque ela ainda não está alfabetizada, ter embasamento teórico muito grande para poder entender essa interação e as dificuldades que se apresentam durante essa interação.", explica Zena.
Zena Eisenberg reforça que o maior desafio para formar bons professores no país, é aliar a teoria e prática. "Historicamente, os cursos de formação de professores no nível normal, no ensino médio, enfatizaram muito a técnica, a metodologia e acabaram encaixotando certas didáticas, que tornaram-se muito automáticas", afirma.
"O que eu faço se uma criança chora, se bate, se ela não acompanha, se faz muito barulho, se atrapalha, são várias as questões do mundo real da sala de aula principalmente que não são contempladas quando você está pensando e enfatizando a teoria no curso."
Segundo ela, o baixo salário que não permite a sobrevivência independente também acaba afastando as pessoas desses cursos. Por isso, a questão de ir para a escola pública ou particular é uma questão que divide os estudantes. A escola pública tem a vantagem de ser uma função estável por depender de um concurso público, já a escola particular paga bem melhor.
O piso nacional da educação para professores com nível médio é de R$ 1.451 para 40 horas semanais. Mas a média salarial de quem se forma em pedagogia varia de estado para estado e município para município. Se o profissional tem um mestrado no currículo, o valor pode aumentar até 20%.
No Brasil, o pedagogo pode atuar apenas com a graduação, mas a busca de especializações, cursos livres, pós-graduação podem ajudar a focar ainda mais na área de escolha, além valorizar a formação.


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

sábado, 28 de abril de 2012

Atenção: últimos dias de inscrição em formação continuada!


O curso Novas Tecnologias na Educação "Inovando a ação pedagógica através da Tecnologia" de 120 horas,começa nessa segunda, dia 30! Quem ainda não se inscreveu, ainda pode inscreve-se! O curso será ministrado pelo Professor Ivanilson Costa, pesquisador sobre novas tecnologias aplicadas aos processos educacionais e tem como público alvo: Pedagogos, psicopedagogos, professores, educadores, coordenadores pedagógicos, diretores de escolas, pais, estudantes de pedagogia e licenciaturas, estagiários na área de educação e demais profissionais interessados em aprimorar seus conhecimentos sobre o assunto.

Acesse a página e inscreva-se! 

http://www.gpeconline.com.br/informativos/tecnologias2012.htm


Por Professor Ivanilson

terça-feira, 24 de abril de 2012

Professor não pode concorrer com a internet



Imagine, em um mundo sem internet, o dia em que professores são avisados que dali para frente uma ferramenta de pesquisa permitirá aos seus alunos ler, assistir, ouvir e discutir sobre qualquer assunto. Qual seria a reação dos educadores? Para especialistas, há muito motivo para comemorar: a chance de obter êxito no aprendizado aumenta. Na vida real, a recepção não foi bem assim. A falta de adaptação do professor às novas tecnologias e ao aluno influenciado por elas são tema do segundo dia da série especial do iG sobre os problemas na formação do docente.


Como o professor deve lidar com a tecnologia?
Incluída ou não na aula, presente ou não na escola, a internet faz parte da rotina dos alunos. Em 2008, quando apenas 23% dos lares estavam conectados segundo o Ibope, o instituto já apontava que 60% dos estudantes tinham acesso à rede de algum modo. Em pesquisa realizada nas escolas estaduais do Rio de Janeiro em 2011, 92% disseram estar online ao menos uma vez ao dia.
“O professor pode escolher como tratar a internet, mas não pode ignorá-la”, diz o pesquisador emérito de Ciências da Educação da Universidade de Paris 8 e visitante na Universidade Federal do Sergipe, Bernard Charlot. Ele vê duas possibilidades para o educador: fazer o que a máquina não sabe ou ser substituído.
“Ninguém pode concorrer com o Google em termos de informação. O professor que ia à frente da sala apresentar um catálogo vai desaparecer em 20 anos e ser substituído por um monitor”, afirma sem titubear, emendando um alento: “Por outro lado, o professor que ensina a pesquisar, organizar, validar, resolver problemas, questionar e entender o sentido do mundo é cada vez mais necessário.”
O pesquisador defende que o aparente problema de falta de entrosamento com a tecnologia na verdade é a lente de aumento que a internet colocou sobre a falta de formação para a docência. “Não é que o professor não sabe ensinar a pesquisar na internet, é que ele não sabe ensinar a pesquisar. Muitas vezes é mais simples ainda: o professor não sabe como ensinar.”
Para ele, a culpa não é do profissional, mas do sistema engessado que além de não formá-lo não o deixa fazer diferente. “Não faz sentido começar um trabalho na internet e, depois de 50 minutos, dizer: a gente continua semana que vem. Assim como cada professor cuidar de uma disciplina, como se os assuntos não fossem relacionados, ou tratar de temas sem mostrar na prática para que servem na sociedade tornam a escola sem sentido.”
A doutora em linguística e especialista no impacto da tecnologia na aprendizagem Betina von Staa também culpa principalmente o sistema de ensino pela falta de aceitação da tecnologia. “Muitos professores não aceitam trabalhos digitados apenas para evitar cópias. A preocupação é maior com o controle de notas do que com as possibilidades de aprendizado”, lamenta.
 
Na opinião dela, o aluno precisa de orientação para procurar informações confiáveis e questionar dados encontrados na internet. “Todas as pesquisas apontam que a tecnologia traz benefícios, porém desde que venha com formação dos professores para dar apoio.”
O Colégio Ari de Sá, em Fortaleza, é um exemplo de exceção na introdução da tecnologia na sala de aula. Além de equipamentos - lousas digitais, computadores e atétablets para os alunos que preferirem o equipamento aos livros - a escola tem formação para os professores diariamente e no contexto das aulas. O coordenador de informática educativa, Alex Jacó França, passa em cada sala tirando dúvidas dos professores e dá dicas de como incluir ferramentas online em cada tópico.
"Muitos temas que passariam sem grande interesse aos alunos acabam ganhando vídeos e experimentos que os marcam. Quanto mais o professor conhece, maior a liberdade que dá ao aluno no formato de suas pesquisas e melhor o aprendizado", garante o especialista. Para ele, mesmo nos casos em que as escolas não têm equipamento, o conhecimento do professor para incentivar o uso de tecnologias e a abertura para deixar os alunos irem além dos livros faz a diferença.
Durante fórum sobre tecnologia e educação promovido pela Blackboard no último dia 12, em São Paulo, educadores estrangeiros sustentaram opinião parecida. A diretora de avaliação da Universidad Cooperativa de Colômbia, Maritza Randon Rangel, afirma que a democratização do acesso à rede dá oportunidade para que mesmo escolas rurais e afastadas tenham desempenho equivalente às que estão mais próximas de recursos culturais e financeiros. “Tivemos êxito com isso na Colômbia, mas além das máquinas é preciso uma equipe com objetivos claros.”
Muitos temas que passariam sem grande interesse aos alunos acabam ganhando vídeos e experimentos que os marcam. Quanto mais o professor conhece, maior  liberdade dá ao aluno e  melhor o aprendizado",
Alex Jacó, coordenador de informática educativa
Já a pedagoga Patrícia Patrício, mestre em Formação de Professores pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autora do livro “São Deuses os Professores?”, defende que os educadores de sucesso conseguem êxito com ou sem ajuda da escola. “Em geral profissionais que se destacam fazem isso, apesar da escola”, conta.
É o caso de professores premiados em todas as edições das Olímpiadas Brasileiras de Matemática, como Antonio Cardoso do Amaral, de Cocal dos Alves, no Piauí, e Maria Botelho, de Uberlândia, em Minas Gerais. Ambos não têm formação ou estrutura tecnológica acima da média da rede pública nas escolas, mas incentivam os alunos a usá-la em casa e valorizam dúvidas e exercícios trazidos dentro ou fora do contexto da aula. “Às vezes chego em casa e um aluno me deixou uma dúvida no Facebook, eu adoro, significa que eles estão indo além da aula”, diz Botelho.
Continue acompanhando a série:
Esta foi a segunda reportagem de uma série iniciada na segunda-feira que mostrou como os professores não são preparados para ensinar desde o curso na faculdade. Nestaquarta-feira , reportagem fala das dificuldades da formação interna nas escolas.
Na quinta-feira , último dia do especial, profissionais dedicados a mapear práticas didáticas bem sucedidas vão dizer quais são elas e dar dicas práticas e aplicáveis para obter mais sucesso no aprendizado.

Por IG

Com Informações do Blog do Professor Ivanilson

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Professores não são preparados para ensinar



Um professor com poucas oportunidades de aprender a dar aula é como um médico que não sabe tratar do paciente ou um advogado que não conhece os caminhos para defender o réu. Mas o que parece tão contraditório é uma realidade no caso dos educadores. O problema é comprovado por pesquisas, práticas e maus resultados que são tema de série que o iGEducação publica de hoje até quinta-feira.

Qual o maior problema na formação de professores?
Em todas as etapas de formação, os docentes enfrentam restrições ao aprendizado do próprio ofício. A universidade reserva a menor parcela do curso a lições de como ensinar, a bibliografia sobre o assunto é desproporcional à demanda e o tempo de aprendizado dentro da escola – apesar de previsto em lei – é desviado para assuntos burocráticos.
Para piorar, o modelo pelo qual os próprios professores aprenderam e que muitos replicam há décadas empaca diante de uma geração moldada pela facilidade e rapidez de resposta da internet. “A sociedade não precisa mais de alguém que traga a informação. Isso o computador pode fazer. No entanto, a sociedade precisa cada vez mais de um mestre que ensine a pensar, a resolver problemas, a produzir conhecimento. Só que dificilmente o educador sabe como fazer isso”, resume o professor emérito em Educação na Universidade de Paris 8 e visitante na Universidade Federal de Sergipe, Bernard Charlot.
Na opinião dele, os problemas de formação são potencializados pela tecnologia a que os alunos têm acesso, mas continuam sendo os mesmos. “A questão não é se o professor sabe promover o aprendizado naquele ambiente, mas se ele tem repertório para ensinar em vez de reproduzir informação”, diz.
Pesquisas mostram que o problema começa enquanto o futuro mestre ainda é o aluno. A Fundação Carlos Chagas analisou detalhadamente os currículos de 94 faculdades de Letras, Matemática e Ciências Biológicas em todas as regiões do País por dois anos e concluiu que o “como ensinar” está longe de ser o foco dos cursos.

Currículo das faculdades formadoras de professores

Como são divididas as cerca de 80 mil horas dos cursos (em %)
Gerando gráfico...
Fundação Carlos Chagas - exemplo para o curso de Letras

Em Letras, apenas 5,8% das aulas focavam em “didáticas, métodos e práticas de ensino”, em Matemática, 8% e, em Biológicas, 10%. Todo o restante do curso forma especialistas em cada área, explica o sistema educacional, expõe fundamentos teóricos ou mesmo apresenta “outros saberes”. A introdução de temas tecnológicos apareceu em apenas 0,2% dos currículos.
Os dados da pesquisa, publicada em 2008, até agora não geraram mudanças sistemáticas. Dentro de limites genéricos como “fundamentos teóricos” e “conhecimentos específicos”, as universidades têm autonomia sobre os conteúdos dos cursos e, como simples orientador, os governos que tomam iniciativas têm resultado tímido na mudança dos currículos de faculdades para professores.
No Espírito Santo, a gerente de formação do magistério da Secretaria de Educação, Tania Paz, chamou 33 faculdades para debater os resultados e propor mudanças. Só 23 aceitaram. Ao longo de um ano foram nove encontros em que a Fundação Carlos Chagas participou, mas ao final não é possível dizer se haverá alteração prática. “Mostramos para eles nossas necessidades em sala, mas dentro das instituições a decisão é dos coordenadores de curso”, afirma a gerente.
Para ela, a dificuldade na formação é a base da crise educacional que o País enfrenta. “Fizemos uma avaliação diagnóstica do que era preciso melhorar no sistema a partir das dificuldades dos alunos e a conclusão é sempre a mesma: o professor”, afirma, ponderando que o profissional é, ao mesmo tempo, vítima e reprodutor do problema. "Muitos já escolhem a profissão por não conseguir aprovação nas carreiras mais concorridas por conta de uma educação ruim que tiveram e vão perpetuar enquanto não conseguirmos buscar formas de compensação."
A questão não é se o professor sabe promover o aprendizado naquele ambiente, mas se ele tem repertório para ensinar em vez de reproduzir informação", professor
Bernard Charlot
O Ministério da Educação também encontrou um problema ainda anterior aos currículos das faculdades: a falta de livros sobre didática. Um edital para compra de material aberto de 2008 a 2011 resultou em apenas 100 obras aprovadas, segundo o então ministro da Educação, Fernando Haddad. “Mundo afora, você vai ver que chega a centenas de milhares de títulos. No Brasil, se uma pessoa iluminada quiser fazer mudanças num curso de licenciatura, vai ter de forjar o próprio material”, comentou às vésperas de deixar o cargo, em janeiro.
Na época, ele dizia que a colaboração do governo federal seria montar uma prova para professor que seria baseada em didática e acabaria incentivando a mudança nos cursos. "Hoje, 70% dos concursos públicos para admitir educadores são feito de questões jurídicas. Está mais para teste da OAB do que docência", comentava. Até o momento, no entanto, não há anúncio oficial da avaliação anunciada há dois anos.
Acompanhe a série:
Durante esta semana, o iG mostra que esta deficiência persiste durante a carreira do professor. Nesta terça-feira , especialistas abordam a dificuldade de manter o aluno da era digital interessado no que é dito em sala de aula e, na quarta-feira reportagem fala das dificuldades da formação interna nas escolas.
Na quinta-feira , último dia do especial, profissionais dedicados a mapear práticas didáticas bem sucedidas vão dizer quais são elas. Um deles, o formador de professores norte-americano, Norman Atkins, diz que falta à sociedade a honestidade de entender o que funciona dentro das quatro paredes da sala de aula e propor soluções realmente aplicáveis. “Muito se fala nas soluções para a escola e no que deveria seria feito, mas enquanto isso o professor é que fica lá, sozinho diante dos alunos, sem que lhe tenham dito como agir”, denuncia.

IG

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Programa irá levar 20 mil alunos ao exterior, diz Dilma


A presidente Dilma Roussef afirmou na manhã desta segunda-feira (23) durante seu programa de rádio "Café com a presidenta" que o programa do governo Ciências sem Fronteiras, que pretende promover ciência e tecnologia por meio do intercâmbio de estudantes em universidades do exterior, selecionará cerca de 20 mil bolsistas para cursos de graduação, doutorado e pós-doutorado até o final de 2012.
"Nós já temos quase 3.700 estudantes no exterior iniciando seus cursos.
No final de abril, vamos selecionar 10.300 bolsistas e, em junho, mais 6 mil bolsistas. Assim, neste ano, o total de bolsistas selecionados chegará a 20 mil", disse Dilma. "Nossa meta é levar 101 mil estudantes para o exterior até 2014", afirmou.
Segundo a presidente, os escolhidos poderão cursar áreas das ciências exatas, ciências médicas, ciências da computação e engenharia. "Eles terão contato com o que há de mais avançado em ciência e tecnologia. (...) Quando esses estudantes voltarem, eles irão trazer conhecimento para aplicar aqui no Brasil e ajudar a nossa indústria, o governo, a fazer tecnologias novas e a provocar processos de inovação dentro das empresas".
De acordo com Dilma, a Universidade de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), duas das instituições de ensino mais prestigiadas no mundo, também abrirá vagas para o programa. "Quando me encontrei com a reitora de Harvard, ela elogiou a oportunidade que o Brasil está dando aos seus estudantes. (Ela) vai abrir vagas para bolsistas do Ciência sem Fronteiras nas áreas de engenharia, medicina, saúde pública e ciências aplicadas. O MIT está participando também de um amplo intercâmbio com o ITA, o nosso Instituto Tecnológico da Aeronáutica, e vai receber nossos estudantes de pós-graduação".
Como não poderia deixar de ser, a aceitação no programa exige bastante dedicação do estudante. "Tem que estudar todos os dias e tem que estudar muitas horas. Primeiro, os estudantes passam pela seleção que fazemos aqui no Brasil. Para isso, é preciso ter feito mais de 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e a premiação em olimpíadas do conhecimento também conta. Além disso, precisam ter notas muito boas para serem aceitos nessas universidades, que fazem outro rigoroso processo de seleção", afirmou a presidente. Também é necessário saber falar inglês ou a língua do país onde o aluno está indo estudar.
O programa Ciências sem Fronteiras tem inscrições abertas até a próxima segunda-feira (30). Neste edital, os estudantes poderão se inscrever para cursos no Canadá, na Bélgica, na Holanda, em Portugal e na Espanha, entre outros países. De acordo com Dilma, uma nova chamada será feita em junho, e outras em 2013 e 2014.


Com informações do Blog do Professor Antonio Matias

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Universidades dos EUA lançam cursos gratuitos na web


Cinco universidades de prestígio dos Estados Unidos criarão cursos online gratuitos para estudantes em todo o mundo através de uma nova plataforma de ensino interativo, chamada Coursera, anunciaram os criadores nesta quarta-feira.
O Coursera vai oferecer mais de 30 cursos universitários no ano que vem através do seu site, www.coursera.org, sobre assuntos que vão desde mitologia grega a neurologia, de cálculo a poesia americana contemporânea.
As aulas serão projetadas e ministradas por professores de Stanford, Princeton, Universidade da Califórnia em Berkeley, Universidade da Pensilvânia e Universidade de Michigan.
Os dois fundadores, professores de ciência da computação da Universidade de Stanford, também anunciaram que receberam US$ 16 milhões em financiamento de duas empresas de investimento do Vale do Silício.
O Coursera se junta a uma série de projetos online ambiciosos que visam tornar o ensino superior mais acessível e barato. Muitos desses empreendimentos, no entanto, simplesmente publicam palestras inteiras na web, sem nenhum componente interativo. Outros se esforçam para criar novas universidades do zero.
Os fundadores Daphne Koller e Andrew Ng afirmam que o Coursera será diferente, pois os professores de escolas de prestígio vão ensinar usando o nome de sua universidade e vão adaptar os seus cursos mais populares para a web, incorporando tarefas e exames a aulas em vídeo, respondendo a perguntas dos alunos em fóruns online - e até mesmo, talvez, trabalhando por meio de videoconferência.
Testes de múltipla escolha e de respostas curtas serão avaliados via computador. O Coursera em breve apresentará um sistema de classificação para avaliar trabalhos mais complexos, tais como ensaios ou algoritmos.
Os estudantes não receberão créditos da faculdade. Mas o Coursera pode oferecer "certificados de conclusão" ou transcrições mediante pagamento de uma taxa. Uma empresa também pode tentar lucrar conectano empregadores com alunos que tenham demonstrado aptidão em uma determinada área, disse uma porta-voz.
As universidades participantes esperam se beneficiar aumentando a sua reputação no exterior, conectando-se com ex-alunos distantes e, quem sabe, trazendo doações de alunos online agradecidos.
Reuters
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Com informações do Blog do Professor Ivanilson

terça-feira, 17 de abril de 2012

Escolas usam a 'netetiqueta' para evitar ofensas nas redes sociais


Recentemente, um caso de ofensa de um aluno a uma professora pelo Facebook surpreendeu a cidade de Londrina, no norte no Paraná, e reacendeu o debate sobre os limites do uso do ambiente virtual na educação. Segundo o professor de informática na educação da Universidade de Brasília (UnB), Lúcio Teles, cada vez mais as escolas hoje fazem uso da "netetiqueta" para evitar problemas envolvendo alunos e professores.
Em março, um estudante da escola pública Barão do Rio Branco usou a rede para reclamar de uma tarefa pedida pela professora de Artes. Ao saber da história, a diretora do colégio de Londrina, Jéssica Elizabeth Gonçalves Pieri convocou o pai do aluno para uma reunião com a docente na presença do menino.
O garoto, então, pediu desculpas e retirou a mensagem do perfil. Como forma de se retratar, o pai do estudante ainda achou necessário publicar um anúncio em um jornal da cidade para pedir desculpas pelas ofensas do filho.
A diretora, surpresa com a publicação, resolveu alertar os demais alunos sobre o cuidado que se deve ter nas redes sociais. "Fui em todas as salas conversar com alunos e acredito que todos entenderam. A nossa intenção é tentar impedir que isso aconteça novamente", comenta. Segundo Jéssica, nenhuma ação deste tipo tinha ocorrido antes. A professora ofendida não quer mais falar sobre o assunto.
De acordo com o professor Lúcio Teles para trabalhar com a internet é fundamental fazer uso da "netetiqueta". "É uma ferramenta para a segurança e preservação do bom relacionamento online", explica. A ideia é instruir os usuários sobre como conviver no ambiente de rede com responsabilidade. Na universidade, Teles ensina aos futuros professores a importância de orientar os alunos, principalmente crianças e adolescentes sobre alguns perigos da exposição com fotos, vídeos e informações pessoais. "Nós sabemos que pessoas não confiáveis fazem das crianças seus alvos na internet. Por isso, os professores devem começar a discussão com os alunos sobre a netetiqueta. Ainda não é algo generalizado, mas muitos professores já estão cientes".
O professor sugere também que a família esteja mais envolvida nesse relacionamento da criança nas redes, observando que sites ela visita, com quem fala. "Tem um idade mínima para entrar no Facebook, mas isso não é levado em conta na realidade. Não existe um sistema de segurança mínimo", avalia. Segundo as regras do Facebook, a idade mínima para entrar é 13 anos.
A SaferNet Brasil - entidade que atua no combate à pornografia infantil na internet - registrou, entre 1º de março e 1º de abril de 2012, 1.381 denúncias desse crime na rede. Destes, 264 somente no Orkut. A ONG é um das consultoras do Guia para o Uso Responsável da Internet, um site que informa e orienta professores sobre o uso criativo da internet como ferramenta pedagógica, mas sempre com segurança e responsabilidade. Jogos online, histórias em quadrinhos e vídeos compõem o conteúdo do site criado e mantido pela GVT. "A gente entendeu que existia essa carência com relação a incentivar a reflexão de como a as pessoas e especialmente as novas gerações usam essa ferramenta tão poderosa que é a internet. Era preciso também alertar para alguns cuidados, principalmente essas gerações mais novas que não tem medo de esse expor. É muito natural ter uma presença na internet", comenta Tatiana Weinheber, gerente de Comunicação Corporativa da empresa.
O conteúdo é construído em colaboração, também, com o Comitê para a Democratização para a Informática (CDI) e ONG Ciranda (Central de Notícias dos Diretos da Infância e Adolescência), além de uma pedagoga especializada na área de tecnologia que trabalha na supervisão do conteúdo. O guia também tem uma versão impressa que é distribuída pela empresa.
A educadora e coordenadora do CDI Comunidade Asvi, Mirian Andrade, faz da cartilha online um instrumento de ensino para as 100 crianças e adolescentes da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, onde está localizado o projeto. "A maioria das crianças já tem noção sobre a rede porque frequentam lan houses. Nem todas têm computador em casa. E isso deixa eles mais expostos ainda. Estão mais vulneráveis. Eles já têm a ideia do uso, mas não tem nenhum tipo de orientação. Eles têm um conhecimento mais instintivo", diz.
Segundo Mirian, os educadores estimulam as crianças por meio de atividades lúdicas disponibilizadas no site e, durante esse trabalho, vão orientando sobre os cuidados que se deve ter ao acessar a internet e utilizar as redes sociais. Além das crianças, os pais também são instruídos sobre como auxiliar os filhos no ambiente virtual. Os professores são treinados pelo CDI para que eles próprios mantenham uma conduta apropriada na web. "Temos uma orientação específica para isso. O comportamento em redes sociais, comportamento como usuário de serviço de e-mail, que login a gente deve usar em um ambiente mais formal", explica a educadora.
Escola cria guia de postura nas redes sociais
Mobilizado pela preocupação com a segurança e a exposição dos alunos, o Colégio Farroupilha, em Porto Alegre (RS), criou o Guia de Posturas nas Redes Sociais. "É um problema bem presente entre os jovens. Em geral eles são bastante confiantes, confiam em si mesmos, confiam nos outros e, muitas vezes, eles estabelecem amizades com pessoas que eles só conhecem virtualmente. E era importante a gente passar pra eles informações sobre o que é adequado e o que não é nas redes sociais", explica o coordenador pedagógico da escola, Ruben Corso.
Ele conta que problemas de comportamento com alunos nas redes sociais são algo frequente, e casos como o uma menina que se referia a outra de forma agressiva, causando um constrangimento a essa aluna, levaram a instituição a montar o guia. "É impossível a escola não se envolver. Um episódio que começa na internet ele continua dentro dos corredores da escola, no pátio. Desse ponto de vista, a escola trata do problema como qualquer outro, que poderia ter ocorrido aqui no corredor, no recreio", diz Corso. Segundo ele, é necessário deixar bem claras as regras e os limites nas escolas, começando pela conscientização do aluno, depois tentando trabalhar com a família para tentar identificar a razão daquele tipo de comportamento.
A maneira como os alunos se expõem nas redes sociais é outra preocupação para a escola. O guia alerta para responsabilidade envolve os comentários e informações postadas pelos jovens. Em um dos itens a cartilha enfatiza para navegar "com uma atitude ética, evitando publicar conteúdos ofensivos, difamatórios ou que ridicularizem outras pessoas". Para elaborar o material, a escola buscou apoio nas informações disponibilizadas pela ONG Criança mais Segura na Internet. "A nossa preocupação é que a pessoa, ao se expor dessa forma, deixa sua marca no mundo. O que o jovem tem que entender é que se ele dá sinais de preconceito, de racismo ou de intolerância social, isso não é uma coisa que ele está falando para os amigos dele, mas para o mundo inteiro. Além do que são valores não aceitáveis, é um problema de conduta", avalia Corso.
A proposta foi bem recebida, e escolas da capital e do interior estão interessadas em utilizar o material que está disponível no site do colégio. "O objetivo do guia é refletir o que significa hoje participar de uma rede social. Apontar questões para serem pensadas. A nossa ideia nunca foi obrigar ou criar um regulamento, mas fazer parar e pensar", explica o coordenador pedagógico.
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Com informações do Blog do Professor Ivanilson